Jornal diz que dez
índios foram mortos por mineradores, de acordo com a Funai
Eles
eram membros de uma tribo "isolada" situada ao longo do rio em uma
parte remota da Amazônia. Então, parece, que eles tiveram a má sorte de encontrar
com mineradores de ouro, diz a matéria publicada nesta segunda-feira (11)
pelo The New York Times.
Segundo a reportagem promotores
federais no Brasil abriram uma investigação sobre o massacre de cerca de 10
membros da tribo, tendo como prova ameaças a grupos indígenas que estão em
ascensão no país.
A agência brasileira de assuntos
indígenas, Funai, disse que apresentou uma queixa ao Ministério Público no
estado do Amazonas depois que os mineiros de ouro foram a um bar na fronteira
com a Colômbia e se gabaram dos assassinatos. Eles brandiram uma pá demão de
escultura quando disseram que vieram da tribo, disse a agência.
"Foi uma conversa de bar",
disse Leila Silvia Burger Sotto-Maior, coordenadora da Funai para tribos não
contactadas e recentemente contactadas.
"Eles até se vangloriaram de
cortar os corpos e jogá-los no rio".
Os mineiros, disse ela, alegaram que
"eles tinham que matá-los ou seriam mortos".
"Há muita evidência, mas precisa
ser comprovada", disse ela.
O promotor encarregado do caso, Pablo
Luz de Beltrand, confirmou que uma investigação havia começado, mas disse que
não poderia discutir os detalhes do caso enquanto estava em andamento. Ele
disse que o episódio teria ocorrido no Vale de Javari - a segunda maior reserva
indígena no Brasil - no remoto oeste.
O
promotor encarregado do caso, Pablo Luz de Beltrand, confirmou que uma
investigação havia começado, mas disse que não poderia discutir os detalhes do
caso enquanto estava em andamento
Times acrescenta que Beltrand afirmou
ser o segundo episódio que ele estava investigando este ano. O primeiro
assassinato de índios não contactados na região ocorreu em fevereiro, e esse
caso ainda está aberto. "Foi a primeira vez que tíivemos esse tipo de caso
nesta região", disse ele em uma entrevista por telefone. "Não é algo
que estava acontecendo antes".
Survival International, um grupo
mundial de direitos indígenas, advertiu que, dado os pequenos tamanhos das
tribos amazônicas isoladas, esse último episódio poderia significar que uma
porcentagem significativa de um grupo étnico remoto foi aniquilado.
"Se a investigação confirmar os
relatórios, será mais um massacre genocida resultante diretamente do fracasso
do governo brasileiro em proteger tribos isolados - algo garantido na
Constituição", disse Sarah Shenker, uma ativista sênior com o grupo de
direitos humanos.
Sob o presidente do Brasil, Michel
Temer, o financiamento para assuntos indígenas foi reduzido. Em abril, a Funai
fechou cinco das 19 bases que ela usa para monitorar e proteger tribos
isolados, e reduziu o pessoal em outros. As bases são usadas para prevenir
invasões por madeireiros e mineiros e para se comunicar com tribos recentemente
contactadas.
Três dessas bases estavam no Vale de
Javari, que é conhecida como Fronteira isolada e acredita-se que seja o lar de
mais tribos não contactadas do que em qualquer outro lugar da Terra.
Aproximadamente 20 das 103 tribos não contactadas registradas no Brasil estão
no Vale.
"Tivemos problemas com os
governos anteriores, mas não assim", disse Sotto-Maior, coordenadora da
Funai.
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