As chuvas têm deixado famílias
desabrigadas em diversos estados da Amazônia. A situação é mais crítica em
Rondônia. Na capital Porto Velho, mil famílias tiveram de deixar suas casas por
causa da cheia histórica do Rio Madeira e seis localidades, entre distritos e
bairros, foram afetados. Ontem (18), o nível do rio atingiu 17,79 metros. A
maioria das famílias retiradas das áreas de risco foi levada para 11 abrigos da
prefeitura ou está em casas de parentes. Os moradores do distrito de Fortaleza
do Abunã, que fica a 260 quilômetros de Porto Velho, estão ilhados.
Segundo
o chefe de operações da Defesa Civil Municipal, Paulo Afonso Alves, as equipes
de resgate têm se revezado para socorrer os moradores. O resgate é "tanto
aéreo, quanto terrestre e marítimo”. Uma campanha visa a arrecadar alimentos,
roupas e água para as vítimas. As doações podem ser entregues na sede da
prefeitura.
De acordo com a Defesa Civil
estadual, no município de Nova Mamoré, 35 turistas foram resgatados e levados
para Porto Velho, após a interdição de pontes na BR-242. Nessa região, mais de
450 pessoas estão desalojadas.
No Acre,
o nível do Rio Acre chegou a 14, 5 metros, afetando as cidades de Assis Brasil,
Brasileira e Xapuri. Os abrigos receberam 70 famílias. O Rio Iaco, em Sena
Madureira, também transbordou. A enchente afetou o município de Tarauacá.
No
Amazonas, a cheia dos rios causou estragos na Região do Alto Juruá. Em Boca do
Acre, há 400 famílias desabrigadas e mais de 3 mil foram afetadas. O coronel
Roberto Rocha, secretário executivo de Proteção e Defesa Civil do estado,
informou que o socorro a quem vive na zona rural é demorado por causa da
dificuldade de acesso. Segundo ele, são mais de três dias de barco para chegar
às comunidades mais isoladas.
O
coronel explica que o alto índice de chuvas e a instalação de hidrelétricas em
Rondônia têm contribuído para aumentar o nível dos rios nessa época do ano.
"As chuvas na região de Porto Velho e as duas hidrelétricas construídas em
Rondônia fazem com que [ o volume de água das usinas] fica acima da média e as
comportas ficam abertas o tempo todo, para a vazão da água. Esse volume de água
afeta os rios da Amazônia."
De
acordo com o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia, Marcelo Gama, a
cheia dos rios também é impactada pelas chuvas nos países vizinhos à Amazônia.
No
Maranhão, o acesso às cidades de Açailândia e Imperatriz foi restabelecido na
tarde de ontem (17). No último domingo (16), foi interditado o trecho da BR-
010 que liga as cidades, após o surgimento de uma cratera.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário