Jatene já havia ignorado pedido da Força Nacional no Pará. Em meio ao caos na segurança, o Governo do Estado se viu obrigado a pedir ajuda. (Foto: Agência Brasil/Antonio Cruz) |
O Ministério da Justiça
autorizou a atuação da Força Nacional de Segurança Pública no Pará pelo prazo
de 15 dias. A decisão ocorre em meio ao caos na segurança pública no Estado e
um dia após a megaoperação de varredura e monitoramento dos presídios da
região.
O pedido para envio dos
militares foi feito pelo governador Simão Jatene, que não conteve os altos
índices de criminalidade em todo estado. Hoje, o Pará é o 5º Estado mais violento do país e Altamira é
a cidade mais violenta de todo o território nacional, segundo o Atlas da
Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A operação terá o apoio
logístico dos órgãos de segurança pública do Pará, assim como permissão de
acesso aos sistemas de informações e ocorrências da área da segurança pública.
As equipes da Força Nacional
prestam apoio à segurança pública nos estados e Distrito Federal. É composta
por policiais militares, policiais civis, bombeiros militares e peritos de todo
o país.
A autorização está em portaria
publicada no Diário Oficial da União de hoje (21).
Jatene já havia
ignorado pedido da Força Nacional no Pará
Em junho deste ano,
o ministro da Integração Nacional Helder Barbalho já havia solicitado a atuação da Força Nacional de Segurança Pública no
Pará para ajudar a conter a onda de violência no Estado.
Na época, o Ministro da
Justiça, Torquato Jardim reconheceu a importância da solicitação e destacou a
“situação emergencial” por que passa o Estado. Entretanto, o atendimento só
poderia ser atendido mediante solicitação expressa do governador do Estado do
Pará, que ignorou a situação de calamidade da segurança do Estado e se
manteve omisso em relação ao apoio federal.
Não foi a primeira vez que
o governador Jatene dispensou o apoio da Força Nacional. No
primeiro semestre de 2015, o ministro Helder Barbalho, acompanhado da bancada
federal paraense, esteve no Ministério da Justiça pedindo o envio da Força ao
Estado, no que foi prontamente atendido pelo então ministro José Eduardo
Cardozo.
No entanto, o secretário
Jeannot Jansen dispensou a ajuda, informando que “tudo estava sob controle no
Pará” e não havia razão que justificasse a presença da Força Nacional.
Omissão do
Governo pune principalmente a juventude
Outro dado devastador apontado
pelo Mapa da Violência mostra que a juventude está sendo dizimada pela falta de
ações ordenadas de combate à violência no Pará. Se considerada a população
jovem, fica evidente pelos dados do Ipea que o pico da taxa de mortalidade por
homicídios se dá na faixa entre 15 e 29 anos.
E, se no Brasil essa taxa já é alta e preocupante, de 60 por 100 mil habitantes nessa faixa etária, no Pará a situação é mais grave: 84,2, um aumento de 63,5% entre 2005 e 2015. No total, a realidade fica ainda mais chocante: 1.936 homicídios, ou seja, mais da metade dos crimes ocorridos no ano de 2015 no Estado do Pará atingiram jovens de 15 a 29 anos.
E, se no Brasil essa taxa já é alta e preocupante, de 60 por 100 mil habitantes nessa faixa etária, no Pará a situação é mais grave: 84,2, um aumento de 63,5% entre 2005 e 2015. No total, a realidade fica ainda mais chocante: 1.936 homicídios, ou seja, mais da metade dos crimes ocorridos no ano de 2015 no Estado do Pará atingiram jovens de 15 a 29 anos.
O DOL entrou em contato com
a Secretaria de Segurança Pública do Pará e Defesa Social (Segup) para saber
o que motivou o pedido e para obter detalhes de como funcionará a operação e,
aguarda um posicionamento.
DOL
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