As
realizações do setor de infraestrutura ao longo de 2013 nas áreas de rodovias e
aeroportos podem ser resumidas em uma palavra: concessões. Durante o ano, foram
concedidos à iniciativa privada 3,3 mil quilômetros (km) de estradas – número
que poderá chegar a praticamente 4,25 mil com o leilão de mais 936,8 km da
BR-040, entre Brasília e Juiz de Fora (MG), previsto para esta sexta-feira
(27). Com isso, o ano fechará com 81% de aumento da malha federal de rodovias
transferida à iniciativa privada.
Também
foram concedidos à iniciativa privada dois aeroportos: o do Galeão, no Rio de
Janeiro, arrematado pelo consórcio Aeroportos do Futuro por R$ 19 bilhões (ágio
de 293,9% em relação ao valor do lance mínimo); e o de Confins, em Belo
Horizonte, por R$ 1,82 bilhão (ágio de 66%). A concessão do aeroporto carioca
vai durar 25 anos, enquanto o de Minas Gerais durará 30 anos. O modelo adotado
nas concessões impõe que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(Infraero) detenha 49% de participação no grupo.
Com
isso, o Programa de Investimentos em Logística (PIL) contabiliza cinco
concessões aeroportuárias, já que as unidades de Guarulhos e Campinas, em São
Paulo, e de Brasília haviam sido arrematados em 2012. Faz parte dos planos do
governo investir na infraestrutura de 270 aeroportos regionais, Em agosto, o
ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira
Franco, anunciou que está finalizando o edital de licitação dos primeiros 45 a
receberem investimentos para ampliação de pista e pátio, e para a melhoria de
equipamentos tecnológicos de segurança de voo.
Quatro rodovias foram
concedidas à iniciativa privada em 2013 – com a confirmação do leilão da
BR-040, esse número subirá para cinco. Em setembro, inaugurando a série de
concessões previstas pelo Programa de Investimentos em Logística (PIL), o
Consórcio Planalto venceu o leilão da BR-050, trecho de 436,6 km entre
Cristalina (GO) e a divisa entre Minas Gerais e São Paulo, ao apresentar
proposta com 42,38% de deságio em relação ao teto apresentado pelo edital. Com
isso, o valor de pedágio ficou em R$ 0,04534 por quilômetro de rodovia. A
estrada será duplicada.
No
mesmo leilão, o governo tentou conceder trecho da BR-262 entre o Espírito Santo
e Minas Gerais. Como não houve interesse de nenhum grupo, o certame não
ocorreu. Em novembro foi a vez de um trecho de 851 km da BR-163, entre a divisa
MT-MS e Sinop (MT), ser leiloado. Com proposta de deságio de 52,03% e tarifa de
R$ 0,02638 por km, venceu a Odebrecht. Muito usada para o escoamento da
produção de grãos do Centro-Oeste, a rodovia também será duplicada.
No
início de dezembro, também com deságio de 52% (e tarifas a um custo médio de R$
0,02851 por km), a Triunfo Participações e Investimentos venceu o leilão de um
lote de 1,176,5 km, abrangendo as BRs 060, 153 e 262, entre Brasília e Betim
(MG). Desse total, 630,2 km eram de trechos das BRs 060 e 153, desde o
entroncamento com a BR-251 (DF) até a divisa entre MG e SP. Os 546 km da BR-262
vão do entroncamento com a BR-153 até o entroncamento com a BR-381 (MG). Aos
529 km já duplicados, serão agregados mais 648 km, pela concessionária.
No dia
17 de dezembro, a Companhia de Participações em Concessões, empresa controlada
pela Andrade Gutierrez, arrematou, com deságio de 52,74% (tarifa de R$ 0,0438
por km), um trecho de 847,2 km da BR-163 que atravessa Mato Grosso do Sul até
chegar a Dourados, na divisa com o Paraná. Serão duplicados 807 km da rodovia.
A exemplo de outro trecho da mesma rodovia, leiloado em novembro, esse fica
localizado mais ao sul e é também muito usado para escoar os grãos produzidos
no Centro-Oeste.
Lançado
em agosto de 2012, o programa de concessões de rodovias contemplava 7 mil km
nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Em todos os editais de concessões
rodoviárias estão previstos, além da duplicação de todos os trechos, serviços
de recuperação, manutenção, conservação, operação, implantação de melhorias e
ampliação de capacidade. Além disso, os pedágios só poderão começar a ser
cobrados após a execução de 10% das obras de duplicação.
Agência Brasil
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