Apesar
da retomada à rotina, clima no bairro ainda é de medo
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Quiteria Noronha critica falta de segurança na Tijuca -
Fabio Guimaraes / Agência O Globo
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RIO - A aposentada Quitéria Noronha, de
67 anos, saiu com dois cachorros para passear pelas ruas da Tijuca e, quando
chegou à portaria de seu prédio, foi avisada que todo o comércio do Largo da
Segunda-Feira estava fechado, em plena manhã de quinta-feira. Retornou para
casa, onde permaneceu o dia inteiro trancada, apavorada. Uma outra moradora,
Kátia Lemos, de 52 anos, também ficou “exilada” dentro de seu apartamento — e
pior, sem nada para beber, já que a loja onde costuma pedir garrafões de água
mineral arriou a porta. Já a produtora Karolina Ávila, de 40 anos, ia a um
salão de beleza quando sua manicure lhe informou, por uma mensagem de celular,
que o estabelecimento encerrou o expediente mais cedo por ordem de traficantes.
Ela ainda arriscou uma caminhada da Rua Haddock Lobo em direção à Praça Saens
Peña, mas ficou com medo ao se sentir “num deserto”.