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sábado, 29 de abril de 2017

Pará Sustentável tem grande adesão de municípios paraenses

No segundo dia do Fórum, o governo do Estado já contabilizava a adesão de 76 prefeituras ao programa Municípios Sustentáveis
Nesta quarta-feira (27), o Governo do Estado já contabilizava 76 municípios que assinaram o termo de manifestação de interesse em aderir ao programa Municípios Sustentáveis, apresentado nos últimos dois dias durante o Fórum Permanente de Prefeitas e Prefeitos do Pará Sustentável, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém. Na ocasião, foi instituída através de decreto a Política de Desenvolvimento Harmônico Sustentável do Estado do Pará – Pará Sustentável. Outros municípios deverão fazer a adesão ao longo de futuros encontros e reuniões entre equipes técnicas das prefeituras e do governo estadual. Mais de um terço dos municípios que assinaram a iniciativa não integram a base aliada.

“A diversidade de gestores, de diferentes regiões e filiações partidárias e ideológicas, demonstra claramente que alcançamos o objetivo que foi demonstrar muito claramente que esta não é uma ação de governo e sim de Estado, que deverá se perpetuar, constituindo-se numa fundamental política pública que tem como objetivo reduzir a pobreza e a desigualdade”, destacou o governador Simão Jatene.
No Fórum, que contou com a participação de mais de 100 prefeituras nos dois dias de evento, foram apresentados os eixos de desenvolvimento propostos para o Estado, através dos focos na questão social, ambiental e econômica. O conjunto dessa estratégia é capitaneado pelo modelo do Pará Sustentável, cuja materialização ocorrerá em ações através do programa Municípios Sustentáveis.
Curto prazo - Logo no primeiro dia, após a assinatura do decreto que cria o Pará Sustentável, o governador Simão Jatene também assinou ordens de serviço para obras em escolas estaduais de 13 municípios paraenses na área de educação, totalizando recursos da ordem de R$ 60 milhões. Deste montante, R$ 40 milhões serão destinados apenas para reforma e construção de escolas, nos seguintes municípios: Ananindeua, Belém, Benevides, Bragança, Conceição do Araguaia, Inhangapi, Maracanã, Pau D’Arco, São Miguel do Guamá, Salinópolis, Salvaterra, Santarém Novo e Uruará.

As obras incluem ainda melhorias e adaptações das unidades. Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), além das ordens de serviço assinadas nesta quarta, mais 13 serão abertas somente este ano.
A secretária Extraordinária dos Municípios Sustentáveis, Izabela Jatene, falou sobre o programa e destacou a importância do Fórum na integração de políticas públicas. “O que precisamos é customizar uma relação entre Estado e município, sem perder de vista o valor do que é público, resgatar esse valor e fortalecer a gestão, sobretudo fortalecer o apoio ao ajuste fiscal. Hoje, nós temos aproximadamente 134 municípios paraenses impedidos de conseguir parcerias para receber novos recursos. Ajudar esses municípios a sair dessa situação é um dos principais objetivos do Programa Específico de Apoio à Gestão, que já vamos colocar em prática dentro do programa”, disse a secretária.
No Fórum, o Governo do Estado apresentou as condições gerais de adesão das cidades ao programa Municípios Sustentáveis, que contempla um conjunto de financiamentos e um pacote de projetos e serviços estruturantes nos municípios, tendo como contrapartida ações voltadas à melhoria da qualidade de vida da população.
Gestão de resíduos sólidos - O consórcio entre empresas privadas com a participação do Estado como sócio pode ser uma solução para a gestão de resíduos sólidos produzidos nas cidades, um dos maiores problemas enfrentados pelos municípios brasileiros. O tema foi um dos escolhidos para debates durante o Fórum de Prefeitos e Prefeitas do Pará Sustentável.

O modelo apresentado pelo professor PHD no tema, o engenheiro civil Mauro Russo, demonstrou como isso foi adotado por Portugal na década de 1990 e mudou a destinação do lixo naquele País. A experiência de Russo com a tese “Avaliação dos Processos de Transformação de Resíduos Sólidos Urbanos em Aterro Sanitário”, foi responsável pelo fechamento de 12 lixões municipais existentes em Portugal, no ano de 1996. Leia mais aqui.

Pará Sustentável O decreto assinado por Simão Jatene que cria o Pará Sustentável visa coordenar ações governamentais e articular parcerias com o setor privado e a sociedade civil, para promover o desenvolvimento do Pará, incluindo ações que serão realizadas em conjunto com as prefeituras, por meio do Programa Municípios Sustentáveis.
O governador explicou que a política prevista pelo Pará Sustentável nasceu para combater a pobreza e a desigualdade, tendo como premissa atingir os objetivos do desenvolvimento definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o governador, esse novo passo só foi possível após a garantia do equilíbrio das contas públicas do Estado, mesmo em tempos de crise econômica no País. Com a instituição do Pará Sustentável em política de Estado, o governo quer deixar um legado à sociedade, pois estabelece um novo modelo de desenvolvimento.
“Significa buscar que a riqueza que nós criamos fique cada vez mais aqui no Estado. Nós pegamos o desafio de reduzir pobreza e desigualdade, e unimos aos objetivos globais de desenvolvimento sustentável, e, como resultado, criamos uma agenda de desenvolvimento em três grandes pilares - o econômico, o social e o ambiental”, explicou o governador.
Metas – No eixo econômico, cujo conjunto de políticas foi denominado Pará 2030, a meta do Pará Sustentável, para os próximos 15 anos, é igualar a renda per capita do Pará à média nacional, e promover um crescimento de 5,3% ao ano, criando 3 milhões de empregos até 2030.
O decreto estabelece que o Estado compatibilize, no planejamento de seu desenvolvimento, o crescimento da produção e renda com sua distribuição entre os vários segmentos da população e as diversas regiões; combater as causas da pobreza e os fatores de vulnerabilidade, assegurando aos cidadãos e suas famílias a proteção social; proporcionar os meios de pleno acesso a direitos fundamentais, como educação, cultura, saúde e assistência pública, bem como proteção e garantia a pessoas com deficiência, e promover ações de construção de moradias dignas e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico, valendo-se de sua competência como ente federado na busca pela realização dos objetivos do Estado brasileiro.
Ainda de acordo com o decreto, caberá ao Centro de Monitoramento de Políticas Públicas do Estado do Pará realizar o “monitoramento geoespacializado das políticas públicas” e promover ações entre as secretarias estaduais nas esferas econômica, social e ambiental, e nas regiões e municípios, garantindo a transparência das informações.
Eixo econômico - O Pará 2030 é o planejamento da economia que pretende elevar a renda per capita paraense e criar um paradigma diferenciado do modelo de desenvolvimento atual, baseado no extrativismo e em um modelo exportador de matéria-prima. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachky,  ressaltou que o Pará 2030 foi construído por muitas mãos, e cria um ambiente propício ao desenvolvimento estadual. Uma das metas é ter 60% das empresas como indústria de transformação, e não de exportação. Como exemplo, ele citou a produção de eucalipto. “O Pará ganha R$ 80,00 por metro cúbico exportando a madeira. Se construíssemos MDF aqui, o Pará agregaria valor, geraria mais empregos a cadeia produtiva”, acrescentou.

Eixo ambiental – Com a inauguração neste ano do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental Gabriel Guerreiro (Cimam), que tem como objetivo a coleta de dados e produção de conhecimento sobre fatores que geram impacto no meio ambiente, o governo do Estado fortaleceu as metas do Pará Ambiental, utilizando a tecnologia e o conhecimento para o desenvolvimento da Amazônia.
O Cimam faz parte do Pará Sustentável, e utiliza de forma inédita um sistema automatizado de monitoramento e controle do desmatamento, usando imagens de satélite com precisão de até três metros de distância da área monitorada.
Eixo social – Coordenado pela Secretaria Extraordinária de Integração e Políticas Sociais (Seips) e executado por diversas secretarias, o Programa Pará Social é determinante na criação de um novo modelo de sociedade, com menos pobreza, mais igualdade, bem-estar, inclusão para todos e desenvolvimento sustentável, respeitando o meio ambiente.
“Definir objetivos e metas integralizadas e centralizadas é fundamental no processo de construção do planejamento que complementa o Pará 2030, já que só o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda per capita não garante a diminuição da desigualdade”, ressaltou o titular da Seips, Heitor Pinheiro. O desenvolvimento econômico sustentável precisa de capital humano preparado para executá-lo. Por isso é importante um conjunto de esforços não só do governo do Estado, mas também dos municípios, na luta contra a pobreza e a desigualdade.
Prefeitos aprovam iniciativa
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, vê no Pará Sustentável uma oportunidade de parceria para fortalecer este modelo de desenvolvimento em sua região. “Nós já entendemos que esta linha de desenvolvimento sustentável é o ideal para o nosso município. Essa parceria do governo do Estado, com os municípios assumindo responsabilidades conjuntas, tem o poder muito grande de transformação da realidade”, destacou.
Minervina Barros, prefeita de São Félix do Xingu, disse que seu município vai aderir ao Pará Sustentável, pois pretende criar na cidade o programa São Félix do Xingu Sustentável. Os primeiros passos, explicou a prefeita, são equilibrar as contas do município e trabalhar em parceria com o governo. “Nós somos o maior produtor de carne bovina, com mais de 2 milhões de cabeças de gado, além de outras produções, como cacau. Esta política de desenvolvimento sustentável só vem ajudar”, afirmou.


Por Governo do Estado do Pará

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