De janeiro a dezembro do ano passado, o número de acidentes aéreos
no Amazonas cresceu 40% em comparação com o mesmo período de 2012, segundo
dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Sete
ocorrências foram registradas no Estado, em 2013, contra apenas cinco no ano
anterior. Na última sexta-feira, um avião vindo de Coari com 49 passageiros a
bordo fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em
Manaus, após o trem de pouso bater em uma anta durante a decolagem na pista do
terminal da Base de Urucu, em Coari.
Aeronaves convencionais, a maioria particulares, e helicópteros
estiveram entre os envolvidos nos acidentes. Manaus e Tefé ocuparam o primeiro
lugar no ranking dos municípios com registros de ocorrências, com duas cada.
Atalaia do Norte, Envira e Canutama, com um caso cada, respectivamente, estão
em segundo lugar na lista de municípios com mais ocorrências.
Em 2011, cinco ocorrências foram comunicadas à Anac. No ano
anterior, apenas dois casos foram notificados. Já em 2012, Envira, Manaus,
Tefé, Juruá e Pauini foram os municípios que tiveram casos constatados pela
Anac.
No dia 24 de janeiro daquele ano, um avião modelo sêneca da
empresa Tio Táxi Aéreo, vindo de Tefé, caiu na Rua Sergipe, no Parque das
Laranjeiras, zona centro-sul, deixando os pilotos e dois passageiros com
ferimentos leves. O acidente, segundo a Anac, teve como causa a “perda de
controle em voo”. A queda causou danos a quatro carros da empresa Control
Construção porque o avião explodiu no estacionamento do empreendimento momentos
depois que os ocupantes saíram.
Também de propriedade da Tio Táxi Aéreo vindo de Tefé, um
helicóptero apresentou problemas no para-brisas, janela e porta, conforme a agência
de controle da aviação civil, no dia 2 de março. O caso ocorreu ano passado.
Também em 2013, no dia 22 de abril, uma aeronave da Tucano Táxi Aéreo Ltda.
bateu em um obstáculo no solo. Outro acidente foi a queda de um avião bimotor
da empresa Rio Acre Táxi Aéreo, no Rio Tarauacá, município de Envira (distante
1.206 quilômetros de Manaus), no dia 7 de junho. Ninguém morreu no acidente.
No dia 14 de junho, um helicóptero de propriedade da empresa HRT O
& G Exploração e Produção de Petróleo Ltda. caiu próximo a Tefé, matando o
piloto e o mecânico. Voando com destino à Base de Urucu, em Coari, a aeronave,
segundo a Aeronáutica, na época, teria perdido contato com a base 15 minutos
após a decolagem.
No dia 18 de junho e 16 de julho, outros dois acidentes aéreos
foram registrados em Canutama e Manaus, respectivamente. Problemas com o trem
de pouso e perda de componente em voo teriam ocasionado os problemas, apurou a
Anac.
Segundo o chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Seripa-7), tenente coronel Ricardo do Carmo, nem sempre
os acidentes estão relacionados à falta de manutenção da aeronave. “Nós temos
diversos fatores que podem contribuir para uma ocorrência aeronáutica. Pode ser
falta de manutenção, condições meteorológicas, ingestão de bebidas alcoólicas
ou mesmo erro de projeto”, disse.
Carmo destacou, ainda, que as estatísticas da Anac não representam
o total de acidentes ocorridos no Estado, uma vez que nem sempre os envolvidos
registram boletim de ocorrência e notificam o acidente.
“Existe o que nós chamamos de cifra negra que é a média de
ocorrências que estimamos não serem notificadas. Há alguns meses, tivemos que
registrar nós mesmos o boletim de ocorrência de um acidente próximo a Iranduba
porque o operador não o fez”, afirmou o oficial, destacando que o setor
agrícola, por falta de conhecimento dos operadores sobre as normas de voo e da
construção artesanal dos aviões, é o segmento que menos notifica acidentes.
Impedido de aplicar punições, o Seripa é responsável por coletar
provas, apurar os fatos que contribuíram para o sinistro e emitir recomendações
de segurança aos envolvidos em acidentes aéreos.
D24Am
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