A polícia investiga uma possível ligação dele com o
PCC.
delegado Fábio Pinheiro Lopes, do
Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, afirmou
nesta terça-feira (3), que o líder da quadrilha que construiu o
túnel para roubar o Banco do Brasil na Zona Sul da capital paulista,
Alceu Ceu Gomes Nogueira, foi um dos idealizadores do roubo à transportadora de
valores Prosegur, no Paraguai, no primeiro semestre deste ano. A polícia ainda
investiga uma possível ligação dele com o PCC.
"Esse
Alceu é um dos mentores lá do roubo do Paraguai. Esse último que teve, da
Prosegur. Ele é um dos mentores. Só que isso aí a gente vai conseguir comprovar
só agora durante as investigações", disse em entrevista coletiva concedida
na manhã desta terça-feira, no Centro da cidade.
No último mês
de abril, homens fortemente armados invadiram a sede da Prosegur, em Ciudad del
Este, naquele que, segundo jornais locais, foi o maior assalto da história do
país. Quase US$ 12 milhões, ou R$ 37 milhões, foram roubados - parte do valor
foi recuperado posteriormente.
De acordo com o
delegado, integrantes da quadrilha presa na noite desta segunda-feira (2)
também são suspeitos de participar de outros crimes notórios no país.
"A gente acredita que estejam
[envolvidos] no assalto ao Banco Central e até naquele roubo na Avenida
Paulista, a cofres particulares", afirmou Lopes.
O assalto ao
Banco Central ocorreu em Fortaleza, em 2005, também via construção de um túnel.
Na oportunidade, porém, a ação dos bandidos foi bem-sucedida. Segundo
estimativas da Polícia Federal, com base no peso das cédulas roubadas, R$ 164
milhões foram levados.
Já no caso do
crime na Avenida Paulista, assaltantes roubaram uma grande quantia em dinheiro
e joias de uma agência do Itaú, mas os valores não foram divulgados. A ação dos
criminosos demorou cerca de dez horas e o caso só veio à tona oito dias depois
de acontecer. Mais de 150 cofres de clientes foram revirados.
Além de Alceu, que tem diversas
passagens pela polícia e já era procurado por formação de quadrilha, outras 15
pessoas foram presas por participação na tentativa de assalto ao Banco do
Brasil em São Paulo. Apenas dois dos detidos não tinham histórico criminal.
O delegado
Lopes aproveitou a coletiva desta terça para enaltecer o trabalho dos colegas
de corporação, alvos de crítica no mês passado quando promoveram uma operação
para desmantelar uma quadrilha especializada no roubo de residências, e ela terminou com um grande tiroteio
e dez suspeitos mortos na região do Morumbi.
Distância entre casa alugada por bandidos para construir túnel e o banco é de aproximadamente 500m (Foto: Reprodução/TVGlobo) |
Tunel de cerca de 500 metros que levaria a cofre do Banco do Brasil (Foto: Reprodução/TV Globo) |
"Não teve
nenhum disparo de arma de fogo, nenhum ferido. Mostrou que a Polícia Civil ela
faz um trabalho totalmente legal quando não há reação e quando há reação ela
também responde à altura. As mesmas equipes que às vezes precisam responder à
altura, ontem fizeram um trabalho exemplar, sem nenhum disparo", afirmou
ao lado do governador Geraldo Alckmin, que, à época, também defendeu os agentes no
caso do Morumbi.
G1/SP
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