A menos de 15 dias para a realização da 16ª edição do
Festival do Sairé deste ano, que acontece de 11 a 15 de setembro próximo, na
Vila Balneária de Alter do Chão, proprietários de hotéis e pousadas revelam que
as reservas já estão praticamente esgotadas. Para este ano são esperados
visitantes de várias regiões do Brasil, entre elas, do Eixo Rio/ São Paulo.
Já a noite de quinta-feira, 11, continuará destinada as apresentações de danças regionais com grupos de Alter do Chão e de Santarém. Segundo o presidente da comissão organizadora do Sairé, professor Cleuton Von, os contratos com as bandas já foram fechados e, na próxima semana começam a divulgação da Festa, para atrair o maior número de visitantes.
Ele afirma que os tanto o Boto Tucuxi quanto o Cor de Rosa
também já estão em fase de finalização dos trabalhos com a proposta de
apresentar um espetáculo melhor que de 2013. “Os Botos já estão com os CDs
prontos e o rito religioso já está organizado para que a Festa aconteça sem
incidentes ou atropelos. Já está havendo também a divulgação das músicas dos
botos nas rádios de Santarém”, confirma.
Desde o ano de 1998 que a Festa do Sairé ganhou uma nova dinâmica. Antes, o evento somente mantinha a tradição religiosa, que resiste há mais de três séculos. A festa era praticamente da comunidade para os comunitários, pois os ritos eram evidenciados pelos membros mais velhos da vila, que entoavam os cânticos pelas ruas, participavam de rezas e cumpriam um ritual que eles dizem serem herdados de seus antepassados.
De certa forma, o Sairé estava voltado ao passado. Até como forma de valorizar a cultura dos antigos que enfatizavam a doutrina da Santíssima Trindade, num simbolismo religioso alimentado por muitos anos pela Igreja Católica. Com o passar do tempo a Igreja distanciou-se das festividades, mas a comunidade assumiu as rédeas das celebrações alimentando, assim, as tradições do povo local.
A Festa do Sairé é um evento com forte pegada histórica, pois há historiadores que fazem relatos da realização de festas com esse nome em outros pontos da Amazônia, como em Mazagão, no estado do Amapá. Ou seja, havia uma ligação do conteúdo da festividade com outras localidades, o que dá a entender que, em anos passados, a Festa do Sairé já foi uma expressão na cultura dos povos amazônicos. E Alter do Chão conseguiu manter a chama acesa até os dias de hoje. Talvez por isso a importância para o contexto cultural da região Norte.
RG 15/O
Impacto
Nenhum comentário:
Postar um comentário