O estudante Bruno Borges, de 25 anos, está desaparecido há um mês Foto: Facebook/Reprodução
O desaparecimento do estudante de
psicologia Bruno Borges, de 25 anos, morador do Acre, completa um mês nesta
quinta-feira. Durante esse período, a família dele vem se dedicando a traduzir
os 14 livros criptografados deixados no quarto do jovem. Três deles já foram
decifrados. Enquanto busca entender as mensagens deixadas pelo filho, o empresário Athos
Borges afirma que o sentimento presente todos os dias é a angústia.
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— Infelizmente, todo dia é mais um dia de angústia. A gente está torcendo para que isso acabe logo, para que possamos a voltar a viver normalmente — afirmou o pai do estudante ao EXTRA.
Athos contou que três amigos da família
estão ajudando a traduzir os livros de Bruno. Quanto ao conteúdo do trabalho, o
pai do jovem disse que o plano é publicar o significado dos registros apenas
após o término da decodificação.
— Por enquanto, não vamos dizer nada
sobre o conteúdo dos livros, só quando terminarmos a tradução de todos eles.
Aí, sim, pensaremos em divulgar as mensagens escritas por Bruno — acrescentou.
Bruno completou 25 anos na última
sexta-feira, e seu perfil em rede social recebeu mensagens de parabéns. O pai
do estudante ressaltou que sempre envia mensagens para o filho, mas não
consegue entrar em contato com ele. Apesar disso, mantém a esperança de que o
jovem esteja em segurança e de que retornará para casa.
— Sempre enviamos mensagens para ele,
mas acho que ele não tem acesso à internet. Com coração de pai, acredito que
vai ficar tudo bem — disse Athos.
Ainda que não haja indícios de que
tenha ocorrido algum crime, segundo o secretário de Polícia Civil do Estado do
Acre, delegado Carlos Flávio Portela, a polícia está investigando as
informações adquiridas e checando os locais onde Bruno poderia estar.
— Tudo indica que ele saiu
voluntariamente e não foi vítima de nenhum crime. Temos investigado. Nós checamos
todas as informações e mantemos contato com a família dele, mas ele pode estar
em qualquer lugar, seja nas proximidades ou em países vizinhos. Fazemos
incursões para checar locais de difícil acesso e seguimos o rastro do jovem até
ele desaparecer. Também advertimos as pessoas sobre a necessidade de enviar
informações se souberem de algo — afirmou o secretário.
Relembre o caso
O estudante Bruno Borges desapareceu em
Rio Branco, no Acre, deixando em seu quarto 14 livros escritos a mão e
criptografados, além de uma estátua do teólogo italiano Giordano Bruno
(1548-1600), avaliada em R$ 7 mil.
Segundo os parentes, o estudante vinha
trabalhando havia 20 dias num projeto em seu quarto — o local não tem mobília e
as paredes foram preenchidas com escritos. Os pais de Bruno estavam viajando
quando ele realizava esse projeto e os irmãos não desconfiaram de nada.
Segundo o delegado Carlos Flávio contou
à época, o jovem deixou a casa levando com ele um celular, um HD e algumas
peças de roupas. O celular não está sendo utilizado.
O delegado afirmou que dois amigos de
Bruno revelaram que ele já havia manifestado a intenção de se isolar durante
algum tempo, mas sem revelar onde.
Desde que o caso ganhou repercussão,
internautas tentam decifrar os códigos deixados por Bruno. Uma teoria sobre os
escritos chama atenção para a semelhança com o "Manual do Escoteiro Mirim",
história infantil com aventuras de Huguinho, Zezinho e Luisinho, sobrinhos do
Pato Donald.
O livro saiu das páginas dos quadrinhos
para livrarias e bancas de jornal durante os anos 1970. No ano seguinte, a
primeira edição trazia curiosidades como o alfabeto em código morse e como se
orientar usando a posição do sol. O leitor conhece o "código
marciano", por meio do qual pode criar mensagens secretas para conversar
com os amigos.
Extra
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