Projeto
passou com 296 votos, 12 a menos do que o mínimo necessário para aprovação da
reforma da Previdência. PSB, PP, SD, PMDB e PR foram os aliados que mais se
posicionaram contra a reforma. Na oposição, houve apenas uma dissidência. Veja
como cada legenda votou
Oposicionistas protestaram durante mais de dez horas de sessão deliberativa |
Considerada pelo Palácio do Planalto
um ensaio para a votação da reforma da Previdência, a
aprovação da reforma trabalhista liga alguns sinais
de alerta para o governo. Na sessão deliberativa que consumiu mais de dez horas
de discussões e muito protesto nesta quarta-feira (27), os 296 votos dados ao
projeto que reformula a legislação do trabalho não seriam suficientes para
aprovar a proposta de emenda à Constituição que altera as regras de
aposentadoria, pensão e outros benefícios da Seguridade Social. Nesse caso,
serão exigidos pelo menos 308 votos em dois turnos de votação. Ao todo, 39
parlamentares faltaram à votação.
Dos 382 deputados de partidos aliados presentes nesta quarta-feira (26),
86 (22,5%) votaram contra o substitutivo do relator Rogério Marinho (PSDB-RN),
apoiado pelo governo. Já a oposição deu um único voto a favor da reforma. Dos
91 oposicionistas que votaram, só o pedetista Carlos Eduardo Cadoca (PE)
“traiu” a recomendação partidária.
A esperança para o presidente Michel Temer veio do PSB, que havia
fechado questão contra as reformas trabalhista e Previdenciária. Diante do
painel eletrônico, a bancada na Câmara se dividiu. Dos 30 parlamentares da
legenda presentes em plenário, 14 votaram com o governo e 16, contra. Entre os
que contrariaram a decisão da direção do partido, está a líder do partido,
Tereza Cristina (MS). Segundo ela, há um recurso contra a decisão do comando
partidário de se posicionar contra as duas reformas de Temer.
Para evitar a debandada do PSB, o presidente liberou o ministro de Minas
e Energia, Fernando Coelho Filho (PE), para reassumir o mandato e votar
favoravelmente à proposta. Ele deve retornar ao ministério ainda nesta semana.
O segundo aliado menos fiel foi o PP, que teve nove dissidentes entre os 34 que
participaram da votação. O Solidariedade, de Paulo Pereira da Silva (SP), o
Paulinho da Força Sindical, deu cinco votos a favor e oito contra a reforma. Um
desses votos foi registrado pelo próprio presidente licenciado da central.
O PMDB, de Temer, e o PR, do ministro dos Transportes, Mauricio
Quintella Lessa (AL), aparecem na sequência, com sete “traições” ao governo. Já
o PSD, do ministro Gilberto Kassab, registrou cinco votos contrários à
orientação do Planalto.
O DEM deu todos os seus 29 votos possíveis ao governo. Apenas o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por restrição regimental, não
votou. Já o PSDB teve apenas uma dissidência. Entre os 44 tucanos presentes, a
catarinense Geovânia de Sá foi a única a votar contra o projeto relatado por
Rogério Marinho (PSDB-RN), integrante da bancada.
Veja como cada partido votou:
Posição
|
Partido
|
Sim
|
Não
|
Votantes
|
governo
|
DEM
|
29
|
29
|
|
governo
|
PEN
|
2
|
1
|
3
|
governo
|
PHS
|
2
|
4
|
6
|
governo
|
PMDB
|
52
|
7
|
59
|
governo
|
PP
|
34
|
9
|
43
|
governo
|
PPS
|
6
|
3
|
9
|
governo
|
PR
|
28
|
7
|
35
|
governo
|
PRB
|
15
|
4
|
19
|
governo
|
PROS
|
1
|
4
|
5
|
governo
|
PSD
|
29
|
5
|
34
|
governo
|
PRP
|
1
|
1
|
|
governo
|
PSB
|
14
|
16
|
30
|
governo
|
PSC
|
8
|
2
|
10
|
governo
|
PSDB
|
43
|
1
|
44
|
governo
|
PSL
|
1
|
1
|
2
|
governo
|
PTB
|
13
|
4
|
17
|
governo
|
PTdoB
|
1
|
3
|
4
|
governo
|
PTN
|
7
|
5
|
12
|
governo
|
PV
|
4
|
2
|
6
|
governo
|
SD
|
5
|
8
|
13
|
independente
|
PMB
|
1
|
1
|
|
oposição
|
PCdoB
|
0
|
9
|
9
|
oposição
|
PDT
|
1
|
15
|
16
|
oposição
|
PSOL
|
6
|
6
|
|
oposição
|
PT
|
56
|
56
|
|
oposição
|
Rede
|
4
|
4
|
|
296
|
177
|
473
|
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