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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Maior município do mundo completa 105 anos

O município de Altamira, sudoeste do Pará, completa 106 anos nesta segunda-feira (6). Para comemorar a data, a prefeitura da cidade realizou um grande show na noite de domingo (5). Aproximadamente 20 mil pessoas participaram do evento.

O show gratuito se estendeu pela madrugada. A programação contou com artistas da terra, como as cantoras Dona Onete e Joelma Claudia, além da atração nacional, o cantor Amado Batista.
História - Altamira é um município brasileiro localizado no estado do Pará, na Região Norte do país. Até 2009 foi o maior município do mundo em extensão territorial,[6] com uma área de 159 695,938 km², sendo maior que dez estados brasileiros, além do Distrito Federal e vários países como Portugal, Islândia, Irlanda, Suíça, entre outros. Fica a uma altitude de 109 metros, latitude 03º12'12" sul e longitude 52º12'23" oeste. Sua população em 2016 era de 109 938 habitantes.[7]
A rodovia Transamazônica atravessa o município no sentido leste-oeste numa extensão de 60 km, ligando Altamira a Belém (800 km), Marabá (500 km), Itaituba (500 km) e Santarém (500 km).[8] Característica notória do município é sua hidrografia: Altamira está cravada às margens do rio Xingu, com sua série de afluentes e cachoeiras que se distribuem por toda a região.
Fundação: 6 de novembro de 1911 (105 anos)
Apesar de se saber que mesmo antes de 1750 antigas Missões Jesuíticas já habitavam a região do Xingu, resultando no surgimento da Vila de Altamira, o primeiro registro formal de sua existência data de 14 de abril de 1874, que cria o município de Souzel, no qual se inseria a região que hoje compreende o município de Altamira. Pela grande extensão física e necessidades administrativas, em 6 de novembro de 1911 cria-se o município de Altamira.
Altamira consolidou-se como centro polarizador do sul do estado. Sua origem oficial esteve diretamente ligada: a) à colonização das Missões Jesuíticas, na primeira metade do século XVIII; b) à extração de borracha que perdurou até a metade do século XX; e c) ao processo de interiorização do Brasil com a abertura da fronteira amazônica, a partir da década de 1970. Sua história extraoficial esteve ligada sempre à presença do indígena nesse território.
Desde o período da borracha a rede urbana da região do Xingu estrutura-se a partir de Altamira. A agricultura – principalmente arroz, cacau, feijão, milho e pimenta-do-reino –, a extração de borracha e castanha-do-pará e a pecuária são as principais atividades econômicas do município. A região, entretanto, defronta-se com problemas econômicos e sociais à medida que não houve os investimentos necessários em infraestrutura. O ecoturismo tem um grande potencial no município, mas é muito pouco explorado.
Em 1972 foi implantado nesse município o marco zero da Rodovia Transamazônica (BR-230) pelo presidente brasileiro Emílio Garrastazu Médici. Iniciava-se um período de intensa exploração da floresta amazônica, com assentamentos de colonos e abertura de vias terrestres, algumas já abandonadas e outras que geraram os município da região (Medicilândia, Anapu, Vitória do Xingu etc.).
Belo Monte
Desde 2009 Altamira atrai atenções por ser a cidade mais próxima da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cujo impacto divide opiniões.[11] Os cidadãos locais no geral aprovam a obra, apesar de admitirem que o inchaço populacional trouxe problemas.[12] O empreendimento de R$ 30 bilhões fez a população altamirense saltar de 100 mil segundo o Censo de 2010, para mais de 140 mil, na avaliação da prefeitura. Dentre os problemas estão a piora do trânsito local causada pelo aumento da frota de motocicletas - muitas das quais são dirigidas por motoristas sem carteira de habilitação
Altamira possui uma área de 159 533,73 km², o que o torna o maior município do Brasil e o terceiro maior do mundo em extensão territorial (sendo menor que Qaasuitsup e Sermersooq, municípios gronelandeses instituídos em 1 de janeiro de 2009). Se fosse um país, seria o 92º país mais extenso do mundo, maior que Grécia e Nepal. Caso fosse um estado brasileiro, seria o 16º maior, um pouco menor que o Paraná e maior que o Acre e o Ceará.
No município de Altamira inicia-se a "volta grande do Xingu", trecho sinuoso e cheio de cachoeiras do Rio Xingu onde, no final do trecho, foi construída a Hidrelétrica de Belo Monte. Essa hidrelétrica, com capacidade de 11,182 MW, é a terceira maior do mundo (após a Hidrelétrica de Três Gargantas na China, e a Usina Hidrelétrica de Itaipu entre o Brasil e o Paraguai), e inundará cerca de 400 km², principalmente nos municípios de Vitória do Xingu e Altamira.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Altamira foi de 10,3 °C em 11 de outubro de 1963, e a maior atingiu 39,2 °C no dia 7 de dezembro do mesmo ano. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 226 mm em 12 de abril de 2009. Alguns outros grandes acumulados foram 190,3 mm em 22 de dezembro de 1985, 183,4 mm em 29 de dezembro de 2005, 169 mm em 27 de janeiro de 1970, 168,1 mm em 6 de março de 2000, 162,8 mm em 18 de abril de 1984 e 150 mm em 9 de abril de 1971.[15] O mês de maior precipitação foi março de 1974, quando foram registrados 682,9 mm.[16] O menor índice de umidade relativa do ar foi de 25% em 28 de setembro de 1988.[17]
Economia e Infraestrutura
A agricultura (arroz, cacau, feijão, milho, pimenta-do-reino) e a extração de borracha e castanha-do-pará e a pecuária como principal são as principais atividades econômicas do município.
Entretanto, o município ainda não dispõe de acessos pavimentados, pois a única rodovia utilizada para chegar ao município é a Rodovia Transamazônica (BR-230), que teve seu processo de pavimentação interrompido na década passada, o que deixa o município por um longo período (chuvas) incomunicável por malha rodoviária, corroborando com o pouco desenvolvimento industrial. Até 1998 o município era alimentado por uma central termoelétrica desativada logo após a inauguração da LT 230 KV Tucuruí - Altamira, projeto Tramo-oeste desenvolvido pela Eletronorte.
A região sofre de um abandono estrutural crônico, um processo de atrofia econômica e consequentemente social, pois não foram feitos investimentos necessários para a região, uma vez que a infraestrutura é precária. Demandas históricas para diminuir conflitos como o cipoal fundiário, conflito por terras, assistência básica a doenças como a dengue e violência são problemas permanentes.[11] Em 2013, dentre os três componentes do Índice de Desenvolvimento Humano, Altamira só tinha nota elevada na longevidade (0,811, diante da média nacional de 0,816), com médio desempenho em renda (0,662 ante 0,739) e educação (0,548 ante 0,637).[14]
Em 2010, a quantidade de desempregados é de aproximadamente 4 mil pessoas (6,4%), em uma população com cerca de 16,04% de analfabetos e 5,9% tem nível superior.[18][11] De acordo com o Censo Demográfico de 2000, ao se observar as características da população residente em Altamira, nota-se, no que tange à renda, que de um total de 17.469 domicílios, a maioria (52,4%) possui rendimento de mais de 2 a 10 salários mínimos, sendo 18,6% do total de domicílios enquadrados na faixa de mais de 3 a 5 salários mínimos. Nota-se, ainda, que para o mesmo período, 4,5% da população recebiam até meio salário mínimo ou não possuíam rendimento.
Antigo lixão do município de Altamira.
No que diz respeito à educação, Altamira possuía em 2000 90,9% da população de 10 a 14 anos alfabetizada; 93,8% da população de 15 a 19 anos e 79,8% da população de 20 anos ou mais. Tendo como referência a população acima de 10 anos, verifica-se que 83,8% era alfabetizada.
As condições habitacionais, por sua vez, são bastante adversas. Conforme o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a infraestrutura externa aos domicílios de Altamira apresentam precariedade generalizada. Em 2007, da população urbana do município, somente 72,0% eram atendidos pela coleta de resíduos sólidos. Além disso, em 2008, apenas 11,2% da população era atendida com abastecimento de água, além de que esgotamento sanitário não havia em nenhum ponto do município, nem mesmo nas áreas centrais da área urbana - o esgoto corre pelas sarjetas antes de cair nos riachos locais. O Consórcio Norte Energia, responsável por Belo Monte, assinou o compromisso de junto com a usina providenciar água e esgoto para toda a cidade de Altamira, mas as obras estão atrasadas.[14]
Os conflitos que historicamente marcam a ocupação da Amazônia estão reproduzidos em Altamira, com garimpeiros, índios, agricultores e ribeirinhos se confrontando.[18]
Altamira teve o maior numero de homicídios do Brasil, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgados em junho de 2017. Segundo o Atlas da Violência, o número de homicídios está diretamente ligado a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.[19]
Cultura[editar | editar código-fonte]
Dançarinos do Grupo Folclórico Rosa dos Ventos em 2012.
Na segunda semana de Junho ocorre o Festival Folclórico de Altamira organizado pela AGFAL (Associação dos Grupos Folclóricos de Altamira).[20] O evento ocorre desde 2003 e é considerada a maior festa cultural da Transamazônica e consta no calendário municipal de eventos da cidade. É realizado em três noites de festa começando na quinta-feira e terminando no sábado, com apresentação de três grupos por noite. Em alguns anos a data em que ocorreu o evento foi alterada, como no caso de 2015 que o evento foi realizado em Agosto. O dia da divulgação do resultado do grupo campeão e feito no domingo seguinte com a apuração das notas dos jurados.
O evento nada mais é que uma competição de danças típicas da região norte do país em especial do estado do Pará como o Carimbó, o Siriá, o Retumbão, a Toada e o Sirimbó, incluindo inclusive a Quadrilha Junina que é da cultura da região nordeste. O evento é bem semelhante a Festa do Sairé que é realizada em Santarém também no estado com Pará, mas com algumas diferenças.
O festival é disputado por nove Grupos Folclóricos são eles: Rosa dos Ventos, Cisne Branco, Flor da Juventude, Tradição Aparecida, Nova Geração, Beija-Flor, Cheiro do Pará, Explosão Bela Vista, Explosão do Pará. Até o ano de 2014 o Movimento Folclórico de Altamira era composto por dez grupos, até que o Grupo Folclórico Furacão Anchieta resolveu encerrar suas atividades.
Atualmente os grupos que possuem mais títulos são Rosa dos Ventos e Tradição Aparecida com quatro no total; seguido por Cisne Branco com três, e Flor da Juventude e Beija-flor com dois.
Os demais grupos Explosão Bela Vista, Nova Geração, Explosão do Pará e Cheiro do Pará por enquanto não possuem nenhum título.
Cada grupo tem no mínimo 30 mim de apresentação e no máximo 40 mim onde uma banca de jurados que julgam o grupo em 8 quesitos alguns deles são harmonia, traje típico, sincronismo, evolução, coreografia, temática, conjunto e etc. Além disso também tem as apresentações da misses folclore representando cada grupo que são julgadas à parte, ou seja a pontuação da miss não diminui e nem acrescenta nota ao grupo.
Apresentação da Miss Folclóre Herlen Carvalho pelo Grupo Cisne Branco em 2013.
O evento ocorre anualmente em um Ginásio Esportivo do município.
Ano Grupos Folclóricos Campeões        Misses Folclóre Campeãs
2003         Cisne Branco   Sem Dados
2004         Flor da Juventude  Sem Dados
2005         Flor da Juventude  Sem Dados
2006         Cisne Branco   Sem Dados
2007         Tradição Aparecida         Sem Dados
2008         Rosa dos Ventos     Sem Dados
2009         Cisne Branco   Sem Dados
2010         Tradição Aparecida         Sem Dados
2011         Rosa dos Ventos     Brenda Malena (Rosa dos Ventos)
2012         Rosa dos Ventos     Herlen Carvalho (Cisne Branco)
2013         Rosa dos Ventos     Raquel Pires (Cheiro do Pará)
2014         Beija-Flor         Raquel Pires (Cheiro do Pará)
2015         Tradição Aparecida         Kinderlly Pantoja (Flor da Juventude)
2016         Tradição Aparecida         Herlen Carvalho (Cisne Branco)
2017         Beija-Flor         Larissa Silva (Cheiro do Pará)
Biodiversidade[editar | editar código-fonte]
Floresta Nacional de Altamira
Superfície: 689.012 hectares.
Bioma: Amazônia 100%
Floresta Ombrófila Aberta 74%
Floresta Ombrófila Densa 23%
A Flona de Altamira é uma das portas de entrada para a Terra do Meio, situada entre os rios Xingu e Tapajós, no estado do Pará. Cercada por terras indígenas, a região possui uma das maiores áreas de floresta relativamente não perturbadas na Amazônia Oriental.
A região é de importância crítica para a vida selvagem, abrigando numerosas espécies animais ameaçadas, incluindo onças, jacarés-açus, macacos-aranha, cuxiú da cara branca e tamanduás.
As maiores concentrações remanescentes de mogno (Swietenia macrophylla) no Brasil estão localizadas na Terra do Meio e nas terras indígenas dos arredores.
A Floresta Nacional de Altamira é também importante para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas proximidades, funcionando com zona tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia e Curuá[21].
Hidrografia[editar | editar código-fonte]
Rio Xingu
Rio Iriri
Rio Curuá
Rio Catete
Rio Chiché
Riozinho do Amfrísio
Rio Iriri Novo
Rio Ximxim
Riozinho Jucatã
Rio Carajaí
Rio Novo
Rio Ituna
Rio Ipiaçava





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