O Laboratório de Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Lapad) da
Universidade do Estado do Pará (Uepa) tem sido reconhecido como uma referência
em triagem neonatal dentro e fora do Brasil. Os testes do pezinho analisados
pelo Laboratório foram certificados pelo Centers for Disease Control and
Prevention (CDC) dos Estados Unidos, e, além disso, continuarão a integrar o
projeto piloto do Ministério da Saúde, que garante o envio de amostras para
análise por meio.
Desde 2002, o Lapad faz parte do Programa de Triagem Neonatal de
Garantia de Qualidade (NSQAP) do CDC, voltado ao alcance de altos níveis de
competência técnica, que inclui treinamento, diretrizes, consultas, ensaios de
proficiência e materiais de referência.
O Programa, que desenvolve o controle de qualidade com 67
países, fornece aos laboratórios participantes amostras em sangue seco
codificadas para análise. A resposta deve ser enviada ao CDC dentro do prazo
estipulado. Se o laboratório não envia a resposta correta, o Programa intervém
imediatamente para identificar e resolver o problema.
A partir de uma avaliação, o NSQAP publica relatórios
trimestrais sobre o desempenho dos laboratórios, e, no final de cada ano, o CDC
prepara e distribui um resumo dos dados e emite um certificado.
Já em 2014, a implantação do projeto piloto de envio de amostras
do ponto de coleta ao Lapad, por Sedex, contribuiu para a otimização da
triagem. A medida, que duraria dois meses, foi prorrogada pelo Ministério da
Saúde até o final deste ano. No Pará, o Lapad é o responsável pela análise dos
exames coletados nos 650 pontos autorizados, distribuídos pelos 144.
Com a redução do tempo entre a coleta e o resultado, o projeto
possibilita o diagnóstico precoce de possíveis doenças. “Antes o material era
enviado pelos municípios, por ambulâncias, pessoas que estariam na cidade ou
pelo próprio posto. Se em alguns casos demoravam até 40 dias, hoje, as amostras
de municípios mais distantes chegam em três ou quatro, pelo Sedex. Agora, todo
o material chega padronizado”, avaliou a coordenadora do Laboratório, Eliete
Silveira.
O Pará foi o único estado da Região Norte a fazer parte do
projeto. Com a prorrogação do prazo, todos os demais estados estão incluídos.
Na Uepa, estuda-se, ainda, a possibilidade de disponibilizar os resultados no
site institucional (www.uepa.br). Para a coordenadora, “com a internet, além de
diminuir as despesas e o tempo de envio, os postos com os resultados em mãos,
já poderão providenciar, imediatamente, o tratamento de possíveis casos
positivos”.
O Lapad realiza quatro testes distintos em cada coleta de sangue
e, de acordo com a classificação do Ministério da Saúde, encontra-se na Fase
III da Triagem Neonatal, que inclui análises da Fibrose Cística,
Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito e Doença Falciforme.
Até o final do ano, mais dois exames serão incluídos na Triagem,
que passará a processar 60 mil exames por mês, já na Fase IV. Esta fase inclui
o tratamento e o acompanhamento da Hiperplasia Adrenal Congênita, doença
genética caracterizada pela baixa produção dos hormônios Cortisol e
Aldosterona, e pelo aumento da produção de hormônios masculinos (Androgênicos),
e o acompanhamento da Doença de Biotinidase, também genética, caracterizada
pela deficiência da Enzima Biotinidase, importante para o metabolismo da
vitamina H, que atua na formação da pele.
Agência Pará
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