A Câmara
dos Deputados, através da Comissão da Amazônia, debaterá em audiência pública,
a exploração e a remessa ilegal de madeiras na região Norte, de acordo com
requerimento apresentado pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) e aprovado pelo
colegiado. A audiência terá como base os resultados da investigação realizada
pela ONG Greenpeace sobre a exploração fora da lei na região amazônica. A
exploração ilegal é realizada principalmente para fomentar o mercado
internacional, é uma das principais causa dos elevados índices de desmatamento
na vasta região.
A investigação realizada por dois anos pela
organização ambiental concluiu que a retirada ilegal de madeira é regra na
Amazônia, alimentada pelas falhas nos sistemas de controle do poder público.
Entre 2011 e 2012, 78% das áreas de extração de madeira no Pará não tinham
autorização. Além disso, o Greenpeace identificou um sofisticado esquema para
vender madeira ilegal com documentos que atestam sua legalidade, o que permite
a circulação da madeira “suja” no mercado nacional e entrada no mercado
internacional.
Segundo Arnaldo
Jordy, que preside a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, as denúncias oriundas
da investigação já foram colhidas pelo Ministério Público Federal no Pará, e há
inclusive suspeitas consistentes de fraudes em algumas instituições
governamentais que fazem o controle a fiscalização do extrativismo madeireiro
na região. “Daí a necessidade em discutirmos as investigações, para que estas
denúncias sejam esclarecidas e que possamos combater com maior eficiência esta
indústria ilegal, que prejudica em muito aqueles que praticam a atividade
dentro dos parâmetros e das modalidades previstas em lei”, afirmou o
parlamentar.
Sob pressão de grupos de interesse, o governo
brasileiro recentemente afrouxou as regras para o desmatamento e limitou a
capacidade das agências ambientais federais de aplicar essas regras. Por
conseguinte, as taxas anuais de desmatamento na Amazônia brasileira, que havia
caído nos últimos anos, aumentaram 28% entre agosto de 2012 e julho de 2013.
Serão convidados para a audiência, que deve acontecer
em Belém, em data ainda a ser definida, Márcio Astrini, do Greenpeace Brasil;
Daniel Azeredo, Procurador do Ministério Público Federal; Thais Megid Pinto,
coordenadora da Rede Amigos da Amazônia e representantes do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente
do Pará – Sema, e da Associação de Exportadores de Madeira da Amazônia (Aimex).
ORM News
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