A interdição do Porto Chibatão vai agravar a situação da indústria
incentivada de Manaus, afetada pela greve dos técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), e provocar o
desabastecimento do comércio.
Para o secretário de Estado da Fazenda, Afonso Lobo, a situação
pode afetar ainda a arrecadação. “Caso esta interdição perdure, os impactos
serão de duas ordens, quanto ao abastecimento de Manaus, tanto do comércio como
da indústria, pois, hoje, pelo menos 50% dos insumos do distrito passam pelo
terminal, e também na questão da arrecadação tributária, já que é a tributação
é decorrente deste processo de carga e descarga”, analisou.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e
a Superintendência Regional (SRTE) realizaram, na manhã dessa terça-feira (25),
umavistoria no porto, onde foram encontradas irregularidades que colocam em “risco iminente a
segurança e a vida do trabalhador”, segundo o auditor fiscal Edson Rebouças,
responsável pela fiscalização.
Além de ter o trabalho interditado, a empresa terá que pagar uma
multa, por essa e outras irregularidades detectadas, que ainda será definida
pela superintendência.
Na última quarta-feira, o porto já havia
sido alvo de fiscalização, onde o objetivo era verificar o cumprimento dos Termos de Ajuste de Conduta (TAC), firmado com o Órgão Gestor de Mão
de Obra (OGMO) e o MPT. Na ocasião, o órgão de fiscalização já havia
identificado irregularidades que renderam a emissão de um auto de infração.
Em nota, a direção do Terminal Portuário Alfandegado Chibatão
informou que, até a tarde dessa terça, não havia sido notificada por nenhum
órgão público sobre qualquer interdição em suas instalações ou paralisação de
suas operações portuárias. A companhia também informou que, de acordo com
reunião realizada na última semana com o Poder Judiciário, foi acordado entre
as partes um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que está sendo
cumprido pelo terminal.
O MTE e o SRTE, no entanto, informaram que a interdição foi
recebida pelo porto.
Passam pelo Chibatão aproximadamente 80% de todos os produtos via
cabotagem. No ano passado, 210 mil contêineres foram descarregados pelo
terminal, que recebeu 185 navios.
Greve da Suframa
A greve dos servidores da Suframa travou a análise dos processos e a
liberação de insumos. Isso porque, sem o trabalho de desembaraço de
mercadorias, realizado pela Suframa e pela Sefaz, há o risco de
desabastecimento.
Segundo esclarecimento da assessoria de comunicação da Sefaz, os
produtos nacionais passam pelo desembaraço da secretaria e, em seguida, pelos
técnicos da Sefaz. Já no caso de itens importados, como é o caso de boa parte
dos insumos utilizados pelas indústrias, o processo passa primeiro pelos
técnicos da Suframa. Com isso, o serviço de desembaraço realizado pela Sefaz
deve ficar acumulado até o fim da greve.
D24AM
Nenhum comentário:
Postar um comentário