Na manhã desta quarta-feira (30),
uma grande revista foi realizada no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), localizado no km 8 da rodovia BR-174 (que liga Manaus a Boa Vista, em
Roraima). A ação, coordenada pela Secretaria Estadual de Justiça e Direitos
Humanos (Sejus), com apoio de várias divisões da Polícia Militar, encontrou
celulares, estoques e drogas, mas a surpresa foi para a cela diferenciada de
"Zé Roberto da Compensa", que tinha aparelhos eletrônicos e até
decoração temática.
A revista começou por volta das 6h30 e
terminou cerca de 13h. Segundo o secretário estadual de Justiça e Direitos
Humanos, Louismar Bonates, a revista propriamente dita foi feita pelos agentes
da Sejus, com os policiais entrando em ação somente para retirar os presos das
celas e reconduzi-los para dentro. Para ele, o caratér dela era rotineiro e foi
feito na área em que ficam os presos em regime fechado.
De acordo com a Sejus,
foram encontrados 20 aparelhos celulares, 14 carregadores de celular, alguns
"estoques" (arma branca de produção caseira) e material supostamente
entorpecente, que será encaminhado à perícia.
O que mais surpreendeu os policiais, no
entanto, foi a mordomia com que o detento José Roberto Fernandes Barbosa,
o “Zé Roberto da Compensa”, um dos chefes dafacção Família do Norte (FDN), vive
dentro da cadeia: sua cela era revestida com azulejos e tinha decoração
temática do clube de futebol Flamengo. Segundo informações extraoficiais, o
local teria, ainda, oito televisores LCD e quatro videogames Sony Playstation,
sendo supostamente usado apenas pelos líderes dos detentos.
A assessoria de imprensa do
órgão informou que desconhece a situação da cela de "Zé Roberto". Já
o diretor regional da empresa Humanizare, responsável pela administração do
presídio, identificado apenas como Ronny, quando questionado pelo JORNAL A
CRÍTICA sobre a situação do preso, não quis comentar o assunto.
As divisões da Polícia Militar que
participaram da revista foram o Comando de Policiamento Especial (CPE), a Ronda
Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), o Comando de Operações Especiais (COE), o
Esquadrão Anti-Bombas, a Cavalaria e o Canil. Ao todo, 90 homens estiveram no
Compaj devido a ação.
A situação do Compaj segue complicada: dos
seis detentos que escaparam do regime fechado do local no último sábado (26) -
que inclui um dos líderes da facção FDN -, apenas um foi recapturado.
A Crítica
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