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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Em Alenquer, hospital conveniado ao SUS ameaça fechar as portas

O Hospital Filantrópico Santo Antônio funciona a quase 50 anos em Alenquer (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
O Hospital Filantrópico Santo Antônio funciona há
quase 50 anos em Alenquer
(Foto: Reprodução/TV Tapajós)
O único hospital conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS), em Alenquer, oeste do Pará, ameaça fechar as portas. Segundo o diretor do Hospital Filantrópico Santo Antônio, Paulo Monteiro, a falta de recursos para contratar médicos é o principal motivo.

“Nós contamos com algumas deficiências do ponto de vista do pessoal, particularmente, pessoal médico, nos outros demais temos bastante pessoas e técnicos competentes. Para que possamos também operacionalizar outros equipamentos que se fazem necessários para uma população como a nossa de quase 60 mil habitantes, como endoscópio, mamógrafo e outros equipamentos que poderiam ser instalados aqui, precisamos de pessoas, de técnicos, médicos para operacionalizar e estamos com o problema de recurso financeiro para contratar essas pessoas”, explicou Monteiro.

O hospital funciona há quase 50 anos no município, atendendo casos de até média complexidade, mas há alguns dias as enfermarias estão vazias. Segundo a direção, o hospital conta hoje com apenas dois médicos, quando deveria ter no mínimo sete profissionais para manter funcionando o horário de plantão, por essa razão somente casos de urgência estão sendo atendidos. “Hoje, o hospital não está podendo internar, porque na hora em que nós internamos, salvo ginecologia e obstetrícia que não há como levarmos para outro município, uma vez que algum parto pode ocorrer na rua; isso estamos conseguindo com a boa vontade do nosso corpo , que eles venham, atendam e façam o parto. A urgência e emergência se atende no pronto socorro”, informou.

De acordo com o diretor, o hospital não pode internar porque não possui plantonista 24 horas. “Não podemos internar alguém, porque se não tivermos o plantonista 24 horas e ocorrer alguma intercorrência que leve o paciente ao óbito, o hospital poderia ser responsabilizado por omissão, por não ter um plantonista 24 horas. Com dois profissionais não podemos ter plantonista 24h, é impossível e até desumano”, explicou.

Atualmente, o hospital recebe da Secretaria Municipal de Saúde cerca de R$ 320 mil por mês, oriundos do fundo municipal de saúde, recursos repassados pelo Ministério da Saúde. O valor é baseado no número de habitantes do município.

Segundo o secretário de Saúde do município, Mauro Figueiras, os valores são repassados regularmente todos os meses, de acordo com os serviços estabelecidos em contratos. “A secretaria fez todos os esforços possíveis para que todos os compromissos fossem honrados. Nós pagamos mensalmente a eles o que foi determinado no Diário Oficial da União. Fizemos um acordo junto ao Ministério Público, determinado pelo promotor e existe um impasse da negociação junto ao hospital, que pelo que a gente está entendendo não quer o SUS dentro de seu estabelecimento. Quero esclarecer a população que nós compramos os serviços essenciais à secretaria”, declarou.

A direção do hospital afirma que os valores são insuficientes para proceder os atendimentos.







G1/Santarém



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