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terça-feira, 22 de abril de 2014

Após morte de delegado, ‘Família do Norte’ expande ações no interior do Amazonas

Pelo rio, 'Terra da Ciranda' se transformou em porta de entrada de grande parte das drogas que abastecem Manaus
Investigações para elucidar a morte do delegado de Polícia Civil Oscar Cardoso levaram a polícia a descobrir que a facção criminosa denominada “Família do Norte” (FDN), expandiu suas ações de Manaus para os município da região Metropolitana. Em dois deles os traficantes montaram bases que são usadas para armazenar armas e drogas ou ainda servir de refúgio e esconderijo para criminosos fugitivos.
As bases de apoio estão localizadas em Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus) e Rio Preto da Eva (a quilômetro de Manaus). A estrutura do crime conta com empresas de compra, venda e aluguel de carros comandadas por “laranjas” que na verdade são usadas para fazer a lavagem de dinheiro do tráfico. A facção também mantém o domínio das cadeias, onde estão presos os principais líderes e de onde são dadas as ordens a serem executadas.
Essas e outras informações fazem parte do inquérito policial que investiga a morte do delegado Oscar e que ainda não foi concluído. A Crítica teve acesso a relatórios parciais que confirmam que, para a polícia, um dos envolvidos é o traficante de droga e líder da FDN João Pinto Carioca o “João Branco”, que ainda está foragido.
Estratégia

Manacapuru é um dos pontos estratégico dos criminosos para receber e distribuir remessas de droga e de armas. Segundo as investigações, a droga chega de barco e é guardada na “base”, localizada, próximo ao balneário do Miriti (a 7 quilômetros da sede do município).
De lá o entorpecente sai, em pequenas porções, para abastecer bocas de fumo em Manaus ou ainda de barco para outros Estados. Segundo os moradores, uma base foi construída recentemente e funcionou por pouco tempo como restaurante e é nesse local que os criminosos se reúnem para planejar os crimes.
O comandante do 9º Batalhão da PM de Manacapuru, major Anderson Pereira, disse que com a inauguração da ponte Rio Negro a cidade recebeu benefícios e malefícios. Novas modalidades de crimes que antes não eram registrados estão acontecendo: crimes de pistolagem, tráfico potencializado, roubos a transeuntes e assaltos a pontos comerciais .
Sítio

No fim de semana a polícia prendeu em flagrante o pistoleiro Ítalo Jordão Silva de Sá, o “Gordinho”. Segundo informação da polícia, ele tentou matar o traficante Janderson Gonçalves Nogueira o “Buda”, que comanda o tráfico de droga na cidade. Gordinho estava sendo procurado pela polícia acusado dos crimes dos traficantes de drogas dos irmãos Jacob Jessé França Dias, 28, o “Jacozinho”; Joelson Dias Franças, 29, o “Jojoba”, e Jeferson Dias França, o “Jefinho”, conhecidos como “Irmãos Metralha”, ocorridos em 2012.
Buda foi abordado na praça Cohabam no Centro de Manacapuru por dois homens que estavam em uma motocicleta. O que estava na garupa desceu e efetuou seis disparos contra a vítima e fugiu. Buda conseguiu sobreviver. Ele e as pessoas que estavam na praça reconheceram Gordinho como o autor dos disparos. Ele foi preso em flagrante.
Segundo as investigações, um sítio localizado no Km 64 da estrada AM- 010, no Rio Preto da Eva pertencente ao empresário Mário Jorge Nobre Albuquerque, o “Mário Tabatinga”, preso na Venezuela suspeito de ter fornecido o Gran Siena de cor branca e placas NOR-8982 usado no crime do delegado. O local, diz a polícia, é usado como base da organização criminosa para esconder membros fugitivos do sistema penitenciário e também para guardar droga e carros roubados.
Os pontos de negociação de veículos são usados como suporte de sustentação financeira da organização que foram revelados com a prisão do comerciante Arlindo Jorge Teles Macedo, o “Macêdo”, William Rocha Bezerra, 26, e Mário Tabatinga. Eles compravam carros com o dinheiro do tráfico, vendiam ou registravam ocorrência de roubo e escondiam os veículos para receber o seguro. A ação deles ficou comprovada durante as investigações. Eles temem ser mortos e preferem ficar calados.
Policiais

O delegado Oscar Cardoso não era o único marcado para morrer. Investigadores que trabalham na elucidação do assassinato do delegado descobriram que os policiais que trabalhavam com o delegado também estavam na lista de execuções que deveriam acontecer nos dias seguintes.
O crime do delegado foi discutido pelos integrantes da FDN que estão em liberdade em uma peixaria localizada na Zona Centro-Oeste de Manaus. Foi decidido que Oscar seria morto na tarde do dia 9, na hora que estava acontecendo a inauguração da Arena da Amazônia e naquele momento a atenção da segurança estava voltada para aquele evento.
Até ontem a polícia não tinha localizado o principal suspeito do crime, o traficante João Pinto Carioca, o “João Branco”, a polícia acredita que o crime foi praticado por vingança. Ele suspeitava que o grupo de policiais que trabalhava com o delegado na Força Tarefa da Secretaria de Segurança Pública tinha sequestrado e estuprado sua mulher identificada com a Sheila e ainda eram quem extorquia seus gerentes do tráfico, tomava a droga e vendia para grupos rivais.


A Crítica
 

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