O prefeito de Manaus, Amazonas, Artur Neto
(PSDB), anunciou na tarde desta segunda-feira (11) o corte de R$ 300 milhões no
orçamento municipal, durante reunião com seu secretariado, no Paço Municipal.
Segundo ele, isso é decorrente do rombo que se abriu nas contas municipais
quando os R$ 145 milhões prometidos pela presidente Dilma Rousseff (PT) para
implantação de corredores viários na capital amazonense não foram repassados.
Artur que apóia a candidatura de Aécio Neves (PSDB) é adversário político de
Dilma.
“Estamos tomando medidas de
corte de gastos muito duras, encarregando cada secretário de diminuir o valor
dos contratos em 20%; reduzir o número de automóveis e máquinas, pagando 30% a
menos a título de alugueis deles; cortar custos mais triviais, como luz, gás, e
telefone, e introduzir o ‘E-compras’ - as compras por pregão eletrônico. Não
[funcionará] para obras públicas, porque senão aparece alguém, mergulha o meu
preço e eu não faço a obra, mas para compra de coisas como copo, caneta e
papel, pois não há motivo para uma secretaria pagar mais caro do que a outra
por elas, o preço tem que ser o mais baixo possível e uniforme”, explicou
Artur.
Cortando
na carne
Segundo o prefeito, esse é
mais um corte que a prefeitura está tendo que lidar. “No início do ano, quando
foi aberto o orçamento, eu pedi à equipe econômica que fizesse um
contingenciamento de 20%, depois encomendei um novo contingenciamento que a
equipe disse ser possível, de 12%. Estou pedindo mais, estou cortando na carne
outra vez”.
Para Artur, os cortes
servem para que o fluxo de caixa não fique desestabilizado e para dar
prioridade às obras de infraestrutura no verão amazônico. Ainda assim, ele
reconhece o aperto: “Saúde e educação têm recursos federais constitucionais,
não são recursos dados pela boa graça de quem quer que seja, então essas duas
secretarias preocupam menos. As demais estão a míngua, porque toda a
canalização vai para a Secretaria de Infraestrutura”, disse.
‘Enxugando’
a máquina administrativa
Apesar da situação, o
gestor não anunciou a extinção de nenhuma secretaria. “Nós já enxugamos
bastante [a máquina administrativa] e eu estudo uma reforma, mas é algo que não
podemos fazer num abrir e fechar de olhos. Tem que ser algo que fique”,
comentou.
Magoado
com Dilma
Com as medidas, o prefeito
disse que responde “com altivez” um gesto que ele considerou “pouco
republicano” e “pequeno” por parte da presidente Dilma de não repassar os
recursos ao Amazonas. “Digo algo a vocês: tenho 36 anos de política e poucas
vezes vi isso. Nem no regime autoritário, nem nos governos de Itamar e Fernando
Henrique, nem no governo do meu arquiadversário Lula”. E, quanto a Dilma,
alfineta: “Eu tenho a impressão de que ela vai perceber rapidamente que eu não
perco controle do meu governo sobre nenhum aspecto e temo que ela tenha perdido
o controle do Brasil”.
A Crítica
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