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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Familiares de desaparecidos no naufrágio de rebocador protestam em frente ao Fórum de Santarém

Advogada contratada pelos familiares deve protocolar pedido de urgência para retirada do rebocador do fundo do rio. Manifestação ocorreu na manhã desta segunda-feira (4).

Familiares de desaparecidos no naufrágio de rebocador, no rio Amazonas, protestam em frente ao Fórum de Santarém (Foto: Fábio Cadete/G1)
Familiares de desaparecidos no naufrágio de rebocador, no rio Amazonas, protestam em frente ao Fórum de Santarém (Foto: Fábio Cadete/G1)
Familiares dos nove desaparecidos no naufrágio do rebocador no rio Amazonas realizaram na manhã desta segunda-feira (4), mais uma manifestação pacífica. Dessa vez, o protesto aconteceu em frente ao Fórum Justiça da comarca de Santarém, no oeste do Pará. O grupo cobrou que o judiciário dê uma resposta tão rápida quanto o da liminar em favor da Bertolini para desobstrução dos portões da empresa.

Os familiares tinham bloqueado o acesso à empresa na manhã dia 31 de agosto. Após um pedido da empresa, que alegou que os manifestantes estavam fazendo “vandalismo e baderna no local”, foi feita retirada dos obstáculos pacificamente depois de uma conversa com oficiais da justiça. Com a rapidez desse pedido judicial, os familiares questionam o porquê da demora para a retirada do barco rebocador do fundo do rio.

O autônomo Emerson Almeida, parente do desaparecido Dárcio Vânio, explica que o objetivo é protocolar uma ação contra a empresa Bertolini, com tutela de urgência no caso. “Quando estávamos acampados em frente ao prédio da Bertolini, fomos surpreendidos com uma ordem judicial que pedia a desobstrução da entrada da mesma. Ordem judicial a gente não se discute, a gente cumpre. Como isso, de imediato acatamos a ordem. A gente pede que essa mesma brevidade que foi dada para o pedido de desobstrução, seja usada para acatar o nosso pedido de retirada do rebocador do fundo do rio” explicou.
Emerson esclarece que a manifestação é considerada pacífica. “Não vamos fechar a porta do Fórum, nem vamos interditar avenidas e ruas. Vamos aguardar o trabalho da advogada contratada pelos familiares das vítimas que irá protocolar esse pedido ainda nesta manhã. Depois, aguardaremos as respostas”, disse.
A agricultura Ruth Sarmento Castro, mãe do Adriano Sarmento, que desapareceu no naufrágio, diz que a retirada do rebocador é para dar uma resposta a toda agonia vivenciada pelos familiares dos desaparecidos. “Já passamos por muita demora, por muita angústia. Já chega de sofrimento. É uma mãe desesperada aqui”, diz.
A agricultora estava presente durante o protesto realizado em frente a Bertolini e conta que o fato justificado na liminar da empresa, que alega que os manifestantes estavam fazendo vandalismo e baderna no local, é desconhecido. “Eu não dormi no local, mas fiquei o dia inteiro na quinta e retornei cedo na sexta. Eu não vi nada disso”, relatou.
Os manifestantes ficarão em frente ao Fórum até acabar o processo de protocolo. Em relação ao protesto em frente a Bertolini, assim que haver uma resposta e essa for favorável, o protesto em frente ao prédio da empresa deve ser retomado.



G1/Santarém


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