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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Com mais de 80 “traições” na reforma trabalhista, governo não teria votos para aprovar a previdenciária

Projeto passou com 296 votos, 12 a menos do que o mínimo necessário para aprovação da reforma da Previdência. PSB, PP, SD, PMDB e PR foram os aliados que mais se posicionaram contra a reforma. Na oposição, houve apenas uma dissidência. Veja como cada legenda votou
Oposicionistas protestaram durante mais de dez horas de sessão deliberativa
Considerada pelo Palácio do Planalto um ensaio para a votação da reforma da Previdência, a aprovação da reforma trabalhista liga alguns sinais de alerta para o governo. Na sessão deliberativa que consumiu mais de dez horas de discussões e muito protesto nesta quarta-feira (27), os 296 votos dados ao projeto que reformula a legislação do trabalho não seriam suficientes para aprovar a proposta de emenda à Constituição que altera as regras de aposentadoria, pensão e outros benefícios da Seguridade Social. Nesse caso, serão exigidos pelo menos 308 votos em dois turnos de votação. Ao todo, 39 parlamentares faltaram à votação.


Dos 382 deputados de partidos aliados presentes nesta quarta-feira (26), 86 (22,5%) votaram contra o substitutivo do relator Rogério Marinho (PSDB-RN), apoiado pelo governo. Já a oposição deu um único voto a favor da reforma. Dos 91 oposicionistas que votaram, só o pedetista Carlos Eduardo Cadoca (PE) “traiu” a recomendação partidária.
A esperança para o presidente Michel Temer veio do PSB, que havia fechado questão contra as reformas trabalhista e Previdenciária. Diante do painel eletrônico, a bancada na Câmara se dividiu. Dos 30 parlamentares da legenda presentes em plenário, 14 votaram com o governo e 16, contra. Entre os que contrariaram a decisão da direção do partido, está a líder do partido, Tereza Cristina (MS). Segundo ela, há um recurso contra a decisão do comando partidário de se posicionar contra as duas reformas de Temer.
Para evitar a debandada do PSB, o presidente liberou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PE), para reassumir o mandato e votar favoravelmente à proposta. Ele deve retornar ao ministério ainda nesta semana. O segundo aliado menos fiel foi o PP, que teve nove dissidentes entre os 34 que participaram da votação. O Solidariedade, de Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, deu cinco votos a favor e oito contra a reforma. Um desses votos foi registrado pelo próprio presidente licenciado da central.
O PMDB, de Temer, e o PR, do ministro dos Transportes, Mauricio Quintella Lessa (AL), aparecem na sequência, com sete “traições” ao governo. Já o PSD, do ministro Gilberto Kassab, registrou cinco votos contrários à orientação do Planalto.
O DEM deu todos os seus 29 votos possíveis ao governo. Apenas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por restrição regimental, não votou. Já o PSDB teve apenas uma dissidência. Entre os 44 tucanos presentes, a catarinense Geovânia de Sá foi a única a votar contra o projeto relatado por Rogério Marinho (PSDB-RN), integrante da bancada.
Veja como cada partido votou:
Posição
Partido
Sim
Não
Votantes
governo
DEM
29
29
governo
PEN
2
1
3
governo
PHS
2
4
6
governo
PMDB
52
7
59
governo
PP
34
9
43
governo
PPS
6
3
9
governo
PR
28
7
35
governo
PRB
15
4
19
governo
PROS
1
4
5
governo
PSD
29
5
34
governo
PRP
1
1
governo
PSB
14
16
30
governo
PSC
8
2
10
governo
PSDB
43
1
44
governo
PSL
1
1
2
governo
PTB
13
4
17
governo
PTdoB
1
3
4
governo
PTN
7
5
12
governo
PV
4
2
6
governo
SD
5
8
13
independente
PMB
1
1
oposição
PCdoB
0
9
9
oposição
PDT
1
15
16
oposição
PSOL
6
6
oposição
PT
56
56
oposição
Rede
4
4
296
177
473





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