A partir de hoje
(13), é obrigatória a realização do Teste de Ácido Nucleico (Nat) em todas as
bolsas de sangue coletadas pelos bancos de sangue públicos e privados do país.
O kit Nat já era oferecido em 100% dos bancos públicos
brasileiros e agiliza a identificação dos vírus HIV e da hepatite C no sangue
de doadores.
O exame reduz em
média de 35 para 12 dias a janela imunológica – tempo em que o vírus
permanece indetectável – no caso da hepatite C e de 22 dias para dez dias, no
caso do HIV. O presidente da Associação Brasileira de Hematologia,
Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Dimas Tadeu Covas, é importante que os
órgãos responsáveis garantam a aplicação do teste em todo sangue a ser
usado em transfusões.
“Agora a Vigilância
Sanitária, por meios dos órgão municipais, deve observar essa necessidade. Não
seria admissível haver sangue com e sangue sem Nat, após essa portaria. Quem
não respeitar a normativa estará fora da lei”, disse o médico.
Para Covas, o
próximo passo agora é que Nat inclua também o vírus HBV, da hepatite B, doença
transmissível por relações sexuais, contato com sangue e materiais cortantes
infectados.
“A ABHH luta há
mais de dez anos para que essa medida fosse implementada, então é um enorme
avanço para a segurança transfusional no país. Mas continuamos lutando para que
o Nat seja ampliado para incluir a hepatite B, que é tão importante quanto a
hepatite C”.
O médico informou
que com base nas prevalências sorológicas, a estimativa é de que cerca de 2
bilhões de pessoas no mundo tenham hepatite B e 300 milhões apresentem infecção
crônica por este vírus, sendo 600 mil o número das mortes decorrentes direta ou
indiretamente desta infecção. No Brasil, a estimativa é de que cerca de
800 mil pessoas tenham o vírus tipo B.
A hepatite B e a
dengue serão os novos alvos do teste segundo o BioManguinhos, laboratório da
Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde, que desenvolve o kit no
Brasil. De acordo com a Fiocruz, foram identificadas mais de dez janelas
imunológicas [bolsas de sangue contaminadas com o vírus da aids ou da hepatite
C de 2,5 milhões de bolsas de sangue que passam por triagem.
Segundo o
Ministério da Saúde, de 1999 a 2011 foram notificados 343.853 casos de
hepatites virais no Brasil, incluindo os cinco tipos da doença. A hepatite A é
a mais comum (138.305), seguida da B (120.343), C (82.041), D (2.197) e E
(967). A maior parte dos casos notificados no período foi registrada nas
regiões Nordeste (31,2%) e Norte (23,3%). Crianças menores de 13 anos
representam o grupo mais acometido pela hepatite A e compreendem 75,6% dos
casos notificados no país.
Agência Brasil
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