'Nós só queremos paz com o nosso filho, sem
hospital, sem advogados, sem tribunal, sem mídia, apenas tempo de qualidade com
Charlie longe de tudo, para dizer adeus a ele da maneira mais amorosa', afirmam
os pais da criança.
Charlie e seus pais em foto tirada no hospital onde está internado (Foto: Twitter ) |
Os pais de
Charlie Gard, um bebê britânico em estado terminal que um juiz determinou ser enviado a
uma residência hospitalar para morrer, disseram que o principal
hospital pediátrico da Grã-Bretanha havia negado seu desejo final de decidir os
arranjos para a morte do filho.
Depois de uma batalha judicial que
provocou um debate global sobre quem tem o direito moral de decidir o destino
de uma criança doente, um juiz ordenou na quinta-feira (27) que
Charlie fosse levado para uma clínica onde os aparelhos que o mantém vivo serão
desligados.
O bebê sofre de
miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca
a perda da força muscular e danos cerebrais. Há poucas perspectivas de
tratamento para a enfermidade.
Seus pais
haviam procurado primeiro levá-lo para casa, mas o hospital Great Ormond Street
disse que não seria possível devido aos equipamentos necessários para o bebê.
Depois, eles pediram por alguns dias em uma clínica ao lado do filho para
despedir-se dele.
O casal não
conseguiu encontrar médicos para supervisionar um período prolongado de tempo e
não houve acordo com o hospital. Diante disso, o juiz decidiu que Charlie será
levado para uma clínica, e extubado logo em seguida.
"O
hospital nos negou o nosso último desejo", disse a mãe de Charlie, Connie
Yates, segundo a BBC.
"Apesar de
nós e nossa equipe jurídica trabalharmos incansavelmente para organizar esta
tarefa quase impossível, o juiz ordenou contra o que decidimos e concordou com
o que o hospital pediu", disse. "Isso, consequentemente, nos dá muito
pouco tempo com nosso filho".
O Great Ormond
Street, um centro pediátrico pioneiro, disse que lamentava profundamente a
ruptura nas relações com os pais de Charlie, em um caso que envolveu meses de
disputa legal e ganhou comentários do presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, e do papa Francisco.
"A maioria
das pessoas nunca terá que passar pelo que passamos, não tivemos nenhum
controle sobre a vida do nosso filho e nenhum controle sobre a morte do nosso
filho", disse a mãe de Charlie.
"Nós só
queremos paz com o nosso filho, sem hospital, sem advogados, sem tribunal, sem
mídia, apenas tempo de qualidade com Charlie longe de tudo, para dizer adeus a
ele da maneira mais amorosa".
G1/Mundo
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