Dois vereadores de Nova Ubiratã, Mato Grosso, Reinaldo de Freitas,
conhecido por “Freitas”, e José Itamar Marcondes, o “Itamar” foram presos, na
manhã desta quarta feira (16), na operação realizada pelo Ministério Público Estadual e Grupo de
Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Eles são acusados de
chefiarem o tráfico de drogas no município, informa a assessoria da promotoria e
foram encaminhados para o Centro de Ressocialização em Sorriso. O vereador
Itamar também responderá por porte ilegal de armas. No momento da prisão, o
Gaeco encontrou em seu poder um revólver calibre 38.
Também foram cumpridos
mandados de busca e apreensão. De acordo com o Ministério Público, além dos
vereadores mais seis pessoas foram denunciadas e já estavam presas. Elas são
acusadas de tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menor. A
denúncia inclui, ainda, dois advogados que não estão presos, mas irão responder
por coação no curso do processo, ameaça e oferecimento de vantagem indevida
para alteração de depoimentos.
Consta na denúncia, que integrantes do grupo
chegaram a oferecer uma quantia de R$ 15 mil para a execução de policiais
militares que atuavam no caso. Os acusados, segundo o MPE, praticaram de forma
reiterada os crimes de tráfico de drogas previstos no artigo 33 da Lei
11.343/06. Além da venda de entorpecente, eles adquiriram, preparam,
transportaram, armazenaram e ofereceram o produto para consumo. A comercialização
da droga, conforme o MPE, foi realizada, inclusive, dentro da Cadeia Pública de
Nova Mutum e em uma escola da cidade de Nova Ubiratã.
Os entorpecentes, segundo
o Ministério Público, eram adquiridos em Cuiabá e Sorriso e guardados em um
depósito que funcionava dentro de estabelecimento comercial, na cidade de Nova
Ubiratã. O local era utilizado como ponto de encontro dos traficantes que, sob
o pretexto de cortar o cabelo, se reuniam para preparar e combinar a venda dos
entorpecentes. Para isso, menores eram cooptados para fazer a distribuição.
As
porções de droga, conforme o MPE, eram embaladas e preparadas em pequenas
trouxas amarradas com fio dental e comercializadas a R$ 20,00, R$ 30,00 e R$
50,00. Existia, ainda, a opção por porções maiores, denominadas “Caixa”, cujo
valor era de R$ 200,00.
Conforme o Ministério Público, a "quadrilha
começou a ser desbaratada com a operação Pistolagem em Neve Branca” realizada
pela Polícia Judiciária Civil em parceria com a Polícia Militar. Foi
constatado, durante as investigações, que a associação criminosa era chefiada
pelos vereadores Reinaldo de Freitas e José Itamar Marcondes. Além deles,
também foram denunciados Geovane Melo Silva, Alessandro Almeida Miranda, Iago
Vinícius de Santos Silva, Neimar Gilberto Sousa Rosa, Walter Djones Rapuano e
Antonio Lenoar Martins".
Outro lado
O advogado João Carneiro Neto disse,
ao Só Notícias, que está acompanhando o trabalho do GAECO. "O que
aconteceu e por que da prisão preventiva dos vereadores não tem nada relacionado
com a câmara municipal de Nova Ubiratã. As acusações são contra os dois
vereadores e não contra o poder legislativo. O presidente da câmara também está
se inteirando dos fatos para se posicionar oportunamente quanto as providências
que devem ser tomadas na esfera legislativa", declarou.
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