Mesmo com a descida do nível das
águas, 37 dos 62 municípios do Amazonas ainda estão em situação de emergência e
dois em estado de calamidade pública. Boca do Acre e Humaitá permanecem em
situação mais critica. Eles foram os primeiros a sofrer de forma severa com a
cheia e a decretar estado de calamidade pública. Todos receberam ajuda
humanitária do Estado em meio da dificuldade de deslocamento, uma vez que,
muitas áreas rurais consideradas as mais prejudicadas, ficam quatro ou cinco
distantes da sede dos municípios. O trajeto para entregar de cestas básicas e
água, por exemplo, é feito em embarcações pequenas em estradas e florestas
inundadas.
A cheia deste ano atingiu
mais da metade dos municípios do Estado afetando mais de 47 mil famílias.
Grande parte ficou abrigada em barracas de campanha disponibilizadas pelo
Subcomando de Ações de Defesa Civil do Estado (Subcomadec) em terra e em balsas
flutuantes, enquanto outras permaneceram nas residências com o auxílio de
marombas, piso elevado se madeira sobre a água.
Com o início lento da
vazante, a preocupação também se volta para os riscos de doenças devido à
poluição de cursos d’água e concentração de esgoto. A lentidão da descida nas
bacias do Madeira e do Purus é considerada normal, mas afeta diretamente os
municípios de Humaitá, Boca do Acre e Uarini. Este último também estava em
calamidade, sendo que os três tiveram a situação reconhecida pelo Ministério da
Integração, por meio da Defesa Civil Federal.
Para acessar os recursos
financeiros do Governo Federal os gestores municipais precisam estar com as
contas em dia para não repetir o episódio de 2012, quando 36 municípios do
Amazonas tiveram que devolver R$ 7 milhões porque ficaram inadimplentes com a
União.
Para sanar a dificuldade, o
Subcomadec e a Secretaria de Proteção e Defesa Civil (Sepdec) do Ministério da
Integração Nacional promovem desde a última segunda-feira o curso de
“Capacitação de Gestão Recursos Federais de Defesa Civil”. Os gestores dos 62
municípios do Estado foram convidados para aprender a melhorar o gerenciamento
técnico das Defesas Civis Municipais, além da captação, aplicação e prestação
de contas de recursos obtidos com o Governo Federal. Porém apenas 15 enviaram
representantes até ontem, sendo que o curso segue até sexta-feira. Representantes
de Roraima e Porto Velho também foram convidados.
O mesmo ocorreu em 2012
quando a Defesa Civil do Estado realizou treinamento semelhante. O despreparo
de técnicos de Defesas Civis ocorre em grande parte devido à troca de prefeitos
e suas equipes. Em cada troca de profissionais, o Subcomadec precisa treinar
novos técnicos começando um trabalho do zero, sendo o processo de cheia e
vazante ocorre anualmente.
A Crítica
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