O Dia Mundial da Alfabetização é
comemorado hoje. A data remete à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em 2015
havia no Brasil, 12,9 milhões de analfabetos. No Pará, o analfabetismo
está se reduzindo desde 2011, quando o percentual de pessoas que não sabiam ler
e nem escrever era de 10,6 por cento. Em 2015, a Pnad revelou uma redução
de 9,9%. A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) trabalha em duas vertentes
para reduzir esse indicador: uma é o Programa Nacional de Alfabetização na
Idade Certa (Pnaic) e a outra é o Programa Brasil Alfabetizado (Mova).
A taxa de analfabetismo é um
dos fatores que exigem de todos os níveis de governo um esforço muito grande e
no Pará a alfabetização é ponto de interesse do Programa de Melhoria da
Qualidade e Expansão da Educação Básica, que a Seduc está implantando com
recursos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O foco na qualidade do ensino, sobretudo no
primeiro ciclo escolar, quando ocorre a alfabetização, tem mobilizado os
educadores da Seduc. No primeiro semestre deste ano, a Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Poranga Jucá, localizada no Distrito de Icoaraci,
desenvolveu uma metodologia de alfabetização voltada pela temática da prevenção
e combate ao trabalho infantil. A inovação foi motivada pelo projeto “Escravo,
nem pensar!” do Ministério Público do Trabalho, em parceria com a Seduc.
Nesta escola, onde estudam 1.720 alunos, sendo
600 do Ensino Fundamental I e II, os alunos participaram de atividades sobre o
tema “Trabalho Infantil: não precisamos brincar disso”, que inspirou discussões
sobre a relação do trabalho infantil com o trabalho escravo e o analfabetismo –
informou a diretora da escola, Áurea dos Santos. “Aprender sobre uma temática
social possibilita uma alfabetização mais abrangente” disse a diretora.
A pedagoga Nazaré Vilhena, técnica da Diretoria
de Educação Infantil e Fundamental (Deinf) da Seduc, diz que alfabetizar uma
pessoa é “torná-la capaz de comunicar e se fazer comunicar, em qualquer
situação social, por meio de qualquer linguagem”.
A Seduc desenvolve ações do Pnaic, e presta
assessoramento às escolas municipais, por meio da Deinf, que atua na formação
continuada de professores, coordenadores pedagógicos e de articuladores do
Programa “Novo Mais Educação”, que faz parte do Pnaic.
De acordo com o Censo Escolar da Educação
Básica, em 2016 foram atendidos na rede estadual 204.527 estudantes do 1º ao 9º
ano do Ensino Fundamental; 34.048 alunos eram dos anos iniciais do EF (1º, 2º e
3º anos) - anos primordiais na alfabetização.
Números
Os dados da PNAD 2016 sobre analfabetismo
no Brasil ainda não estão disponíveis; a previsão é que sejam divulgados em
novembro próximo. Mas a PNAD 2015 dá um panorama que aponta redução do número
de analfabetos. Na Região Norte, naquele ano, 9,1 por cento da população era de
analfabetos.
No Pará, a população de 15 anos ou mais que não
sabe ler e escrever vem se reduzindo desde 2011, quando chegou a 10,6 por
cento; em 2015 baixou para 9,9 por cento, depois da taxa se manter na casa de
dois dígitos até 2014.
“A queda desse indicador no Pará reflete o
trabalho que estamos fazendo para mudar a qualidade da educação, de expandir a
cobertura da educação básica e corrigir distorções da trajetória do
aprendizado”, diz a Secretária de Educação, Ana Cláudia Serruya Hage.
Ela acrescenta que “não basta o esforço para
alfabetizar crianças, sendo importante manter os estudantes na escola e fazer
que completem todo o aprendizado básico. O abandono da escola é um desafio que
mobiliza toda a Seduc, sendo um dos eixos do programa que estamos executando
dentro do escopo do Pacto pela Educação”.
Thompson Mota (O Liberal)
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