Terras foram conferidas a uma
associação de agricultores pelo Tribunal de Justiça
O secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas |
O secretário de Estado de Segurança Pública, Roger
Jarbas, afirmou, nesta quarta-feira (25), que a chacina ocorrida em Colniza
(1.065 km de Mato Grosso), foi motivada por conflitos entre invasores de terras - e
não teria envolvido supostos proprietários. Nove pessoas foram assassinadas.
A informação foi dada em uma entrevista à Radio Centro América FM.
“Ali não há um conflito entre um suposto possuidor
e um que está agora integrando aquela área. É um conflito entre invasores,
entre pessoas que estão buscando pela propriedade, mas não há título [de propriedade].
Ali ainda não tem título”, explica Jarbas.
Segundo ele aquela é uma área privada que foi
conferida pelo Tribunal de Justiça a uma associação de agricultores.
O secretário também contou que, pelo fato de a
região ser isolada, houve uma grande dificuldade de acesso das equipes de
resgate e investigação.
Para se chegar à gleba Taquaruçu, segundo ele,
leva-se de oito a nove horas de estrada a partir de Colniza, pegando então uma
embarcação e seguindo por um trecho no rio.
Ainda conforme o secretário, depois é preciso
atravessar um pedaço de floresta com a embarcação nas costas, para alcançar
outro rio e seguir. Só depois é que se chega à região onde ocorreu a chacina.
“Estavam em um período de chuvas, e a dificuldade
de acesso à informação é muito grande naquela região. Então, a partir do
momento em que o sistema de segurança pública soube dos fatos, nós
imediatamente deslocamos 32 profissionais, uma força tarefa para aquela
região”, conta o secretário.
Os assassinatos ocorreram por volta das 18h do dia
19 de abril, mas a informação só chegou às autoridades no dia seguinte, em
razão da dificuldade de comunicação.
O secretário também enfatizou que o caso não é só
uma questão de segurança pública, mas também fundiária.
“Para se ter uma ideia, o governador determinou que
se monte um escritório do Intermat [Instituto de Terras de Mato Grosso] naquela
região, para tratar da temática fundiária com aquelas pessoas”, disse.
Segundo ele, o Intermat vai entregar 50 mil títulos
de terra já nos próximos meses. A investigação ainda continua e o
secretário não quis divulgar os nomes nem a quantidade de suspeitos para não
prejudicar os trabalhos.
Ele também garantiu que a segurança será reforçada
no local e que a força tarefa já presente continuará na região para acelerar as
investigações até os suspeitos serem presos.
“É tamanha a vontade dos nossos profissionais
naquela região, que eu posso afirmar categoricamente, nós vamos prender não
apenas os executores, mas vamos prender os mandantes”, afirmou Jarbas.
Mídia News
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