Descoberta indica que altas pressões não impedem presença do proteus
O proteus é conhecido popularmente como ‘peixe-humano’ por causa da aparência de sua pele - FACEBOOK/Petra Kovač-Konrad |
O proteus — espécie rara de salamandra anfíbia
apelidada como “peixe-humano“ pela aparência de sua pele — é um dos mais
misteriosos animais conhecidos pela ciência. Cego, ele habita cavernas na
região dos Bálcãs e pode viver até um século por causa do metabolismo lento.
Agora, pesquisadores descobriram que o animal é capaz de sobreviver à pressão a
mais de cem metros de profundidade.
— É a descoberta mais profunda de
proteus já realizada — disse Petra Kovač-Konrad, pesquisador da Associação
Hyla, na Croácia, em entrevista à revista “New Scientist”.
A colônia de Proteus anguinus foi
encontrada a 113 metros de profundidade no lago Zagorska, na Croácia. Os
pesquisadores correm contra o tempo para identificar novos habitats da espécie,
que está sendo afetada pela poluição provocada pela atividade humana. A
observação deste anfíbio na natureza é particularmente difícil, pois ele habita
sistemas de lagos em cavernas.
Por isso, a Associação Hyla mantém um
projeto especificamente para a espécie. Nos últimos seis anos foram
identificados cinco novos habitats.
— Nós observamos espécimes em diferentes
profundidades no lago, o que confirma a ideia de que a profundidade não é um
fator de estresse para os proteus — disse Kovač-Konrad. — Nós também notamos
que os proteus preferem partes específicas do sistema de cavernas com menos
condições estressantes, como de menor fluxo de água e maior quantidade de sedimentos.
O animal é capaz de suportar pressão a mais de cem metros de profundidade - FACEBOOK/Petra Kovač-Konrad |
O pouco que se sabe sobre a
espécie vem de observações em cativeiro, sobretudo dos espécimes mantidos num laboratório
subterrâneo na caverna Tular, na Eslovênia.
— O estudo de proteus em grandes
profundidades é extremamente importante, especialmente quando feito por
mergulhadores focados na conservação — disse Gregor Aljančič, diretor do
laboratório de Tular, que suspeita que o anfíbio pode suportar profundidades
ainda maiores. — Nossos estudos anteriores indicam que o proteus pode lidar com
pressões significativas.
O Globo
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