Advogada contratada pelos familiares deve protocolar pedido
de urgência para retirada do rebocador do fundo do rio. Manifestação ocorreu na
manhã desta segunda-feira (4).
Familiares de desaparecidos no naufrágio de rebocador, no rio Amazonas, protestam em frente ao Fórum de Santarém (Foto: Fábio Cadete/G1) |
Familiares
dos nove desaparecidos no naufrágio
do rebocador no rio Amazonas realizaram na manhã desta
segunda-feira (4), mais uma manifestação pacífica. Dessa vez, o protesto
aconteceu em frente ao Fórum Justiça da comarca de Santarém, no oeste do Pará.
O grupo cobrou que o judiciário dê uma resposta tão rápida quanto o da liminar
em favor da Bertolini para desobstrução dos portões da empresa.
Os familiares
tinham bloqueado o acesso à empresa na manhã dia 31 de agosto. Após
um pedido da empresa, que alegou que os manifestantes estavam fazendo
“vandalismo e baderna no local”, foi feita retirada dos obstáculos
pacificamente depois de uma conversa com oficiais da justiça. Com a rapidez
desse pedido judicial, os familiares questionam o porquê da demora para a
retirada do barco rebocador do fundo do rio.
O autônomo Emerson Almeida, parente do desaparecido Dárcio
Vânio, explica que o objetivo é protocolar uma ação contra a empresa Bertolini,
com tutela de urgência no caso. “Quando estávamos acampados em frente ao prédio
da Bertolini, fomos surpreendidos com uma ordem judicial que pedia a
desobstrução da entrada da mesma. Ordem judicial a gente não se discute, a
gente cumpre. Como isso, de imediato acatamos a ordem. A gente pede que essa
mesma brevidade que foi dada para o pedido de desobstrução, seja usada para
acatar o nosso pedido de retirada do rebocador do fundo do rio” explicou.
Emerson esclarece que a manifestação é considerada pacífica.
“Não vamos fechar a porta do Fórum, nem vamos interditar avenidas e ruas. Vamos
aguardar o trabalho da advogada contratada pelos familiares das vítimas que irá
protocolar esse pedido ainda nesta manhã. Depois, aguardaremos as respostas”,
disse.
A agricultura Ruth Sarmento Castro, mãe do Adriano Sarmento, que
desapareceu no naufrágio, diz que a retirada do rebocador é para dar uma
resposta a toda agonia vivenciada pelos familiares dos desaparecidos. “Já
passamos por muita demora, por muita angústia. Já chega de sofrimento. É uma
mãe desesperada aqui”, diz.
A agricultora estava presente durante o protesto realizado em
frente a Bertolini e conta que o fato justificado na liminar da empresa, que
alega que os manifestantes estavam fazendo vandalismo e baderna no local, é
desconhecido. “Eu não dormi no local, mas fiquei o dia inteiro na quinta e
retornei cedo na sexta. Eu não vi nada disso”, relatou.
Os manifestantes ficarão em frente ao Fórum até acabar o
processo de protocolo. Em relação ao protesto em frente a Bertolini, assim que
haver uma resposta e essa for favorável, o protesto em frente ao prédio da
empresa deve ser retomado.
G1/Santarém
Nenhum comentário:
Postar um comentário