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sábado, 1 de julho de 2017

‘Peixe-humano’ é encontrado a mais de cem metros de profundidade

Descoberta indica que altas pressões não impedem presença do proteus

O proteus é conhecido popularmente como ‘peixe-humano’ por causa da aparência de sua pele - FACEBOOK/Petra Kovač-Konrad
O proteus — espécie rara de salamandra anfíbia apelidada como “peixe-humano“ pela aparência de sua pele — é um dos mais misteriosos animais conhecidos pela ciência. Cego, ele habita cavernas na região dos Bálcãs e pode viver até um século por causa do metabolismo lento. Agora, pesquisadores descobriram que o animal é capaz de sobreviver à pressão a mais de cem metros de profundidade.

— É a descoberta mais profunda de proteus já realizada — disse Petra Kovač-Konrad, pesquisador da Associação Hyla, na Croácia, em entrevista à revista “New Scientist”.

A colônia de Proteus anguinus foi encontrada a 113 metros de profundidade no lago Zagorska, na Croácia. Os pesquisadores correm contra o tempo para identificar novos habitats da espécie, que está sendo afetada pela poluição provocada pela atividade humana. A observação deste anfíbio na natureza é particularmente difícil, pois ele habita sistemas de lagos em cavernas.

Por isso, a Associação Hyla mantém um projeto especificamente para a espécie. Nos últimos seis anos foram identificados cinco novos habitats.

— Nós observamos espécimes em diferentes profundidades no lago, o que confirma a ideia de que a profundidade não é um fator de estresse para os proteus — disse Kovač-Konrad. — Nós também notamos que os proteus preferem partes específicas do sistema de cavernas com menos condições estressantes, como de menor fluxo de água e maior quantidade de sedimentos.

O animal é capaz de suportar pressão a mais de cem metros de profundidade - FACEBOOK/Petra Kovač-Konrad
O pouco que se sabe sobre a espécie vem de observações em cativeiro, sobretudo dos espécimes mantidos num laboratório subterrâneo na caverna Tular, na Eslovênia.

— O estudo de proteus em grandes profundidades é extremamente importante, especialmente quando feito por mergulhadores focados na conservação — disse Gregor Aljančič, diretor do laboratório de Tular, que suspeita que o anfíbio pode suportar profundidades ainda maiores. — Nossos estudos anteriores indicam que o proteus pode lidar com pressões significativas.





O Globo


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