Ex-ministro era chamado de porquinho pelos colegas
Renato Russo: Geddel era desafeto do cantor Divulgação / Reprodução / NBR |
Preso preventivamentena manhã de
sexta-feira (8), após a PF encontrar R$ 51 milhões em malas de dinheiro em
um apartamento na capital baiana, o ex-ministro Geddel Vieira Lima estudou com
Renato Russo e foi um desafeto do cantor.
Na
década de 1970, os dois foram colegas de escola, no Colégio Marista, em
Brasília.
No
livro Renato
Russo: O filho da Revolução, do jornalista Carlos Marcelo, o
biógrafo conta que Renato considerava Geddel “in-su-por-tá-vel!”.
Apelidado
à época de Suíno, Geddel ia para escola em um Opala verde e era conhecido por
não se dedicar aos estudos. Renato não gostava da postura do aluno e se
distanciava do futuro ministro, que já naquela época profetizava que seria
político, como pode ser visto nesse trecho da publicação.
"Rigoroso
na hora de selecionar os colegas de grupo, ele (Renato) convida Maria Inês
Serra e mais dois ou três felizardos que se mostraram dispostos a executar a
tarefa como ele planejaria. Tinha gostado de trabalhar com Inês em uma pesquisa
sobre cantigas de roda – esforço alheio representava fator decisivo para a
escolha. Deixa claro (a ponto de despertar antipatia e criar fama de chato) que
não carregaria ninguém nas costas. Apesar dos pedidos de colegas como Geddel
Quadros Vieira Lima para entrar no seu grupo pela garantia de notas altas na
avaliação final. Filho do político baiano Afrísio Vieira Lima, o gordinho
Geddel era um dos palhaços da turma. Chegava no colégio dirigindo um Opala
verde, o que despertava a atenção das meninas e a inveja dos meninos – que
davam o troco chamando-o de “Suíno”. Tinha sempre uma piada na ponta da língua;
as matérias, nem sempre.
—
Eu vou ser político!
O
jeitão expansivo garantia popularidade entre os colegas, mas não unanimidade.
“Ele é in-su-por-tá-vel!”, justifica Renato para Maria Inês, dividindo as
sílabas de forma enfática, ao sentenciar a proibição da entrada de Geddel em
seu grupo."
Histórico
Geddel
Vieira Lima foi ministro da Secretaria de Governo de Temer até ser acusado,
pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de pressioná-lo para liberar um
empreendimento imobiliário na Bahia, onde Geddel tem um imóvel e que havia sido
barrado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), subordinado ao
Ministério da Cultura. A área onde está o imóvel é tombada. Após o caso ser
revelado, Geddel pediu demissão,
ainda em novembro do ano passado.
Poucas
semanas depois, Geddel se tornou um dos investigados na Operação Cui Bono, deflagrada no dia
13 de janeiro, que apura irregularidades cometidas na
vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o
período em que foi comandada pelo político baiano.
A
investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de
telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O
teor das mensagens indicam que Cunha e Geddel atuavam para garantir a liberação
de recursos por vários setores da Caixa Econômica a empresas que, após o
recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros integrantes do
esquema, entre eles Fábio Cleto.
Cleto,
que ocupou por indicação de Eduardo Cunha a vice-presidência de Fundos de
Governo e Loterias, foi quem forneceu as primeiras informações aos
investigadores. Em meados do ano passado, ele fechou acordo de colaboração
premiada com a Procuradoria Geral da República.
Em
4 de julho, Geddel foi preso sob
acusação do MPF (Ministério Público Federal) de estar tentando obstruir as
investigações. Nove dias depois, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª
Região) decretou prisão domiciliar a
Geddel, mesmo sem a tornozeleira elotrônica
Além
de Geddel, há outros quatro presos preventivos no âmbito das investigações da
Operação Sépsis Cui Bono. Já estão detidos os ex-presidentes da Câmara, Eduardo
Cunha e Henrique Eduardo Alves, o doleiro Lúcio Funaro e André Luiz de Souza,
todos apontados como integrantes da organização criminosa que agiu dentro da
Caixa Econômica Federal.
No
caso de Cunha, Alves e Funaro, já existe uma ação penal em andamento. Os três
são réus no processo que apurou o pagamento de propina em decorrência da
liberação de recursos do FI-FGTS para a construção do Porto Maravilha, no Rio
de Janeiro. Além deles, respondem à ação, Alexandre Margoto e Fábio Cleto.
1 /27
Os fãs
da Legião Urbana estão em festa. A exposição sobre Renato Russo estreia nesta
quarta-feira (6) em São Paulo. A mostra traz nada mais do que cerca de mil
itens pessoais do cantor. Para saber mais sobre a homenagem, o R7 visitou a emocionante exibição no
MIS
R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário