Ministro Arthur Chioro |
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, informou nesta
terça-feira (11), que 24 cubanos já deixaram o programa Mais Médicos e que
outros três não apareceram para trabalhar e ainda não foram localizados pelo
governo. Em entrevista, o ministro considerou que o número é
"insignificante", frente ao universo de 9.549 médicos participantes
do programa no país, dos quais cerca de 7.400 vindos de Cuba.
Dos 24 cubanos que deixaram o programa, 22
já haviam sido desligados até a semana passada por motivos pessoais ou de saúde
e, segundo Chioro, já retornaram para Cuba. Dois médicos, que já eram
conhecidos, ainda não oficializaram a saída - Ramona Matos Rodriguez, que trabalhava
em Pacajá (PA) e foi para Brasília; e Ortelio Jaime Guerra, que atendia em
Pariquera Açu (SP) e viajou para os Estados Unidos. Os três que estão
"sumidos" trabalhavam em Rio do Antônio (BA), Belém de São Francisco
(PE) e Timbira (MA).
"Para nós, o importante e o que preocupa é
imediatamente repor cada profissional e garantir a cada brasileiro e brasileira
o direito de ter uma equipe completa de médicos", disse o ministro.
"As desistências e abandonos acontecem e entre nós, o número é insignificante.
É uma coisa em torno de 1% do volume que temos", completou.
Segundo o Ministério da Saúde, há ainda 81 brasileiros, 1 espanhol, 1 colombiano, 1 ucraniano e 1 argentino que não apareceram para trabalhar no local para onde foram enviados. Os nomes deles serão publicados nesta quarta (12) no "Diário Oficial da União" para se apresentarem e justificarem as faltas. Se não se manifestarem em até 48 horas, serão desligados do programa.
Segundo o Ministério da Saúde, há ainda 81 brasileiros, 1 espanhol, 1 colombiano, 1 ucraniano e 1 argentino que não apareceram para trabalhar no local para onde foram enviados. Os nomes deles serão publicados nesta quarta (12) no "Diário Oficial da União" para se apresentarem e justificarem as faltas. Se não se manifestarem em até 48 horas, serão desligados do programa.
"Num unverso de 6.600 temos um número
muito pequeno, se acontecerem novos abandonos, não haverá nenhum problema.
Vamos notificar os médicos via e-mail, vamos fazer se necessário o telegrama, a
publicação no Diário Oficial e daremos o prazo necessário para o profissional
apresentar a justificativa", afirmou.
O ministro ainda informou que na próxima quinta-feira
(13) será também publicado no "Diário Oficial" regras de como os
municípios deverão proceder quando médicos enviados pelo governo deixarem de
comparecer ao trabalho. Em caso de desligamento, eles serão substituídos por
outros participantes.
Nesta terça, Chioro anunciou a chegada de
mais 2.891 profissionais, além dos 6.658 que já estão atuando 2.166 cidades e
28 distritos indígenas no país. A meta é ter 13 mil médicos no programa até o
fim de março.
Questionado por jornalistas se o governo
"vê" problema em ações judiciais movidas contra o programa, o
ministro afirmou que todos os processos foram vencidos. "Acho que não é
uma tema novo, tem sido objeto de discussão do governo. O programa vem olhando
por todos os ângulos as questões legais. Não tivemos nenhuma derrota no
jurídico, todas foram ganhas pela sua legitimidade", disse.
Sobre a possibilidade médicos cubanos
usarem o programa Mais Médicos como "ponte" para ir para os EUA, o
ministro afirmou que a relação do Brasil com Cuba é de "cooperação" e
que os médicos vêm para o Brasil por "absoluta vontade".
"A nossa relação com Cuba é de
cooperação. Vêm ao Brasil aqueles profissionais que vêm de livre e espontânea
vontade. Temos a convicção de que os profissionais estão vindo por absoluta
vontade. Acho pouco provável", afirmou o ministro.
Fora
do Mais Médicos
O primeiro caso de desistência que veio a público foi o de Ramona Rodriguez, que deixou o Mais Médicos alegando se sentir "enganada". Ela saiu de Pacajá (PA) no dia 1º de fevereiro e viajou para Brasília, onde foi acolhida por parlamentes do DEM, críticos do programa.
Ela disse que tomou a decisão depois de
descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil
ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, US$ 400
(cerca de R$ 965).
Nesta terça, ela foi admitida para
trabalhar na Associação Médica Brasileira (AMB), em Brasília, para funções
administrativas, pelo salário de R$ 3 mil, mais benefícios.
Na semana passada o médico cubano Ortelio
Jaime Guerra, que atendia em Pariquera-Açu (SP) deixou o programa e foi para os
EUA. Em mensagem no Facebook, ele explicou que abandonou a cidade sem avisar
ninguém por questões de segurança.
"Já estou nos Estados Unidos.
Agradeço aos amigos de Pariquera-Açu pela bondade e amor. Prometo que um dia
vou voltar para ver vocês. Vocês sempre estarão no meu coração", disse o
médico, que agradeceu várias pessoas que trabalharam com ele.
G1
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