O Senado Federal aprovou, na noite desta terça-feira (17), o Plano
Nacional de Educação (Projeto de Lei 103/2012). O PNE, que tramita há três anos no Congresso Nacional, ainda terá de voltar à
Câmara dos Deputados, por ter sido modificada no Senado. A Casa aprovou o
substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Entre as mudanças, está a inclusão de mais uma meta, a 21, para ampliar
a produção científica brasileira, assunto que não foi tratado em nenhum dos
textos anteriores. A proposta dá ênfase à pesquisa, desenvolvimento e estímulo
à inovação, com a formação de quatro doutores para cada mil habitantes.
“O plano marca avanços, novas metas, estabelece escola inclusiva para
crianças com deficiência”, destacou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM). “Ganham a sociedade civil, o Brasil e as crianças, e sai fortalecida
nossa república.”
O texto começou a ser discutido em plenário na última quarta-feira (11),
mas a votação foi adiada para esta terça-feira. O PNE tem 14 artigos, 21 metas
e 177 estratégias que visam à erradicação do analfabetismo e universalização do
atendimento escolar, com o aumento de vagas em creches e universidades
públicas. O plano prevê também a destinação de 10% do Produto Interno Bruto
(PIB) para a educação e a qualificação dos professores e demais profissionais
da área. Todas as metas devem ser cumpridas nos próximos dez anos.
Um dos principais críticos ao texto é o senador Alvaro Dias (PSDB-PR),
relator do projeto do PNE na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Das 101
mudanças contidas no relatório do senador e aprovadas pela comissão, 47 foram
rejeitadas pelo autor do substitutivo. O texto apresentado por Vital do Rêgo
foi pouco modificado pelo relator de plenário, Eduardo Braga.
Antes do início da votação, Alvaro Dias disse que o substitutivo do
governo não garante o cumprimento das metas. “Consideramos fundamental passar
para a sociedade a convicção de que o plano foi elaborado para ser executado.
Da forma como pretende [o governo], estamos aqui aprovando um plano que tem o
objetivo de gerar expectativa e, a meu ver, falsa expectativa.”
Dias ressaltou que não há garantia de que os 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) sejam investidos em educação, pois não se estabelecem as
responsabilidades e os percentuais que devem advir da União, estados e
municípios. O projeto defendido pelo senador paranaense e aprovado na comissão
estabelecia também metas mais rígidas para a alfabetização e a educação
integral, além de 40% das vagas nas instituições públicas de ensino superior e
50% das vagas no ensino profissionalizante para alunos de escolas públicas.
Para Eduardo Braga, da forma como está redigido o projeto aprovado, é
possível incluir no financiamento público programas como o Financiamento
Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni). “A educação
tem que ser financiada com recursos públicos. Não podemos restringir, ao
contrário, precisamos ampliar”, disse Braga.
Congresso em Foco
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