O município de Altamira, sudoeste do
Pará, completa 106 anos nesta segunda-feira (6). Para comemorar a data, a
prefeitura da cidade realizou um grande show na noite de domingo (5).
Aproximadamente 20 mil pessoas participaram do evento.
O show gratuito se estendeu pela
madrugada. A programação contou com artistas da terra, como as cantoras Dona
Onete e Joelma Claudia, além da atração nacional, o cantor Amado Batista.
História - Altamira é um município
brasileiro localizado no estado do Pará, na Região Norte do país. Até 2009 foi
o maior município do mundo em extensão territorial,[6] com uma área de 159
695,938 km², sendo maior que dez estados brasileiros, além do Distrito Federal
e vários países como Portugal, Islândia, Irlanda, Suíça, entre outros. Fica a
uma altitude de 109 metros, latitude 03º12'12" sul e longitude
52º12'23" oeste. Sua população em 2016 era de 109 938 habitantes.[7]
A rodovia Transamazônica atravessa o
município no sentido leste-oeste numa extensão de 60 km, ligando Altamira a
Belém (800 km), Marabá (500 km), Itaituba (500 km) e Santarém (500 km).[8]
Característica notória do município é sua hidrografia: Altamira está cravada às
margens do rio Xingu, com sua série de afluentes e cachoeiras que se distribuem
por toda a região.
Fundação: 6 de novembro de 1911 (105
anos)
Apesar de se saber que mesmo antes de
1750 antigas Missões Jesuíticas já habitavam a região do Xingu, resultando no
surgimento da Vila de Altamira, o primeiro registro formal de sua existência
data de 14 de abril de 1874, que cria o município de Souzel, no qual se inseria
a região que hoje compreende o município de Altamira. Pela grande extensão
física e necessidades administrativas, em 6 de novembro de 1911 cria-se o
município de Altamira.
Altamira consolidou-se como centro
polarizador do sul do estado. Sua origem oficial esteve diretamente ligada: a)
à colonização das Missões Jesuíticas, na primeira metade do século XVIII; b) à
extração de borracha que perdurou até a metade do século XX; e c) ao processo de
interiorização do Brasil com a abertura da fronteira amazônica, a partir da
década de 1970. Sua história extraoficial esteve ligada sempre à presença do
indígena nesse território.
Desde o período da borracha a rede
urbana da região do Xingu estrutura-se a partir de Altamira. A agricultura –
principalmente arroz, cacau, feijão, milho e pimenta-do-reino –, a extração de
borracha e castanha-do-pará e a pecuária são as principais atividades
econômicas do município. A região, entretanto, defronta-se com problemas
econômicos e sociais à medida que não houve os investimentos necessários em
infraestrutura. O ecoturismo tem um grande potencial no município, mas é muito
pouco explorado.
Em 1972 foi implantado nesse
município o marco zero da Rodovia Transamazônica (BR-230) pelo presidente
brasileiro Emílio Garrastazu Médici. Iniciava-se um período de intensa
exploração da floresta amazônica, com assentamentos de colonos e abertura de
vias terrestres, algumas já abandonadas e outras que geraram os município da
região (Medicilândia, Anapu, Vitória do Xingu etc.).
Belo Monte
Desde 2009 Altamira atrai atenções
por ser a cidade mais próxima da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, cujo impacto
divide opiniões.[11] Os cidadãos locais no geral aprovam a obra, apesar de
admitirem que o inchaço populacional trouxe problemas.[12] O empreendimento de
R$ 30 bilhões fez a população altamirense saltar de 100 mil segundo o Censo de
2010, para mais de 140 mil, na avaliação da prefeitura. Dentre os problemas
estão a piora do trânsito local causada pelo aumento da frota de motocicletas -
muitas das quais são dirigidas por motoristas sem carteira de habilitação
Altamira possui uma área de 159
533,73 km², o que o torna o maior município do Brasil e o terceiro maior do
mundo em extensão territorial (sendo menor que Qaasuitsup e Sermersooq,
municípios gronelandeses instituídos em 1 de janeiro de 2009). Se fosse um
país, seria o 92º país mais extenso do mundo, maior que Grécia e Nepal. Caso
fosse um estado brasileiro, seria o 16º maior, um pouco menor que o Paraná e
maior que o Acre e o Ceará.
No município de Altamira inicia-se a
"volta grande do Xingu", trecho sinuoso e cheio de cachoeiras do Rio
Xingu onde, no final do trecho, foi construída a Hidrelétrica de Belo Monte.
Essa hidrelétrica, com capacidade de 11,182 MW, é a terceira maior do mundo
(após a Hidrelétrica de Três Gargantas na China, e a Usina Hidrelétrica de
Itaipu entre o Brasil e o Paraguai), e inundará cerca de 400 km²,
principalmente nos municípios de Vitória do Xingu e Altamira.
Segundo dados do Instituto Nacional
de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Altamira
foi de 10,3 °C em 11 de outubro de 1963, e a maior atingiu 39,2 °C no dia 7 de
dezembro do mesmo ano. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 226
mm em 12 de abril de 2009. Alguns outros grandes acumulados foram 190,3 mm em
22 de dezembro de 1985, 183,4 mm em 29 de dezembro de 2005, 169 mm em 27 de
janeiro de 1970, 168,1 mm em 6 de março de 2000, 162,8 mm em 18 de abril de 1984
e 150 mm em 9 de abril de 1971.[15] O mês de maior precipitação foi março de
1974, quando foram registrados 682,9 mm.[16] O menor índice de umidade relativa
do ar foi de 25% em 28 de setembro de 1988.[17]
Economia e Infraestrutura
A agricultura (arroz, cacau, feijão,
milho, pimenta-do-reino) e a extração de borracha e castanha-do-pará e a
pecuária como principal são as principais atividades econômicas do município.
Entretanto, o município ainda não
dispõe de acessos pavimentados, pois a única rodovia utilizada para chegar ao
município é a Rodovia Transamazônica (BR-230), que teve seu processo de
pavimentação interrompido na década passada, o que deixa o município por um
longo período (chuvas) incomunicável por malha rodoviária, corroborando com o
pouco desenvolvimento industrial. Até 1998 o município era alimentado por uma
central termoelétrica desativada logo após a inauguração da LT 230 KV Tucuruí -
Altamira, projeto Tramo-oeste desenvolvido pela Eletronorte.
A região sofre de um abandono
estrutural crônico, um processo de atrofia econômica e consequentemente social,
pois não foram feitos investimentos necessários para a região, uma vez que a
infraestrutura é precária. Demandas históricas para diminuir conflitos como o
cipoal fundiário, conflito por terras, assistência básica a doenças como a
dengue e violência são problemas permanentes.[11] Em 2013, dentre os três
componentes do Índice de Desenvolvimento Humano, Altamira só tinha nota elevada
na longevidade (0,811, diante da média nacional de 0,816), com médio desempenho
em renda (0,662 ante 0,739) e educação (0,548 ante 0,637).[14]
Em 2010, a quantidade de
desempregados é de aproximadamente 4 mil pessoas (6,4%), em uma população com
cerca de 16,04% de analfabetos e 5,9% tem nível superior.[18][11] De acordo com
o Censo Demográfico de 2000, ao se observar as características da população
residente em Altamira, nota-se, no que tange à renda, que de um total de 17.469
domicílios, a maioria (52,4%) possui rendimento de mais de 2 a 10 salários
mínimos, sendo 18,6% do total de domicílios enquadrados na faixa de mais de 3 a
5 salários mínimos. Nota-se, ainda, que para o mesmo período, 4,5% da população
recebiam até meio salário mínimo ou não possuíam rendimento.
Antigo lixão do município de
Altamira.
No que diz respeito à educação,
Altamira possuía em 2000 90,9% da população de 10 a 14 anos alfabetizada; 93,8%
da população de 15 a 19 anos e 79,8% da população de 20 anos ou mais. Tendo
como referência a população acima de 10 anos, verifica-se que 83,8% era
alfabetizada.
As condições habitacionais, por sua
vez, são bastante adversas. Conforme o Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS), a infraestrutura externa aos domicílios de Altamira
apresentam precariedade generalizada. Em 2007, da população urbana do
município, somente 72,0% eram atendidos pela coleta de resíduos sólidos. Além
disso, em 2008, apenas 11,2% da população era atendida com abastecimento de
água, além de que esgotamento sanitário não havia em nenhum ponto do município,
nem mesmo nas áreas centrais da área urbana - o esgoto corre pelas sarjetas
antes de cair nos riachos locais. O Consórcio Norte Energia, responsável por
Belo Monte, assinou o compromisso de junto com a usina providenciar água e
esgoto para toda a cidade de Altamira, mas as obras estão atrasadas.[14]
Os conflitos que historicamente
marcam a ocupação da Amazônia estão reproduzidos em Altamira, com garimpeiros,
índios, agricultores e ribeirinhos se confrontando.[18]
Altamira teve o maior numero de
homicídios do Brasil, segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) divulgados em junho de 2017. Segundo o Atlas da Violência, o número
de homicídios está diretamente ligado a construção da Usina Hidrelétrica de
Belo Monte.[19]
Cultura[editar | editar código-fonte]
Dançarinos do Grupo Folclórico Rosa
dos Ventos em 2012.
Na segunda semana de Junho ocorre o
Festival Folclórico de Altamira organizado pela AGFAL (Associação dos Grupos
Folclóricos de Altamira).[20] O evento ocorre desde 2003 e é considerada a
maior festa cultural da Transamazônica e consta no calendário municipal de eventos
da cidade. É realizado em três noites de festa começando na quinta-feira e
terminando no sábado, com apresentação de três grupos por noite. Em alguns anos
a data em que ocorreu o evento foi alterada, como no caso de 2015 que o evento
foi realizado em Agosto. O dia da divulgação do resultado do grupo campeão e
feito no domingo seguinte com a apuração das notas dos jurados.
O evento nada mais é que uma
competição de danças típicas da região norte do país em especial do estado do
Pará como o Carimbó, o Siriá, o Retumbão, a Toada e o Sirimbó, incluindo
inclusive a Quadrilha Junina que é da cultura da região nordeste. O evento é
bem semelhante a Festa do Sairé que é realizada em Santarém também no estado
com Pará, mas com algumas diferenças.
O festival é disputado por nove
Grupos Folclóricos são eles: Rosa dos Ventos, Cisne Branco, Flor da Juventude,
Tradição Aparecida, Nova Geração, Beija-Flor, Cheiro do Pará, Explosão Bela
Vista, Explosão do Pará. Até o ano de 2014 o Movimento Folclórico de Altamira
era composto por dez grupos, até que o Grupo Folclórico Furacão Anchieta
resolveu encerrar suas atividades.
Atualmente os grupos que possuem mais
títulos são Rosa dos Ventos e Tradição Aparecida com quatro no total; seguido
por Cisne Branco com três, e Flor da Juventude e Beija-flor com dois.
Os demais grupos Explosão Bela Vista,
Nova Geração, Explosão do Pará e Cheiro do Pará por enquanto não possuem nenhum
título.
Cada grupo tem no mínimo 30 mim de
apresentação e no máximo 40 mim onde uma banca de jurados que julgam o grupo em
8 quesitos alguns deles são harmonia, traje típico, sincronismo, evolução,
coreografia, temática, conjunto e etc. Além disso também tem as apresentações
da misses folclore representando cada grupo que são julgadas à parte, ou seja a
pontuação da miss não diminui e nem acrescenta nota ao grupo.
Apresentação da Miss Folclóre Herlen
Carvalho pelo Grupo Cisne Branco em 2013.
O evento ocorre anualmente em um
Ginásio Esportivo do município.
Ano Grupos Folclóricos
Campeões Misses Folclóre Campeãs
2003
Cisne Branco Sem Dados
2004
Flor da Juventude Sem Dados
2005
Flor da Juventude Sem Dados
2006
Cisne Branco Sem Dados
2007
Tradição Aparecida Sem Dados
2008
Rosa dos Ventos Sem Dados
2009
Cisne Branco Sem Dados
2010
Tradição Aparecida Sem Dados
2011
Rosa dos Ventos Brenda Malena (Rosa dos Ventos)
2012
Rosa dos Ventos Herlen Carvalho (Cisne Branco)
2013
Rosa dos Ventos Raquel Pires (Cheiro do Pará)
2014
Beija-Flor Raquel Pires (Cheiro
do Pará)
2015
Tradição Aparecida Kinderlly
Pantoja (Flor da Juventude)
2016
Tradição Aparecida Herlen
Carvalho (Cisne Branco)
2017
Beija-Flor Larissa Silva
(Cheiro do Pará)
Biodiversidade[editar | editar
código-fonte]
Floresta Nacional de Altamira
Superfície: 689.012 hectares.
Bioma: Amazônia 100%
Floresta Ombrófila Aberta 74%
Floresta Ombrófila Densa 23%
A Flona de Altamira é uma das portas
de entrada para a Terra do Meio, situada entre os rios Xingu e Tapajós, no
estado do Pará. Cercada por terras indígenas, a região possui uma das maiores
áreas de floresta relativamente não perturbadas na Amazônia Oriental.
A região é de importância crítica
para a vida selvagem, abrigando numerosas espécies animais ameaçadas, incluindo
onças, jacarés-açus, macacos-aranha, cuxiú da cara branca e tamanduás.
As maiores concentrações
remanescentes de mogno (Swietenia macrophylla) no Brasil estão localizadas na
Terra do Meio e nas terras indígenas dos arredores.
A Floresta Nacional de Altamira é
também importante para a proteção de comunidades indígenas situadas em suas
proximidades, funcionando com zona tampão para as terras indígenas Baú, Xipaia
e Curuá[21].
Hidrografia[editar | editar
código-fonte]
Rio Xingu
Rio Iriri
Rio Curuá
Rio Catete
Rio Chiché
Riozinho do Amfrísio
Rio Iriri Novo
Rio Ximxim
Riozinho Jucatã
Rio Carajaí
Rio Novo
Rio Ituna
Rio Ipiaçava
Nenhum comentário:
Postar um comentário