O Hospital Filantrópico Santo Antônio funciona há quase 50 anos em Alenquer (Foto: Reprodução/TV Tapajós) |
O único hospital conveniado ao Sistema Único de Saúde
(SUS), em Alenquer,
oeste do Pará, ameaça fechar as portas. Segundo o diretor do Hospital
Filantrópico Santo Antônio, Paulo Monteiro, a falta de recursos para contratar
médicos é o principal motivo.
“Nós contamos com algumas deficiências do
ponto de vista do pessoal, particularmente, pessoal médico, nos outros demais
temos bastante pessoas e técnicos competentes. Para que possamos também
operacionalizar outros equipamentos que se fazem necessários para uma população
como a nossa de quase 60 mil habitantes, como endoscópio, mamógrafo e outros
equipamentos que poderiam ser instalados aqui, precisamos de pessoas, de
técnicos, médicos para operacionalizar e estamos com o problema de recurso
financeiro para contratar essas pessoas”, explicou Monteiro.
O hospital funciona há quase 50 anos no
município, atendendo casos de até média complexidade, mas há alguns dias as
enfermarias estão vazias. Segundo a direção, o hospital conta hoje com apenas
dois médicos, quando deveria ter no mínimo sete profissionais para manter
funcionando o horário de plantão, por essa razão somente casos de urgência
estão sendo atendidos. “Hoje, o hospital não está podendo internar, porque na
hora em que nós internamos, salvo ginecologia e obstetrícia que não há como
levarmos para outro município, uma vez que algum parto pode ocorrer na rua;
isso estamos conseguindo com a boa vontade do nosso corpo , que eles venham,
atendam e façam o parto. A urgência e emergência se atende no pronto socorro”,
informou.
De acordo com o diretor, o hospital não pode internar
porque não possui plantonista 24 horas. “Não podemos internar alguém, porque se
não tivermos o plantonista 24 horas e ocorrer alguma intercorrência que leve o
paciente ao óbito, o hospital poderia ser responsabilizado por omissão, por não
ter um plantonista 24 horas. Com dois profissionais não podemos ter plantonista
24h, é impossível e até desumano”, explicou.
Atualmente, o hospital recebe da Secretaria
Municipal de Saúde cerca de R$ 320 mil por mês, oriundos do fundo municipal de
saúde, recursos repassados pelo Ministério da Saúde. O valor é baseado no
número de habitantes do município.
Segundo o secretário de Saúde do
município, Mauro Figueiras, os valores são repassados regularmente todos os
meses, de acordo com os serviços estabelecidos em contratos. “A secretaria fez
todos os esforços possíveis para que todos os compromissos fossem honrados. Nós
pagamos mensalmente a eles o que foi determinado no Diário Oficial da União.
Fizemos um acordo junto ao Ministério Público, determinado pelo promotor e
existe um impasse da negociação junto ao hospital, que pelo que a gente está
entendendo não quer o SUS dentro de seu estabelecimento. Quero esclarecer a população
que nós compramos os serviços essenciais à secretaria”, declarou.
A direção do hospital afirma que os
valores são insuficientes para proceder os atendimentos.
G1/Santarém
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