A população do município de Santa
Izabel do Rio Negro (distante 737 quilômetros de Manaus via fluvial) vem sendo
prejudicada com a falta de um delegado titular há mais de um mês na única
unidade da cidade. Segundo informações de policiais do 76º Distrito Integrado
de Polícia (DIP), o delegado que era responsável pela delegacia de polícia
viajou e não retornou ao município.
Ainda segundo informações, a sala do delegado se encontra
trancada e serviços como a abertura de inquéritos policiais, oitivas de
depoimentos e expedição de documentos foram totalmente comprometidos com a
ausência de um representante.
A situação em Santa Izabel do Rio Negro é semelhante a de no
mínimo dez municípios do Amazonas, entre os quais Juruá, Pauini, e Itamarati,
segundo o Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas
(Sinpol). De acordo com o presidente Moacyr Maia, muitas vezes policiais
militares são escalados para cumprir a função de delegados e a falta de
profissionais com competência jurídica causa problemas à população.
“A Polícia Militar não pode tomar providências que competem a
Polícia Civil. A função da PM é trabalhar para que o crime não aconteça, já a
Civil age depois que o crime acontece. Se algo está funcionando fora dessa
ordem, é uma ilegalidade, como por exemplo um policial militar exercer a função
de um delegado”, explicou.
De acordo com o Departamento de Polícia do Interior (DPI), um
novo delegado deverá ser deslocado ao município nos próximos dias para assumir
a função. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que 91 delegados
participam de um curso de formação de novos Delegados de Polícia com o término
previsto para março deste ano.
Ainda
segundo a Polícia Civil, esses novos profissionaisdeverão ser efetivados e remanejados somente no início de abril. Em nota, a
corporação completou reconhecendo a carência de delegados em alguns municípios,
porém afirmou que tem se preocupado em contemplar essas cidades com
representantes de formação técnica. A disponibilidade para morar em municípios
afastados e a experiência profissional são alguns dos atributos analisados,
segundo o DPI.
Carência de profissionais
No Amazonas, a escassez é principalmente para as especialidades
de escrivães, investigadores e peritos, conforme informações do presidente do
Sinpol. De acordo com ele, a expectativa é que com o remanejamento de novos
representantes a insuficiência de profissionais possa ser diminuída.
“Nós temos uma proposta de um novo concurso para contratação de
profissionais dessa área, porém ainda não obtivemos nenhuma posição oficial do
governo. Ele é extremamente necessário, pois o Brasil está em ano de Copa do
Mundo, período que muitos turistas virão para o estado e a segurança precisa
estar preparada”, informou.
A Crítica
Nenhum comentário:
Postar um comentário