Metade
da população que vive no município de Melgaço, na Ilha do Marajó, cerca de 290
Km da capital paraense, ainda não sabe ler nem escrever. O analfabetismo é um
dos maiores problemas apontados por um grupo de pesquisadores e ativistas
voltados para a educação pública na Amazônia.
De acordo com a advogada Flávia Marçal, coordenadora do dossiê elaborado pela
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), o Pará tem 12% da
população ainda analfabeta, sendo o quarto Estado da região Norte, considerando
pessoas com idade maior ou igual a 15 anos, segundo dado de 2009 do Instituto
do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Treze
pesquisadores participaram do trabalho que analisou, durante dois anos, alguns
municípios, incluindo Santarém, Belém, Belterra e Barcarena. Um dossiê
elaborado ao fim desse trabalho reúne desafios e soluções no livro “Direito
Humano à Educação na Amazônia: Uma questão de justiça”.
“Observamos
que, nos últimos 20 anos, houve uma queda drástica na educação pública do
Estado e infelizmente ficou conhecida como de péssima qualidade. O que nos
preocupa é que, por trás desses números, existem professores, alunos e outras
pessoas envolvidas no processo educacional”, afirmou Flávia Marçal.
A
advogada diz ainda que o analfabetismo permeia todo o trabalho apresentado na
tarde de ontem, no auditório João Batista, da Assembleia Legislativa. O dossiê
transformado em livro apresenta ainda vários artigos, todos propositivos de
soluções para a realidade da educação pública na Amazônia.
O
deputado Carlos Bordallo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da
AL, afirmou que, a partir da assinatura de uma carta de compromisso, os debates
das leis orçamentárias terão uma atenção maior para efetivamente garantir que
os recursos sejam ampliados e melhor distribuídos.
Enquanto
isso, Jatene passeia no Qatar
Em
matéria divulgada pela Agência Pará, o governador Simão Jatene aparece em
encontro com autoridades do Qatar sob a justificativa de “liderar” uma missão
que participará, durante dois dias, da World Innovation Summit for Health -
WISH, Cúpula de Inovação Mundial de Saúde, que acontece em Doha, capital
daquele país. Sem qualquer resultado prático até o momento e nenhum projeto de
relevância firmado em benefício do Pará, Jatene tem se dedicado a mergulhar no
universo da cultura árabe, como fez na visita programada ao Museu de Arte
Islâmica, situado às margens da baía de Doha, de frente para o Golfo Pérsico. O
espaço foi projetado pelo arquiteto chinês Ieoh Ming Pei, e segue a linha e a
forma das construções islâmicas. Pei é um dos grandes arquitetos do mundo,
criador dos projetos do Banco da China em Hong Kong, do Memorial Kennedy, em
Boston, e da ampliação do Louvre, em Paris.
O
Museu de Arte Islâmica abriga coleções de artefatos, manuscritos, papiros,
apetes e cerâmicas originários do Egito, Irã, Turquia, Índia e Ásia Central.
No
final da visita, na companhia da oordenadora do Pro Paz, Izabela Jatene, pela
secretária adjunta da Saúde, Heloisa Guimarães, e por Jorge Werthein,
representante da Fundação da Sheikha Mozah bint Nasser Al Misned, o governador
presenteou o museu com livros sobre o Pará e sua diversidade.
Diário
do Pará
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