A disfunção erétil é
a dificuldade de manter uma ereção com uma qualidade suficiente para a
atividade sexual. Apresenta alta prevalência em homens após os 40 anos e está
associada a diferentes causas: psicológico, alterações arteriais, diabetes,
alterações hormonais, idade, obesidade, cirurgias, entre outras. Em geral
consideramos que a disfunção erétil é geralmente associada a múltiplas
causas.
Existe um grupo de drogas chamadas de
inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE-5). Através de sua ação, esta droga leva
ao aumento de substância dentro dos corpos cavernosos (tecido erétil do pênis)
que proporcionam a vasodilatação e desta forma aumento o fluxo sanguíneo,
facilitando a ereção.
Aprovado para o uso no tratamento da
disfunção erétil em 1998, o sildenafil, um desses medicamentos, tornou-se
rapidamente popular em todo o mundo. Posteriormente outras drogas da mesma
família foram comercializadas, que apesar de algumas diferenças quanto a
efeitos colaterais e tempo de meia vida, apresentam basicamente a mesma forma
de ação.
A grande revolução das drogas
inibidoras da PDE-5 foi a possibilidade da utilização de uma medicação oral
realmente eficiente para o manejo da disfunção erétil. Antes os tratamentos
medicamentosos para a disfunção erétil eram baseados no uso de vasodilatadores
administrados através de injeções diretas no pênis ou por absorção através da
uretra. Uma outra opção era a utilização de próteses. Ambos os tratamentos
descritos ainda são amplamente utilizados e fazem parte do armamentarium
(arsenal) do manejo da disfunção erétil, porém são utilizados apenas após a
falha do tratamento medicamentoso oral inicial.
Uso sem indicação
Apesar das recomendações, hoje temos
uma geração de pacientes jovens sem queixas de disfunção erétil que utilizam
este tipo de medicação para melhorar o desempenho sexual e muitas vezes
associam seu uso com o álcool e outras drogas de uso ilícito. Há um risco direto
associado ao uso de um vasodilatador em pacientes que mesmo jovens podem
apresentar doenças cardiovasculares não diagnosticadas, além do uso associado
com outras drogas que podem ter os efeitos potencializados, o que pode levar a
graves complicações, inclusive a morte súbita.
Muitos homens inclusive se submetem
ao uso de medicações que possuem efeitos colaterais que podem prejudicar a
qualidade da relação sexual (dor de cabeça, alterações visuais, zumbido) sem
uma real necessidade médica, apenas pelo desejo de provar a sua parceira a sua
"qualidade sexual". Neste caso uma associação com o álcool, por
exemplo, pode prejudicar os efeitos benéficos da medicação sobre a ereção,
restando ao pacientes apenas seus efeitos colaterais.
Outra preocupação, é que muitos
destes homens jovens possam desenvolver algum tipo de dependência psicológica
para o uso do medicamento, considerando que só podem ter a ereção com seu uso,
e desenvolver diferentes graus de disfunção erétil psicogênica após a suspensão
do uso destes medicamentos.
Contraindicações gerais do medicamento
Os efeitos colaterais mais comuns no
uso dos inibidores da PDE-5 são: cefaléia, rubor facial, dor lombar, congestão
nasal, zumbido, hipersensibilidade a luz, palpitações distúrbios visuais e
taquicardia. O seu uso combinado com nitratos (vasodilatadores utilizados no
tratamento de cardiopatias) pode potencializar os efeitos hipotensores levando
as sérias complicações cardio-circulatórias. O priapismo (ereção prolongada e
dolorosa) que pode levar a uma disfunção erétil definitiva e severa é raro com
o uso isolado de inibidores da PDE-5, porém o uso associado de drogas pode
potencializar esta chance, e há relatos desta intercorrência em pacientes
jovens que utilizaram estas medicações junto com drogas como a cocaína.
Muito cuidado deve
ser tomado no uso de inibidores da PDE-5 em pacientes que utilizam nitrato, na
presença de insuficiência hepática severa (função do fígado diminuída), insuficiência renal
severa, hipotensão (baixa pressão sanguínea), e também em pessoas que sofreram
um AVC recentemente
ou infarto e
desordens retinais degenerativas hereditárias.
O uso desta medicação deve ser
realizado apenas após uma visita médica para que possa ser definida a melhor
forma de tratamento para a disfunção erétil, o melhor tipo de droga adequada às
necessidades do paciente e principalmente para que sejam identificados fatores
de risco, prevenindo-se complicações.
Minha Vida
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