Motivo da agressão ainda não foi esclarecido. Vania
é acusada de matar Marcos Catanio Porto com 11 facadas em dezembro de 2015.
A jovem Vânia Basílio Rocha, condenada por matar o ex-namorado a facadas no ato
sexual, foi agredida por outra presa na terça-feira (19). O caso aconteceu no
presídio feminino de Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho, Rondônia. O motivo
da agressão ainda não foi esclarecido.
Segundo a
direção da unidade, Vânia estava no banho de sol quando outra presa a atingiu
por trás com socos. Em seguida, Vânia caiu no chão e machucou os joelhos. A
detenta agressora tem 39 anos, também cumpre pena por homicídio e não é da
mesma cela de Vânia.
"A
agressão foi flagrada pelas agentes penitenciárias. O motivo ainda não foi
esclarecido", explica o diretor da unidade, Alexsandro Pereira.
Após a
agressão, Vânia pediu para registrar o caso na Polícia Civil. Ela foi levada
para a delegacia, mas o sistema para o registro de boletins de ocorrência não
estava funcionando. Segundo o presídio, Vânia será conduzida novamente à
unidade na quarta-feira (20).
Conforme o
diretor, o presídio feminino irá instaurar um Processo Administrativo
Disciplinar (PAD) para que, além de apurar as causas da agressão, seja efetuada
uma punição adequada à presa autora do delito. A conclusão do processo deve ser
emitida em 30 dias e será encaminhado ao judiciário.
Atualmente, Vânia está em uma cela com mais sete presas. “Ela apresenta comportamento
normal. Estuda, participa de cursos e faz tratamento psiquiátrico”, enfatiza o
diretor.
Questionada
sobre a falta de sistema na delegacia de Vilhena, a Polícia Civil afirma que
irá averiguar os motivos da falha.
Pena
Vânia foi condenada a 13 anos de prisão pelo júri
popular, em setembro de 2016, por ter matado o ex-namorado, Marcos Catanio Porto,
de 26 anos, em dezembro de 2015.
Em junho deste
ano, Vânia teve a pena diminuída para 8 anos e 4
meses de reclusão. A mudança ocorreu após a defesa dela entrar com recurso no
Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO).
Vânia não conseguiu registrar o boletim porque o sistema da polícia civil estava fora do ar (Foto: José Manoel/Rede Amazônica) |
Crime
Horas depois de
ser presa, em dezembro de 2015, Vânia deu uma entrevista ao G1 e confessou o crime. Ela contou que no dia 30
de dezembro ligou para Marcos alegando que queria se despedir, pois iria embora
para outro estado.
Ela então
colocou uma faca de cozinha dentro da bolsa e foi para a casa da vítima, que
havia aceitado receber a visita. O casal foi para o quarto e, durante as
preliminares sexuais, Vânia esfaqueou o ex-namorado.
"Eu tapei
o olho dele. Aí peguei a faca e meti nele. Ele reagiu e veio para cima de mim e
eu fui para cima dele também. Eu enforquei ele e aí comecei a meter [facadas]
em outras partes do corpo dele. Daí, ele gritou socorro e a porta estava
trancada. O irmão dele quebrou a janela. Quando o irmão dele entrou, ele já
estava quase morrendo. Fiquei olhando olho no olho até ele morrer",
relatou Vânia.
Polêmica no Facebook
Uma das
publicações de Vânia mais comentadas no Facebook é o texto de um blog que tinha
como título: "eu não fui uma má namorada, você que me tornou".
Após ser presa e confessar que matou o ex-namorado, usuários criticaram a
postagem.
"Imagina
se fosse boa", escreveu um jovem. "Louca, psicopata, parece que
estava possuída pelo demônio", acrescentou outro usuário. A postagem foi
feita dois dias antes do crime.
O laudo do
Instituto Médico Legal (IML) apontou que Marcos levou 11 facadas, no pescoço, abdômen,
braços, mão e pernas. Segundo um croqui divulgado pela Polícia Civil, a
perfuração de faca no pescoço foi a que causou a morte do rapaz.
Doença mental
Em maio do ano
passado, Vânia foi diagnosticada com sociopatia, com base
nos resultados dos laudos médicos.
Mesmo com o
resultado, o TJ-RO disse que ela não poderia ser isenta de responder por seus
atos judicialmente, pois "apresentou plena capacidade de entender o
caráter criminoso do fato". Com isso, ela foi considerada semi-imputável,
e levada a júri popular.
Vania está cumprindo pena no Presídio Feminino de Vilhena (Foto: Jonatas Boni/G1) |
G1/RO
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