Após a
redução das chuvas na região da reserva indígena Tenharim, no município de
Humaitá (a 675 quilômetros de Manaus), Sul do Amazonas, equipes de policiais retomaram as buscas nesta quarta-feira (1) no km
130 da BR-230 – que foram interrompidas nessa terça-feira (31) – pelos trêsdesaparecidos na rodovia Transamazônica. A operação
para localizar Stef Pinheiro de Souza, Luciano Ferreira Freire e Aldeney
Ribeiro Salvador acontece há 16 dias.
Com o objetivo de assumir o inquérito dos
desaparecidos, está o delegado da Polícia Federal (PF) do Acre Evandro Escobar.
Segundo ele, as equipes da PF em Humaitá, que também recebem auxílio
de agentes da Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Exército
Brasileiro e Força Nacional, continuam em busca do paradeiro dos indivíduos e
do veículo onde os mesmos se encontravam.
De acordo com a Polícia Federal de Rondônia,
até a tarde desta quarta-feira, nenhuma novidade sobre a operação havia sido
repassada pelo contingente que se encontra na área. O delegado da PF,
Alexandre Alves, deverá coordenar as buscas apenas dentro da reserva.
Escobar conta que grupos de inteligência estão concentrados na região. “Neste
momento os agentes estão realizando caminhadas em mata fechada e identificando
essas áreas principais de buscas. Novas equipes também devem ser deslocadas a
Humaitá para auxiliar nas ações”, contou o delegado.
Passeata
No final
da tarde desta quarta-feira (1), uma passeata pela paz promovida pela igreja
católica comoveu moradores no município. Na caminhada, cerca de 500 pessoas saíram
da Praça da Saúde e em direção à Catedral, localizada na orla da cidade.
Na ocasião, pessoas exibiam cartazes e faixas
clamando pela paz mundial e habitantes agitavam bandeiras brancas, simbolizando
o desejo de um fim para os conflitos que vem assolando a cidade.
Entenda o
caso
A região do Sul do Amazonas vive dias de
tensão comconflitos ocorridos entre índios da etnia
Tenharim, cuja reserva fica na região, e moradores da cidade de Humaitá.
O conflito ocorrido entre moradores e os
índios começou após o desaparecimento do professor Stef Pinheiro de Souza, do
representante comercial Luciano Ferreira Freire e do técnico da Eletrobrás
Aldeney Ribeiro Salvador, supostamente sequestrados e mortos em retaliação à
morte do cacique Ivan Tenharim - ele teria caído da moto, mas os índios
acreditam que foi assassinado.
No dia do Natal, a população revoltada incendiou a sede da Funai, a Casa de
Saúde do Índio, veículos e um barco usado no atendimento às populações
indígenas. Dois dias depois, um grupo armado incendiou os postos de pedágio dos
índios na Transamazônica. Ao pedido do Ministério de Defesa, uma força-tarefa
com 400 homens passou a atuar na região.
A Crítica
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