O Amazonas registrou 1.346 focos
de queimadas nos primeiros 20 dias deste mês, superando a marca do mesmo
período do ano passado de quase mil. Os dados são do Subcomando de Ações de
Defesa Civil do Estado (Subcomadec) que alerta para a influência dos focos de
calor na formação da névoa seca que voltou a encobrir a capital esta semana.
A exemplo dos anos
anteriores, municípios do Sul do Estado inseridos na área conhecida como “arco
de desflorestamento” são o que apresentam maior incidência de focos de calor. A
situação é mais intensa em Manicoré com 412 focos de queimadas, Apuí com 285,
Novo Aripuanã com 157, Lábrea 137 e Humaitá com 111.
O Amazonas, no entanto,
perde em números de focos de calor para os Estados do Mato Grosso e Pará, mas
está à frente de Rondônia, cuja capital, Porto Velho, na fronteira com Humaitá,
registrou 434 casos. O Pará registrou 5.560 focos de calor. A fumaça das
queimadas desses Estados acaba entrando no Amazonas com o vento e chegando a
Manaus, segundo do titular do Subcomadec, Roberto Rocha.
Apesar de ser monitorada
diariamente pelo Centro Estadual de Mudanças Climáticas (Ceclima) com ajuda de
satélites, a situação é preocupante, segundo o Subcomadec. A preocupação ocorre
porque o Estado ainda não está na época oficial de queimadas, entre setembro e
outubro, sendo que setembro é mês mais quente no ano no Estado. A situação
serve de base para o que o Estado deve enfrentar e funciona como anúncio de uma
intensa temporada de queimadas nos próximos dois meses.
De acordo com Rocha, é
preciso esclarecer que até ontem, os registros foram de focos de calor, que
ocorrem em situações isoladas, enquanto os incêndios ou queimadas florestais
atingem grandes áreas e são mais comuns em setembro.
Ação
humana
Ele explicou que os focos
são causados pela ação humana, pessoas que estão limpando áreas para plantação,
e pela vazante do rio associada à ação do sol. No caso da vazante, Rocha
ressaltou que a água matou grande parte da vegetação pelo tempo que ficou submersa.
Com a descida do rio, a vegetação morta ficou seca com o sol e com a presença
de qualquer metal como uma simples lata de conversa ou sardinha que concentram
calor pode desencadear uma autocombustão.
Os registros de satélites
estão servindo de base para um trabalho preventivo nas áreas, segundo Rocha.
Anualmente Corpo de Bombeiros e Defesa Civil do Estado e Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Sustentável (SDS) se preparam para combater os focos de
queimadas em meados de agosto montando uma força tarefa.
Falta de
chuva favorece névoa seca
Ontem Manaus registrou o
quinto dia sem chuva, o que aliado ao acúmulo de fumaça, poeira e outros
poluentes favorece o surgimento da névoa seca. O problema surgiu de forma mais
intensa em 2009 e se repetiu nos anos seguintes. O histórico de queimadas
mostra que todos os anos os municípios do Sul do Estado são o que apresentam
maior quantidade de casos. Nos três seguintes a 2009, a névoa teve como
principal causa a fuligem de incêndios no Estado e no Centro-Oeste do País. O
fenômeno invadiu a capital trazida pelo vento e causou transtornos à população
reduzindo a visibilidade nos aeroportos, obrigando aeronaves a operarem por
meio de instrumentos e também chegou a dificultar a tráfego de veículos das
ruas de Manaus.
Nos casos que ocorreram na
capital, os incêndios foram causados em grande parte pela queima de lixo
doméstico e folhas secas em quintais. Terrenos baldios também costumam
registrar incêndios nesta época do ano porque não recebem manutenção e ficam com
vegetação seca e alta.
Em 2010 e 2011, o Corpo de
Bombeiro mapeou as áreas que mais registram focos de incêndio na cidade e
trabalha com o levantamento a cada ano. Nas últimas semanas foram registrados
dois casos na cidade.
Em números
1.346 é o total de focos de
calor registrados de 1º a 20 de agosto deste ano, no Sul do Amazonas. Nos
Estados que fazem fronteira com o Amazonas e que também apresentaram focos de
calor, o Pará teve 5.560 casos e Rondônia 434. No passado Rondônia teve
578 registros.
A Crítica
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