A Justiça, a pedido da Polícia Civil,
decretou a prisão preventiva do marido da jovem grávida que foi mantida
acorrentada pelo tornozelo por cerca de um mês na casa onde o casal morava, na
Zona Rural de Pilõezinhos, município localizado a cerca de 111 km de João
Pessoa, Paraíba. O companheiro da mulher é suspeito de lesão corporal, cárcere privado e
tortura. Se for condenado, pode pegar até 20 anos de prisão.
A vítima tem 23 anos e está com cinco
meses de gravidez. O caso veio a público nesta quarta-feira (22) após a
delegada da Mulher de Guarabira, cidade vizinha a Pilõezinhos, informar que a
jovem de 23 anos conseguiu fugir na terça-feira (21).
Exames realizados pelo Instituto de
Polícia Científica de Guarabira constataram lesões graves e um leve traumatismo
craniano na mulher.
De acordo com a delegada Juliana
Brasil, a jovem conseguiu soltar a corrente com uma foice na manhã de terça-feira
e caminhar pela área de mata da zona rural da cidade até receber ajuda de um
homem, que emprestou o celular para que ela pudesse acionar a polícia. A
Polícia Militar então foi até o local e encaminhou a jovem grávida, ainda com a
corrente presa ao tornozelo, até a Delegacia da Mulher de Guarabira.
No depoimento da vítima à delegada, ela
explicou que seu companheiro, com quem vivia há cerca de um ano, a mantinha
presa por ciúmes. Ainda de acordo com Juliana, a vítima teve o cabelo raspado
pelo marido e apresentava sinais de fraqueza, além das escoriações na perna que
ficava presa à corrente.
“Pelo que ela nos contou, se trata de
um caso de ciúmes e possessividade. O marido mantinha relações sexuais com ela
sem consentimento, fazia ameaças com arma de fogo e a acorrentava toda vez que
saía de casa. Como eles moravam em um lugar afastado, ela não conseguia pedir
ajuda”, comentou a delegada.
O marido da jovem mantida em cárcere
privado trabalha como segurança, segundo depoimento da vítima. A polícia
continua realizando buscas no município, mas até as 18h (horário local) desta
quarta-feira o homem ainda não tinha sido localizado.
De acordo com Juliana Brasil, a mulher
foi encaminhada para um abrigo, cujo endereço será mantido em sigilo por questões
de segurança. No local, ela será submetida a novos exames e acompanhamento
pré-natal.
Folha do Sertão
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