O estudante de psicologia Bruno Borges está
desaparecido desde 27 de março. Secretário-adjunto de Polícia Civil diz que
Interpol foi acionada para que todas as linhas de investigação sejam cobertas.
Bruno Borges (Foto: Arquivo pessoal) |
O secretário-adjunto
de Polícia Civil, Josemar Portes, confirmou ao G1,
nesta segunda-feira (17), que o nome do estudante de psicologia Bruno Borges, de 24 anos, foi
incluído na lista de pessoas desaparecidas da Polícia Federal no Acre (PF-AC) e
que a Interpol – polícia internacional – foi acionada devido ao sumiço do
jovem, desaparecido desde o dia 27 de março.
Portes afirma
que o acionamento da Interpol é comum e ocorre conforme a evolução das
investigações do caso. Ele afirma que não há indícios de que o jovem tenha
saído do país, mas não descarta essa possibilidade para cobrir todas as linhas
de investigação com as quais trabalha.
“Como a
Interpol vai trabalhar e as técnicas que vai usar isso é com ela. O que sabemos
é que o jovem se afastou do convívio. A possibilidade dele ter saído do país
deve ser investigada, pois ele tinha dinheiro e é um rapaz muito inteligente.
Não sei se é um indício, mas uma possibilidade sempre é. Isso é comum, uma
outra hora a pessoa pode ser colocada no cadastro de desaparecidos da PF que
aciona a Interpol”, explica.
Desaparecimento
A última vez
que os parentes viram Bruno, no dia 27 de março, foi durante um almoço de
família. O jovem voltou para casa e todos - mãe, pai e os outros dois irmãos -
seguiram o dia normal de trabalho. Mais tarde, o pai dele, o empresário Athos
Borges, retornou à residência da família e percebeu que o filho não estava.
No quarto do
estudante, que ficou trancando por mais de 20 dias enquanto os pais viajavam de
férias, foi encontrada - além dos 14 livros - uma estátua do filósofo Giordano
Bruno (1548-1600). Os escritos, segundo a família, eram feitos há pelo menos
quatro anos.
Bruno deixou 14 livros criptografados, segundo a mãe (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre) |
O artista plástico Jorge Rivasplata,
autor da estátua, disse que acredita que Bruno seja a reencarnação do filósofo -
queimado durante a inquisição - e tenha completado a obra dele. A escultura, de
dois metros, foi entregue ao jovem no dia 16 de março e finalizada pelo próprio
artista dentro do quarto. Pelo objeto, o artista disse que recebeu inicialmente
R$ 7 mil e, em seguida, mais R$ 3 mil.
Artista responsável pela escultura fixou estátua no quarto dias antes do jovem desaparecer (Foto: Arquivo pessoal) |
Sumiço inspirou jogos
O sumiço acabou
inspirando a criação de alguns jogos para smartphone. Os
aplicativos foram disponibilizados na Play Store, do Google, com os nomes
"Menino do Acre", "Encontro o Menino do Acre" e
"Alquimistas do Acre".
Na trama de um
dos jogos, os jogadores devem desvendar o mistério que envolve o desaparecimento
coletando os livros criptografados ao logo do percurso. No entanto, é
necessário ser rápido e tomar cuidado para não cair em um rio de lava.
Outro game pede
que o jogador toque na tela para procurar o "menino do Acre". O jogo
faz alusão à brincadeira do "quente ou frio?" e dá algumas chances
para que Bruno seja encontrado antes de desaparecer para sempre.
Sumiço misterioso de jovem do Acre inspirou jogos para celular (Foto: Reprodução) |
Sobre as investigações, o delegado
Fabrizzio Sobreira, coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC),
afirmou que os amigos que ajudaram Bruno nas escrituras e criptografias teriam
feito um pacto
de sigilo para que objetivo real do projeto não fosse revelado.
Um grupo no
Facebook, que reúne mais de 10,4
mil membros, tenta decodificar os 14
livros criptografados que
o jovem deixou em casa. A página "Bruno Borges - Estudos" foi criada
no dia 4 deste mês.
O administrador
da página, o estudante universitário paranaense Alexandre Marques, de 24 anos,
explica que, diferente de outras com teor cômico, a ideia foi juntar pessoas
realmente interessadas em compreender o projeto de Bruno. Parentes e amigos do
acreano também fazem parte do grupo, que é fechado.
Grupo tem mais de 10,4 mil membros no Facebook que tentam decodificar livros de jovem desaparecido no Acre (Foto: Reprodução/Facebook) |
G1/AC
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