O exame
inicial dos três corpos de homens encontrados nessa segunda-feira (3), em
aldeia na Terra Indígena Tenharim, em Humaitá, sul do Amazonas, mostrou que
eles foram mortos a tiros. Ao contrário do que chegou a ser divulgado, as
vítimas não sofreram decapitação ou esquartejamento. Os corpos ainda passavam
por exames para identificação no início da tarde desta terça-feira (4), mas o
delegado Arcelino Damasceno, da Polícia Federal, disse não ter dúvidas de que
se tratavam dos três desaparecidos.
O representante comercial Luciano Freire, o técnico
Aldeney Salvador, e o professor Stef Pinheiro, desapareceram no dia 16 de
dezembro, na rodovia Transamazônica. A suspeita da polícia é de que eles foram
assassinados por índios da etnia Tenharim. Cinco suspeitos por envolvimento no
crime estão presos desde 30 de janeiro em Porto Velho.
O delegado
aguardava a chegada dos familiares para a coleta de material para exame de DNA,
mas admitia a possibilidade de reconhecimento direto. "Apesar do estado
dos corpos, os familiares vão poder reconhecer, se quiserem." Os exames
periciais devem indicar o calibre da arma e a causa da morte, disse o delegado.
Segundo o delegado, os cinco índios presos não
informaram onde os corpos estavam enterrados. A localização foi possível graças
à ajuda de mateiros do Exército e cães farejadores da Polícia Militar.
A defesa tenta pedir a soltura dos indígenas. "A
Polícia Federal apresentou provas testemunhais, mas elas são genéricas e
superficiais", disse o advogado Ricardo Tavares Albuquerque. Na semana
passada A Associação Nacional dos Servidores da Funai (Ansef) e a Confederação
Nacional dos Servidores Públicos Federais (Condsef) divulgaram nota em que
sustentam haver violação aos direitos dos povos indígenas no episódio.
ORM News
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