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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Advogado acusado de crime senta no banco dos réus

Altair dos Santos é apontado como mandante da morte de Leda, Hannah e Taynara
Começou na quinta-feira, dia 24, a 1ª audiência que vai julgar o episódio de tríplice homicídio que aconteceu no município de Itaituba, no Oeste do Pará, cujo principal suspeito de ter sido o mandante dos crimes é o advogado Altair dos Santos, que era esposo da também advogada Leda Marta Lucky dos Santos, que foi assassinada brutalmente, juntamente com sua funcionária Hellen Tainara de Siqueira e a filha Hanna Stela que se estivesse viva estaria com 10 anos.

O crime atualmente considerado como o mais monstruoso de Itaituba, chocou pela forma com que agiu o criminoso que impiedosamente esfaqueou as três vítimas, sem que elas tivessem a menor chance de defesa. O criminoso, Dejacir Ferreira de Souza, considerado psicopata, é também viciado em drogas, fatores esses que contribuíram para que agisse com instinto animalesco de matar de maneira brutal e insana.

O caso se desenrola há quase seis meses e desde o dia o dia 22 de fevereiro deste ano que o crime ainda se faz presente na opinião pública que clama por justiça tendo em vista que o autor da verdadeira chacina Dejacir Ferreira de Souza já tem prisão preventiva decretada, mas ainda não foi encontrado pela Polícia e continua foragido apesar de milhares de cartazes espalhados com sua foto e proposta de recompensa para quem desse uma informação precisa sobre seu paradeiro. Apesar de vários pedidos na justiça para que respondesse em liberdade, Altair dos Santos ficou preso e a justiça acatou as denúncias feitas pelo MPE, que redundou nessa primeira audiência que começou ontem, quinta-feira, dia 24. A Justiça acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público, e definiu a data para a primeira audiência com o acusado.
Dra. Cristina Bueno, presidente da OAB
Dra. Cristina Bueno, presidente da OAB
A informação foi dada pela presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Itaituba, advogada Cristina Bueno. “A presidente da OAB disse que estão sendo ouvidas as testemunhas de acusação e, na seqüência, de defesa. Posteriormente o próprio acusado também será ouvido. “Por sinal, já temos aqui em Itaituba a presença do pai e da irmã da Leda, que também vão participar depondo na 1ª audiência”, ressaltou Dra. Cristina Portinho Bueno.

ENTENDA O CASO: A advogada Leda Marta, de 44; sua funcionária Hellen Taynara, de 22; e a pequena Hannah Stela foram assassinadas com requinte de perversidade no interior da loja Belíssima Moda Íntima, que pertencia à advogada. O crime ocorreu em 22 de fevereiro deste ano. Dra. Cristina Bueno e uma comissão de advogados com apoio da OAB/PA acompanharam todo o caso cobrando investigações com resultados, denunciando na imprensa.

Com a repercussão do triplo assassinato, Altair dos Santos, também advogado e ex-marido de Leda Marta, passou a ser o principal suspeito como mandante da chacina. Com frieza extrema durante o período em que foi preso e mesmo diante da imprensa o acusado fez mistério negando seu envolvimento no caso. Mas os fortes índicos encontrados na investigação mantiveram Altair dos Santos na cadeia.

Se viva estivesse, Hanna Stela na segunda-feira, dia 21 de julho, teria completado 10 anos de vida. Na terça-feira, dia 22, a data fatídica e traumatizante para os amigos e parentes de Leda e demais vítimas completou cinco meses. Quanto ao julgamento, foi proposta uma ação de manifesto com faixa e cartazes contra o acusado de ter sido o mandante do crime, mas a idéia foi rechaçada predominando o bom senso de que a justiça deverá fazer seu papel julgando e fazendo justiça. Com isso, estava previsto para que não houvesse manifestações na quinta-feira, dia 24.

Leda Marta Lucyk dos Santos se firmava na carreira de advogada e já ocupava o cargo de procuradora do Município, mas não teve chance de viver a vida como deveria. A colaboradora de Leda, Hellen Taynara de Siqueira, estava iniciando no mercado. Estudiosa e dedicada ao trabalho, Taynara também teve a vida arrancada de forma violenta. O maior choque foi por conta da morte da pequena Hannah Stela, apenas uma criança que estava no local errado quando a monstruosidade de um homem, viciado em drogas e com a mente deturpada, que não via nada adiante, a não ser o desejo insano de matar. Altair dos Santos, também advogado, pai de Hannah e ex-marido de Leda Marta, foi apontado como o mandante e preso em sequência.

TESTEMUNHAS ESTÃO SENDO OUVIDAS: Vinte e três testemunhas de acusação do triplo homicídio estão sendo ouvidas desde quinta-feira (24). De acordo com as investigações foi o ciúme que provocou a morte de leda marta. Para a Polícia o ex-marido Altair do Santos não aceitava a separação e resolveu se vingar encomendando a morte da ex-mulher. O depoimento é recheado de testemunhos de pessoas que presenciaram ou ouviram falara das ameaças que Leda recebia, e também pessoas que testemunharam agressões mútuas do casal. A Polícia também chegou à conclusão que a pequena Hanna, filha do casal, não deveria ter morrido. A empregada Taynara Cristina também não estava nos planos do assassino. Dejacir resolveu matar as duas para não deixar testemunhas.

FORTE APARATO DE SEGURANÇA: A Justiça organizou um forte aparato de segurança para a primeira audiência de instrução do advogado Altair dos Santos. Cerca de 21 Homens do Grupo Tático Operacional da Polícia Militar (GTO-PM) foram convocados para garantir a segurança na área do Fórum. A exemplo do que aconteceu por ocasião da audiência sobre o caso do assassinato do índio Lelo Akai, quando a Justiça enfrentou dificuldades com as manifestações de protesto em frente ao Fórum, o diretor do Judiciário em Itaituba, juiz Claytoney Passos, decidiu agir de forma preventiva e determinou a criação de um aparato de segurança, envolvendo órgãos de trânsito e homens do Grupamento Tático da Polícia Militar. As ruas e travessas no entorno do Fórum foram interditadas e o acesso ao ambiente da audiência foi limitada ao juiz criminal, aos advogados, Promotoria de Justiça, ao próprio acusado e às testemunhas de defesa e acusação. O juiz Claytoney passos não permitiu o acesso à imprensa, já que o caso tramita em segredo de Justiça. Os jornalistas estão restritos à área externa do Fórum e poderão fazer imagens através dos vidros das portas, que ficarão guarnecidas pela força policial.

Os depoimentos das testemunhas que começaram ontem, devem terminar somente nesta sexta-feira.





O Impacto, por: Nazareno Santos


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