Os
advogados do goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses de
prisão pela morte de Eliza Samudio, tentam transferir o detento da
Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para a Associação de Proteção e
Assistência aos Condenados (Apac) de Nova Lima, na Grande BH. O advogado
Francisco Simim entrou com o pedido por
dois motivos: acreditando que o modelo
da Apac é mais adequado para Bruno e tentando facilitar a aproximação dele da
esposa, Ingrid Oliveira, que tem uma casa em Nova Lima. De acordo com o
defensor, a solicitação ainda aguarda decisão do juiz da Vara de Execuções da
cidade.
Esse foi o primeiro passo na defesa do goleiro dado pela equipe
de Simim, que assumiu o caso com exclusividade, em dezembro de 2013, depois que
Bruno destituiu o advogado Lúcio Adolfo da Silva.
Simim negou qualquer relação dessa transferência com um possível
acerto do jogador com o Vila Nova, mas a assessoria do clube informou que os
defensores entraram em contato no fim do ano passado pedindo para Bruno treinar
com o time. A diretoria do Vila não se interessou pela proposta porque já havia
renovado com o goleiro Tiago Braga e contratou o jogador Braz, também para a
posição. O Vila mantém a posição e reafirma que não tem interesse em Bruno.
Modelo Apac
A Apac é uma entidade civil de direito privado dedicada à
recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de
liberdade. Amparada pela Constituição Federal para atuar nos presídios, possui
seu Estatuto resguardado pelo Código Civil e pela Lei de Execução Penal. A
unidade de Nova Lima completou 10 anos em 2013. O modelo de detenção tem
objetivo de promover a humanização das prisões, sem perder a finalidade
punitiva da pena.
O principal propósito é evitar a reincidência no crime e
oferecer alternativas para o condenado se recuperar. Os presos são chamados de
“recuperandos” e recebem assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica
prestadas pela comunidade. A segurança e a disciplina são feitas com a
colaboração dos “recuperandos”, tendo como suporte funcionários, voluntários e
diretores das entidades, sem a presença de policiais e agentes penitenciários.
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