O delegado do Grupo Força Especial de Resgate
e Assalto ( Fera), Fábio Silva, informou que a polícia trabalha com
a hipótese de que os três suspeitos de participar da quadrilha que fraudava a emissão de carteiras de
habilitação no Amazonas ainda
foragidos estão no interior do Estado.
"Conforme
o andamento das investigações, acreditamos que eles tenham fugido para o
interior do Amazonas no intuito de reunir mais pessoas, abrir novas
auto-escolas e dar sequência ao esquema fraudulento da quadrilha",
comentou o delegado responsável pelas investigações do caso. A identidade dos
foragidos e suas respectivas auto-escolas não foram divulgadas para não
comprometer as investigações.
Segundo
Fábio Silva, os outros doze envolvidos, entre instrutores de auto-escolas e
examinadores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), já foram ouvidos
pelo grupo Fera, que trabalha em parceria com a Secretaria-Adjunta de
Inteligência (Seai) da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e encaminhados
para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus.
O delegado
afirmou ainda que acredita que, em breve, todos os envolvidos na quadrilha
serão capturados e presos. "A pedido do próprio Detran nós demos início a
esta investigação há cerca de quatro meses. Com este tempo de preparo tivemos o
cuidado de pegar os cabeças da gangue, justamente para desmantelá-la.
Capturando os três restantes, a quadrilha estará eliminada", afirmou.
De acordo
com Fábio Silva, as 1850 pessoas que tiveram suas CNHs fraudulentas canceladas
poderiam, se analisadas individualmente, serem acusadas de corrupção ativa,
contudo, para ele, a absoluta maioria foi vítima de extorsão.
"Cerca
de 99,9% destas pessoas foram vítimas de extorsão por parte de funcionários do
Detran ou de auto-escolas. Os candidatos são constantemente reprovados nas
provas, até o momento em que um funcionário aprova essa pessoa mediante
pagamento prévio de determinado valor. Sob pressão, e com medo de perder o
processo, o candidato acaba cedendo e paga para passar", concluiu o
delegado.
Segundo o
diretor-presidente do Detran-AM, Leonel Feitoza, todas as pessoas que tiveram
suas carteiras canceladas terão que refazer todo o processo, desde o início.
"Para tanto, estas pessoas que tiveram suas CNHs canceladas deverão
refazer todo o processo, incluindo os exames médicos, as aulas e os testes",
afirmou o presidente.
Para
Leonel Feitosa, caso a população não procurasse esse tipo de "atalho"
na hora de obter a CNH, a quadrilha não teria durado tanto tempo.
"Infelizmente, a culpa não é somente dos instrutores e examinadores
corruptos, a culpa é também da população, que procura e alimenta o crime. Se
ninguém procurasse, não haveria pessoas oferecendo a carteira
fraudulenta", opinou ele.
O
presidente ressaltou ainda que, quando assumiu o cargo, em março de 2013, já
havia denúncias dos próprios funcionários sobre a ação criminosa de
certos colegas de trabalho que, mediante pagamento, faziam alterações no
sistema e aprovavam candidatos considerados inaptos a obter a CNH.
Segundo
ele, para resolver o problema da falta de funcionários, outros que possuam o
curso de examinador estão sendo temporariamente remanejados da sede do
Detran-AM para o pátio de testes. "No momento não faremos concursos para
novos examinadores", concluiu o presidente.
D24Am
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