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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Descoberto esquema de furto de madeira do Amazonas


O total de madeira autorizada para retirada no AM representa 25% do total autorizado pelo Estado de Rondônia, onde esse serviço está temporariamente cancelado

Todos os planos de manejo de madeira de Rondônia foram suspensos, no último mês, depois que o Governo do Amazonas identificou um esquema ilegal no qual madeireiros derrubavam árvores em solo amazonense e legalizavam o material em Porto Velho.
A madeira extraída principalmente no Sul do Amazonas, na região de Humaitá (a 600 quilômetros de Manaus), era levada em caminhões para Porto Velho e recebia a documentação rondoniense como se fosse oriunda dos planos de manejo daquele Estado. A madeira era extraída com baixo custo no Amazonas e vendida em Rondônia com alto lucro para madeireiros.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) descobriu o esquema e comunicou o fato à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, somente depois de reunir provas suficientes que descartassem contestação. A titular da SDS, Kamila Botelho, passou a conversar com a pasta de meio ambiente de Rondônia que optou por suspender as autorizações dadas aos planos de manejo para que todos fossem revisados.
Dados obtidos pela SDS apontam que em 2013, o Governo de Rondônia liberou planos de manejo para 4 milhões de metros cúbicos de madeira, enquanto que o Governo do Amazonas liberou planos de manejo para 550 mil metros cúbicos, o que representa 25% do total de Rondônia. Porém, a desproporcionalidade dos números de madeira obtidos nos planos de manejo na comparação do território de Rondônia com Amazonas, chamou a atenção da SDS.
Para a SDS, não teria como obter um número tão elevado de madeira sem território suficiente. A manobra ilegal era feita por alguns donos dos planos de manejo. Eles conseguiam a autorização em Rondônia, mas ao invés de derrubar as árvores do Estado onde moram, deixavam a área preservada, derrubando as árvores no Amazonas e registravam a madeira com a documentação fornecida para os planos de manejo rondonienses.
O esquema fazia com que os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se deparassem com áreas intocáveis, onde deveria ter plano de manejo em Rondônia.
Segundo Kamila Botelho, a principal preocupação para iniciar o combate ao esquema foi o cuidado para reunir provas evitando que o posicionamento do Amazonas resultasse em problema com o Estado vizinho. Depois que a SDS apresentou as provas da manobra ao Governo Federal e ao de Rondônia, viram que se tratava de um crime e os planos de manejo daquele Estado foram suspensos.


A Crítica


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