Senador passou concessão de rádio à filha para em junho
Foto: Tarso Sarraf/O Liberal |
O senador Jader Barbalho (PMDB do Pará)
está entre os políticos que repassaram concessões de rádio e tv a parentes nos
últimos meses. Isso porque o Ministério Público Federal moveu ações civis
públicas caçando as concessões dos parlamentares. A constituição prevê que
deputados e senadores não podem firmar contratos diretos com a administração
pública ou ser concessionários de serviços públicos. A informações são do
jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira (27).
Segundo a publicação, o senador deu
lugar à filha Giovana Barbalho na sociedade Rádio Clube do Pará, já que em
junho um juiz federal suspendeu as transmissões da emissora alegando que no
quadro de sócios da empresa segue constituído por "outros membros da família.
A Justiça Federal analisa as outras ações do Ministério Público Federal (MPF)
pelo cancelamento de todas as concessões públicas de serviço de radiodifusão
dos Barbalho, do mesmo modo que ocorreu com a Rádio Clube do Pará, que saiu do
ar em junho. O mesmo pode acontecer com a RBA TV. A família Barbalho possui
três concessões de rádio e TV no Estado.
Outro político citado na publicação é
Aécio Neves, que teve de transferir, em setembro de 2016, suas ações na rádio
Arco Íris –44% do capital da emissora– à irmã, Andréa Neves, anulava
irregularidades na concessão, já que ele havia saído da sociedade. O MPF
recorreu e ainda não há decisão.
O jornal divulgou que Pedro Machado,
procurador do Ministério Público Federal, em São Paulo, encaminhou 45 denúncias
contra concessões a parlamentares pelo país, já que o repasse de cotas a
parentes virou um impasse jurídico. "Nós entendemos que, a partir do
momento em que optou por ser parlamentar, o político tem que abrir mão dessa
concessão", disse ele a publicação.
Entre os parlamentares que se valeram
de parentes para repassar as concessões está o senador José Agripino Maia
(DEM-RN), que vendeu a dois irmãos e à mãe cotas de uma rede de televisão e de
emissoras de rádio no Rio Grande do Norte. "Essas emissoras pertenciam ao
meu pai, recebi por herança. Mas houve esse questionamento, optei por vender as
ações para meus irmãos e minha mãe. Não queria prejudicá-los", afirma. O
processo contra ele foi extinto.
Apesar das contestações judiciais, há
políticos que continuam no quadro societário de rádios e TVs. Eles alegam que
as restrições seriam apenas para exercer cargos executivos na direção das
empresas. Há três ações sobre o tema em tramitação no STF (Supremo Tribunal
Federal). Duas pedem a inconstitucionalidade das concessões de rádio e TV para
qualquer político com cargos eletivos, não só deputados federais e senadores.
Outra, proposta pelo governo Michel
Temer (PMDB) em dezembro de 2016, pede a suspensão de todos os processos
envolvendo concessões de parlamentares com mandatos e das liminares que
interromperam a transmissão de rádios e TVs até o julgamento final dos casos.
Segundo o governo, o direito à
liberdade de expressão é soberano e a legislação eleitoral já tem mecanismos
para coibir o abuso de poder nos meios de comunicação.
O pedido foi indeferido pela ministra
Rosa Weber, mas, devido a um recurso, o caso permanece sendo analisado.
ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário