Com os
serviços que envolvem a cobertura da Arena da Amazônia paralisados desde
o último domingo (15), por determinação da Justiça do Trabalho, depois de pedido
do Ministério Público do Trabalho (MPT), os cerca de 2 mil operários do estádio
da Copa do Mundo de 2014 se concentraram esforços nesta segunda-feira (16) na
execução dos acabamentos das áreas interna e externa da obra.
Enquanto os operários
trabalhavam no calçamento e paisagismo na área externa do estádio multiuso,
além da continuidade na colocação dos assentos e serviços de acabamento e
limpeza nas arquibancadas, ocorria a perícia judicial determinada pela Justiça
do Trabalho iniciou ainda pela manhã.
A comitiva fiscalizadora é
formada por um perito designado pela própria Justiça do Trabalho, juntamente
com membros do MPT da 11º Região e um engenheiro da construtora Andrade
Gutierrez S/A, responsável pelas obras, que estão em 93%.
A perícia foi exigida após a queda do trabalhador Marcleudo de Melo Ferreira de uma
altura de aproximadamente 35 metros que o levou à morte na madrugada do
último sábado (14). O objetivo da perícia foi ampliado para abranger também
diretrizes e medidas de proteção estipuladas pelo órgão jurídico. Os trabalhos
da comitiva continuam na terça-feira (17) até ter material suficiente para a
produção de um laudo.
Trabalhos
continuam
Segundo informações de
Miguel Capobiango, diretor da Unidade Gestora do Projeto da Copa (UGP Copa) a
Arena da Amazônia segue com 93,31% de trabalhos já executados. Antes do
trabalho, segundo ele, houve uma nova conversa para reafirmar os procedimentos
de segurança necessários.
“Hoje (segunda-feira), não
houve nenhuma paralisação dos operários na Arena. No começo do dia, todos
passaram por palestras e revisão dos procedimentos de segurança e depois
seguiram para executar os trabalhos de solo, que estão autorizados pela
Justiça”, afirmou.
Capobiango ainda afirmou
que não se pode confirmar mudanças no cronograma de entrega da obra, uma vez
que isto só poderá ser medido após a regularização dos serviços em altura acima
dos dois metros, que envolvem o trabalho na cobertura do estádio, em andaimes e
guindastes.
Construtora
rechaça negligência
Em nota divulgada à
imprensa, a construtora Andrade Gutierrez afirma que cumpre todas as exigências
de segurança do trabalho e que a família do operário Marcleudo de Melo
Ferreira, que faleceu após cair da cobertura na madrugada de sábado, está
recebendo toda a assistência da empresa em que trabalhava.
Ainda na nota, a
construtora negou que os operários sejam obrigados a trabalhos extenuantes e
sem segurança apropriada. A denúncia foi feita à sites nacionais por Cícero Custódio,
Presidente do Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas.
A empresa afirmou que o
Sindicato "não representa a categoria dos trabalhadores da obra Arena da
Amazônia", e frisou que "cumpre as decisões judiciais e colabora com
a Justiça e órgãos públicos de fiscalização e controle, disponibilizando
registros e documentos relativos aos serviços executados nas nossas
obras".
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