O blog divulga em primeira mão
nesta quarta-feira, 11, uma decisão prolatada pelo juiz Wilker André Vieira
Lacerda, que responde pela 4ª Vara Penal de Marabá, contra o ex-prefeito de
Marabá, Maurino Magalhães de Lima, o então prefeito em
exercício Nagib Mutran
Neto e mais 11 ex-secretários municipais de Saúde, Educação e Finanças de
Marabá. Segundo fonte que atua no Fórum de Marabá, o magistrado determinou
nesta terça-feira, 10, o bloqueio de contas, imóveis e veículos em nome de
todos os acusados por crime de apropriação indébita de previdenciária.
A denúncia foi feita pelos
promotores de justiça, Júlio César Sousa Costa e Mayanna Silva de Queiroz da
11ª Promotoria de Justiça de Marabá com base nos autos do procedimento
investigatório criminal instaurado a partir do inquérito civil, no qual se
apurou o atraso no repasse das contribuições previdenciárias pelo município ao
Ipasemar (Instituto de Previdência do Município de Marabá).
O ex-prefeito, Maurino
Magalhães de Lima, seu substituto ocasional Nagib Mutran Neto, e os dez
ex-secretários Pedro José de Souza Freitas, Acácia Maria Negreiros Parente
Capela Sampaio (secretários de finanças), Inácia Meires Silva Rolim (tesoureira
da prefeitura e secretária de finanças); Joelma Fernandes Sarmento, Ademar
Rafael, Paulo Geraldo de Souza, Nilson da Costa Piedade, Edson Aires
(secretários de saúde); Nells Claudjan Rodrigues Nascimento, Ney Calandrini
Azevedo e Antônio Disney (secretários de educação) foram denunciados à 4ª Vara
Penal do município por crime de apropriação indébita previdenciária.
O valor do prejuízo gira em
torno de R$ 11 milhões e a representação foi feita ao Ministério Público
Estadual em março de 2012 pela vereadora Vanda Régia Américo Gomes, informando
os atrasos nos repasses das contribuições previdenciárias tanto da parte
patronal quanto as descontadas dos servidores pela prefeitura.
Para formular a denúncia,
segundo já foi publicado à época, o MP ouviu os depoimentos do presidente do
Instituto de Previdência do município de Marabá (Ipasemar), Karan El Hajjar, e
os conselheiros municipais de previdência Natanael Santos, Carmen da Silva e
Ivete Rocha e constatou os atrasos nos repasses ao Instituto de Previdência
pela prefeitura, confirmado pelos depoentes.
Durante a investigação do MP, o
presidente do Ipasemar informou a celebração de termo de acordo de parcelamento
e confissão da dívida firmados entre a prefeitura e o Instituto de Previdência
dos Servidores Municipais, no qual o município confessou a dívida de R$ 2
.444.162,46 a serem pagos em 32 parcelas.
No entanto, o Presidente do
Ipasemar informou à Promotoria de Justiça em setembro de 2012 que o município
voltou a inadimplir os pagamentos ao Instituto. O Ipasemar informou o valor do
débito ao MP que àquela altura era de R$ 11.337.780,98.
Para a Justiça, cada um dos
denunciados cometeu o mesmo delito, o do Art. 186-A, do Código Penal
Brasileiro, quando no exercício do cargo de Prefeito Municipal, seja de forma
definitiva, seja em substituição temporária, como é o caso do denunciado Nagib
Mutran Neto, que substituiu Maurino por poucos dias no cargo.
A sentença do juiz Wilker André
Vieira Lacerda começou a ser cumprida ontem mesmo, quando alguns dos acusados
não conseguiram realizar nenhuma espécie de movimentação financeira em suas
contas bancárias. Os bens em imóveis que estiverem em seus nomes, assim como
veículos, estão bloqueados e não podem ser vendidos até o fim do processo
judicial ou outra decisão judicial ao longo do mesmo.
Zé Dudu
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