De cada 100 quartos de hotéis em
Manaus, Amazonas, 78 estão desocupados. Após passar por um período de euforia e ganhar
fôlego durante a realização da Copa do Mundo em Manaus, o segmento de hotelaria
da capital amazonense experimenta uma “ressaca” e começa a registrar queda
significativa na taxa de ocupação dos empreendimentos.
O índice de Unidades Habitacionais (UHs) ocupadas que, entre os
dias 12 e 26 de junho, chegou a 90% (4,5 mil apartamentos com reserva) sofreu
uma retração significativa de 68 pontos percentuais. Atualmente a taxa de
ocupação é de 22%, com apenas 1,1 mil apartamentos em uso. As informações foram
divulgadas ontem pela Associação Brasileira da indústria de Hotéis do Amazonas
(Abih-AM).
A movimentação fez crescer o receio de empresários do setor para
um período pós-Copa com muitas vagas ociosas. Para equilibrar os negócios no
segundo semestre, o segmento pretende cobrar de órgãos municipais e estaduais
atenção redobrada ao setor e uma atitude mais agressiva em relação ao turismo
de negócios como forma de alavancar o setor.
Segundo o presidente da entidade, Roberto Bulbol, manter o nível
de ocupação nos próximos meses em um nível razoável vai exigir trabalho do
setor. “A Copa em Manaus foi excelente, nos rendeu bons negócios, deixamos uma
imagem positiva, mas e agora? Precisaremos de apoio de secretarias estaduais e
municipais para promover diferentes modalidades de turismo, caso contrário
muitos negócios na área terão dificuldade em se sustentar”, avaliou.
Para ele, incentivar a realização de feiras nacionais e
internacionais, além de grandes congressos em Manaus, é uma atitude que pode
ajudar o setor a se equilibrar a partir de julho. “Temos estrutura para grandes
eventos e já provamos que sabemos receber. Não podemos ficar na dependência de
eventos pontuais como este ou do movimento gerado por executivos do Polo
Industrial de Manaus. Com ajuda, podemos promover este novo nicho”, observou.
Lucros diluídos
Bulbol explicou que a ocupação de quase a totalidade das UHs em
Manaus foi passageira e se estendeu do último dia 12, quando os jogos tiveram
início, até o dia 26 de junho, data que marcou o fim da participação da capital
amazonense no evento esportivo.
Entretanto ele reforçou que neste período esta ocupação só foi
verificada nas proximidades de dois jogos – Itália x Inglaterra, no dia 14 de
junho e na véspera do jogo de Portugal e Estados Unidos, no dia 22 de junho.
“Porém, até o dia 12, o movimento registrado foi muito fraco e nas proximidades
dos outros dois jogos (Camarões x Croácia e Suíça x Honduras), o número de
hospedagens também foi menor”, detalhou.
O representante explicou que, mesmo com uma taxa de ocupação de
90%, os dias de menor movimento diluíram os resultados e os lucros do setor
durante o mundial para aproximadamente 75%, em média. Entretanto, com o fim dos
jogos, a ocupação caiu drasticamente passando para 22%.
Pós-Copa
Embora grupos de turistas tenham permanecido em Manaus, para
Bulbol, a maior parte deles foi embora de Manaus assim que os jogos terminaram,
para acompanhar o evento em outros Estados. “Eles estão se movimentando em
função da Copa. Até mesmo o número de reservas que fizemos para hóspedes com
destino a Parintins foi inferior. Também sofremos o impacto do turismo
executivo, uma vez que o PIM está parado os empresários não demandam hotéis ”,
salientou.
A Crítica
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