O laudo cadavérico comprovou que causa da morte da
estudante de enfermagem Loanne Rodrigues da Silva Costa, de 19 anos, encontrada
amarrada ao lado do padrasto, o garimpeiro Joaquim Lourenço da Luz, de 47 anos,
em Pirenópolis, na região central de
Goiás, foi uma explosão provocada por dinamite. O documento foi recebido pela
Polícia Civil na quinta-feira (16) e, segundo o delegado Rodrigo Luiz Jayme, as
informações foram anexadas ao inquérito.
"Essa conclusão reafirmou o que os
peritos que estiveram na cena do crime constataram, que foi a explosão.
Infelizmente, ainda estamos no aguardo dos demais exames, como de DNA, que
poderá dizer se Loanne estava 'dopada' no dia da morte. Esses resultados nos
darão as respostas que faltam", explicou Jayme ao G1.
Ainda segundo o delegado, as evidências
recolhidas até agora apontam para um homicídio seguido de suicídio.
"Nenhuma possibilidade é descartada, até porque os laudos que faltam podem
nos dar pistas novas, mas tudo indica que o padrasto premeditou o crime,
amarrou-se à jovem e detonou os explosivos. É fato que ele nutria um ciúme
exagerado pela menina", disse.
Loanne e Joaquim foram encontrados mortos no dia 17 de
dezembro, no Morro do Frota, ponto turístico de Pirenópolis. De acordo com a
Polícia Civil, o padrasto e a enteada morreram abraçados, estando Joaquim com o
pé acorrentado e Loanne amarrada com uma corda a uma árvore.
O inquérito deveria ter sido concluído
nesta sexta-feira (17), mas o delegado contou que pediu a prorrogação do prazo.
"O que atrasou mesmo foram os laudos, mas eles não devem demorar muito. De
qualquer forma, ainda pretendo ouvir três amigos de Loanne e vou convocar a mãe
dela para um novo depoimento. Com isso, espero elucidar o caso de vez",
ressaltou Jayme.
Ao G1, a mãe de Loanne e esposa do garimpeiro, Sandra
Rodrigues da Silva, disse quetenta aceitar a tese da polícia de que o
marido planejou o crime. "Éramos felizes e nunca pensei que
minha família iria ficar no meio de uma tragédia assim. Convivi oito anos com
ele [Joaquim] e nunca pensei que ele pudesse ser capaz de cometer um crime. Por
isso, penso que outra pessoa possa ter feito isso com os dois, mas infelizmente
tudo aponta para ele mesmo", disse.
Perícia
Entre os laudos que faltam ser concluídos, estão a análise das cinzas de cigarro e o líquido de uma garrafa encontrados na cena do crime. Também foram periciados o celular das vítimas e um notebook de Loanne, pois a polícia quer saber se os dois trocaram mensagens e qual era o conteúdo delas. Bilhetes encontrados na casa de Joaquim, dos quais um tem teor suicida, passaram por exames grafotécnicos para ficar comprovada a autoria.
"Só depois de juntarmos todos esses elementos,
poderemos ter todas as respostas. Mas ressalto que, apesar de trabalharmos com
a hipótese de que o padrasto planejou tudo, não descartamos outras
possibilidades", afirmou o delegado.
A suspeita de que uma terceira pessoa
pudesse ter cometido o crime foi levantada por uma carta anônima recebida por
Loanne em abril do ano passado. O texto continha ameaças à jovem. Pouco tempo
depois do recebimento, ela levou uma paulada na cabeça ao chegar em casa, e
precisou ser internada no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), cidade
onde fazia faculdade. Na ocasião, a família fez o registro da ocorrência na
delegacia do municípios, mas o agressor nunca foi descoberto.
Seguro
de vida
Cerca de um mês antes das mortes, o garimpeiro contratou um seguro de vida no valor de R$ 30 mil, no qual o filho biológico aparece como beneficiário. Segundo o delegado, uma testemunha contou que Joaquim teria pedido informações no banco se a apólice cobriria casos de suicídio. "Esse é mais um elemento que leva a crer que ele pode ter forjado a cena do crime para parecer que ele foi vítima e não autor", afirmou Jayme.
O rapaz que seria o beneficiário do seguro relatou em depoimento que estranhava o amor que o pai sentia por Loanne. Já a outra filha do garimpeiro afirmou que acreditava mesmo que o pai tenha planejado o assassinato de Loanne.
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