Começou na quinta-feira,
dia 24, a 1ª audiência que vai julgar o episódio de tríplice homicídio que
aconteceu no município de Itaituba, no Oeste do Pará, cujo principal suspeito
de ter sido o mandante dos crimes é o advogado Altair dos Santos, que era
esposo da também advogada Leda Marta Lucky dos Santos, que foi assassinada
brutalmente, juntamente com sua funcionária Hellen Tainara de Siqueira e a
filha Hanna Stela que se estivesse viva estaria com 10 anos.
O crime atualmente
considerado como o mais monstruoso de Itaituba, chocou pela forma com que agiu
o criminoso que impiedosamente esfaqueou as três vítimas, sem que elas tivessem
a menor chance de defesa. O criminoso, Dejacir Ferreira de Souza, considerado
psicopata, é também viciado em drogas, fatores esses que contribuíram para que
agisse com instinto animalesco de matar de maneira brutal e insana.
O caso se desenrola há
quase seis meses e desde o dia o dia 22 de fevereiro deste ano que o crime
ainda se faz presente na opinião pública que clama por justiça tendo em vista
que o autor da verdadeira chacina Dejacir Ferreira de Souza já tem prisão
preventiva decretada, mas ainda não foi encontrado pela Polícia e continua
foragido apesar de milhares de cartazes espalhados com sua foto e proposta de
recompensa para quem desse uma informação precisa sobre seu paradeiro. Apesar
de vários pedidos na justiça para que respondesse em liberdade, Altair dos
Santos ficou preso e a justiça acatou as denúncias feitas pelo MPE, que
redundou nessa primeira audiência que começou ontem, quinta-feira, dia 24. A
Justiça acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público, e definiu a data
para a primeira audiência com o acusado.
Dra. Cristina Bueno, presidente da OAB |
A informação foi dada
pela presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Itaituba,
advogada Cristina Bueno. “A presidente da OAB disse que estão sendo ouvidas as
testemunhas de acusação e, na seqüência, de defesa. Posteriormente o próprio
acusado também será ouvido. “Por sinal, já temos aqui em Itaituba a presença do
pai e da irmã da Leda, que também vão participar depondo na 1ª audiência”,
ressaltou Dra. Cristina Portinho Bueno.
ENTENDA
O CASO: A
advogada Leda Marta, de 44; sua funcionária Hellen Taynara, de 22; e a pequena
Hannah Stela foram assassinadas com requinte de perversidade no interior da
loja Belíssima Moda Íntima, que pertencia à advogada. O crime ocorreu em 22 de
fevereiro deste ano. Dra. Cristina Bueno e uma comissão de advogados com apoio
da OAB/PA acompanharam todo o caso cobrando investigações com resultados,
denunciando na imprensa.
Com a repercussão do
triplo assassinato, Altair dos Santos, também advogado e ex-marido de Leda
Marta, passou a ser o principal suspeito como mandante da chacina. Com frieza
extrema durante o período em que foi preso e mesmo diante da imprensa o acusado
fez mistério negando seu envolvimento no caso. Mas os fortes índicos
encontrados na investigação mantiveram Altair dos Santos na cadeia.
Se viva estivesse, Hanna
Stela na segunda-feira, dia 21 de julho, teria completado 10 anos de vida. Na
terça-feira, dia 22, a data fatídica e traumatizante para os amigos e parentes
de Leda e demais vítimas completou cinco meses. Quanto ao julgamento, foi
proposta uma ação de manifesto com faixa e cartazes contra o acusado de ter
sido o mandante do crime, mas a idéia foi rechaçada predominando o bom senso de
que a justiça deverá fazer seu papel julgando e fazendo justiça. Com isso,
estava previsto para que não houvesse manifestações na quinta-feira, dia 24.
Leda Marta Lucyk dos
Santos se firmava na carreira de advogada e já ocupava o cargo de procuradora
do Município, mas não teve chance de viver a vida como deveria. A colaboradora
de Leda, Hellen Taynara de Siqueira, estava iniciando no mercado. Estudiosa e
dedicada ao trabalho, Taynara também teve a vida arrancada de forma violenta. O
maior choque foi por conta da morte da pequena Hannah Stela, apenas uma criança
que estava no local errado quando a monstruosidade de um homem, viciado em
drogas e com a mente deturpada, que não via nada adiante, a não ser o desejo
insano de matar. Altair dos Santos, também advogado, pai de Hannah e ex-marido
de Leda Marta, foi apontado como o mandante e preso em sequência.
TESTEMUNHAS
ESTÃO SENDO OUVIDAS: Vinte
e três testemunhas de acusação do triplo homicídio estão sendo ouvidas desde
quinta-feira (24). De acordo com as investigações foi o ciúme que provocou a
morte de leda marta. Para a Polícia o ex-marido Altair do Santos não aceitava a
separação e resolveu se vingar encomendando a morte da ex-mulher. O depoimento
é recheado de testemunhos de pessoas que presenciaram ou ouviram falara das
ameaças que Leda recebia, e também pessoas que testemunharam agressões mútuas
do casal. A Polícia também chegou à conclusão que a pequena Hanna, filha do
casal, não deveria ter morrido. A empregada Taynara Cristina também não estava
nos planos do assassino. Dejacir resolveu matar as duas para não deixar
testemunhas.
FORTE
APARATO DE SEGURANÇA: A
Justiça organizou um forte aparato de segurança para a primeira audiência de
instrução do advogado Altair dos Santos. Cerca de 21 Homens do Grupo Tático
Operacional da Polícia Militar (GTO-PM) foram convocados para garantir a
segurança na área do Fórum. A exemplo do que aconteceu por ocasião da audiência
sobre o caso do assassinato do índio Lelo Akai, quando a Justiça enfrentou dificuldades
com as manifestações de protesto em frente ao Fórum, o diretor do Judiciário em
Itaituba, juiz Claytoney Passos, decidiu agir de forma preventiva e determinou
a criação de um aparato de segurança, envolvendo órgãos de trânsito e homens do
Grupamento Tático da Polícia Militar. As ruas e travessas no entorno do Fórum
foram interditadas e o acesso ao ambiente da audiência foi limitada ao juiz
criminal, aos advogados, Promotoria de Justiça, ao próprio acusado e às
testemunhas de defesa e acusação. O juiz Claytoney passos não permitiu o acesso
à imprensa, já que o caso tramita em segredo de Justiça. Os jornalistas estão
restritos à área externa do Fórum e poderão fazer imagens através dos vidros
das portas, que ficarão guarnecidas pela força policial.
Os depoimentos das
testemunhas que começaram ontem, devem terminar somente nesta sexta-feira.
O Impacto, por:
Nazareno Santos
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