José Maria Marin e Marco Polo Del Nero foram criticados pelo Bom Senso |
A CBF vai aproveitar o adiamento da aprovação da Lei de
Responsabilidade Fiscal para incluir alguns pontos que lhe interessam e tentar
fazer uma mudança na estrutura do futebol brasileiro, retornando ao passado. A
entidade quer acabar com o poder dos empresários e vai propor a volta do
extinto 'passe' de jogadores para os clubes, por meio de um pedido de alteração
na Lei Pelé, que fora aprovada em 1998 e passou a valer em 2001.
Segundo
o deputado Vicente Cândido, vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, a
proposta ainda está sendo redigida e vai aparecer na emenda do projeto das
dívidas, que deve ser levado para a Câmara dos Deputados depois das
eleições, segundo o presidente do órgão afirmou no meio desta semana.
O objetivo é ajudar os times a voltarem a lucrar com a formação de atletas e,
por consequência, fazer com que eles se dediquem a isso.
"A CBF quer acabar com
o poder dos empresários. É isso que tem atrapalhado a formação dos jogadores,
que tem que ser a base do futebol brasileiro. A gente não forma mais e quando
forma o clube vende e não ganha nada com isso. Não é certo. Isso precisa ser
mudado urgentemente", afirmou o deputado, que também é sócio de Marco Polo
Del Nero em um escritório de advocacia, para o ESPN.com.br, em
Brasília.
"A proposta está sendo redigida e vai entrar nas propostas
de emendas para a Lei de Responsabilidade Fiscal. Além de outras coisas que já
estão acertadas que vão entrar, coisas que faltavam, vai entrar isso. É o que a
CBF quer e ninguém ainda no Congresso se manifestou contra isso. A proposta é
para que o passe volte a existir e de que o passe seja inteiramente do clube.
Assim, os empresários perderão a força", completou.
Nos últimos meses, o secretário de Futebol do Ministério do
Esporte, Toninho Nascimento, se colocou contrário a ideia de incluir o tema dos
empresários na Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele tem dito que assuntos como
esse devem ser discutidos depois da aprovação do projeto, deixando apenas a
questão do refinanciamento das dívidas para esse primeiro momento.
O passe
Na época em que o passe existia, os empresários atuavam apenas
como agentes das transferências, mas não eram donos do que hoje é chamado de
direito econômico dos jogadores - as equipes são donas dos direitos
federativos, que é o vínculo do contrato com as agremiações. Sendo assim, eles
ganhavam com a intermediação de um time para o outro, mas não lucravam nada do
valor negociado da compra e venda.
Sem dinheiro, muitas diretorias atualmente negociam fatias dos
direitos dos atletas com investidores para poder conseguir recursos para pagar
salários, ou impostos, ou outras despesas dos clubes, mantendo o jogador no
elenco.
ESPN
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