A defesa de José Vieira Mattos alegou
insegurança em decorrência da repercussão do caso. Uma das vítimas é filha de
um ex-prefeito
Foto: Divulgação/PC |
Sob a relatoria do desembargador Ronaldo Valle, os julgadores da Seção
de Direito Penal deliberaram à unanimidade pela transferência do Júri Popular
ao qual será submetido José Vieira Mattos, acusado de ser o mandante de uma
chacina que vitimou quatro pessoas. O caso ocorreu em Ourilândia do Norte e foi
desaforado para a Comarca de Marabá, Pará, distante 388 quilômetros.
Dentre as vítima do caso estão Jadson Michel Pesconi - filho
de Aparecido Pesconi, ex-prefeito de Ourilândia do Norte -, Manoel de Paulo
Ribeiro Filho, veterinário da Agência de Defesa da Agropecuária do Pará
(Adepará) e os vaqueiros Samuel Santos Oliveira e Josué Francisco Assis Souza.
O crime ocorreu em 8 de outubro de 2015 e teve grande repercussão
estadual. Além de José Mattos, foram pronunciados pelo crime Osvaldo Antônio de
Oliveira, César Duarte Santiago César, Natanael Rosa de Barros e Moiss Rosa
Barros. No caso dos dois últimos o processo foi desmembrado e tramita
separadamente. Os cinco foram presos pela Polícia Civil do Pará uma semana após
as mortes, no dia 15.
O pedido de transferência do Júri foi requerido pela defesa do próprio
acusado, argumentando haver dúvida sobre a necessária imparcialidade dos
jurados e garantia de segurança pessoal de José Mattos. Conforme a defesa, o
crime provocou grande comoção na sociedade local, principalmente pelo fato de
uma das vítimas ser filha de um ex-prefeito. O Ministério Público do Estado do
Pará e o próprio Juízo de Ourilândia manifestaram-se favoráveis ao
desaforamento.
José Vieira Mattos é acusado de ter arquitetado o sequestro de Jadson
Michel Pesconi ao saber que este receberia R$ 1 milhão referente a um
financiamento bancário. Conforme divulgado à época pelo Jornal CORREIO, os
assassinos chegaram na propriedade de Jadson Pesconi, localizada na região
conhecida como Placa Bateia, e renderam os dois vaqueiros.
Os funcionários foram obrigados a telefonarem para o proprietário da
fazenda e instruídos a inventar que havia animais
machucados no local. Jadson então teria entrado em contato com o veterinário da
Adepará e os dois seguiram para a área. Durante a tentativa de sequestro, o
veterinário teria reagido e as quatro vítimas acabaram assassinadas.
Os cinco foram acusados pronunciados
em abril deste ano pelo juiz substituto André dos Santos Canto, respondendo
pela Comarca de Ourilândia do Norte, e ainda não há data marcada para a
realização dos júris. Em relação a José Mattos, ainda foram apreendidos em
posse dele três revólveres calibre 38, utilizados no crime. (Luciana
Marschall)
Correio de Carajás
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