Todos os planos de manejo de
madeira de Rondônia foram suspensos, no último mês, depois que o Governo do
Amazonas identificou um esquema ilegal no qual madeireiros derrubavam árvores
em solo amazonense e legalizavam o material em Porto Velho.
A madeira extraída
principalmente no Sul do Amazonas, na região de Humaitá (a 600 quilômetros de
Manaus), era levada em caminhões para Porto Velho e recebia a documentação
rondoniense como se fosse oriunda dos planos de manejo daquele Estado. A
madeira era extraída com baixo custo no Amazonas e vendida em Rondônia com alto
lucro para madeireiros.
A Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) descobriu o esquema e
comunicou o fato à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, somente depois
de reunir provas suficientes que descartassem contestação. A titular da SDS,
Kamila Botelho, passou a conversar com a pasta de meio ambiente de Rondônia que
optou por suspender as autorizações dadas aos planos de manejo para que todos
fossem revisados.
Dados obtidos pela SDS
apontam que em 2013, o Governo de Rondônia liberou planos de manejo para 4
milhões de metros cúbicos de madeira, enquanto que o Governo do Amazonas
liberou planos de manejo para 550 mil metros cúbicos, o que representa 25% do
total de Rondônia. Porém, a desproporcionalidade dos números de madeira obtidos
nos planos de manejo na comparação do território de Rondônia com Amazonas,
chamou a atenção da SDS.
Para a SDS, não teria como
obter um número tão elevado de madeira sem território suficiente. A manobra
ilegal era feita por alguns donos dos planos de manejo. Eles conseguiam a
autorização em Rondônia, mas ao invés de derrubar as árvores do Estado onde
moram, deixavam a área preservada, derrubando as árvores no Amazonas e
registravam a madeira com a documentação fornecida para os planos de manejo
rondonienses.
O esquema fazia com que os
fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) se deparassem com áreas intocáveis, onde deveria ter plano
de manejo em Rondônia.
Segundo Kamila Botelho, a
principal preocupação para iniciar o combate ao esquema foi o cuidado para
reunir provas evitando que o posicionamento do Amazonas resultasse em problema
com o Estado vizinho. Depois que a SDS apresentou as provas da manobra ao
Governo Federal e ao de Rondônia, viram que se tratava de um crime e os planos
de manejo daquele Estado foram suspensos.
A Crítica
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